segunda-feira, janeiro 19, 2004

depressed morning post

Como já devem ter percebido os leitores mais atentos, a minha sanidade mental deixa algo a desejar. Consciente do facto, resolvo pesquisar as profundezas da minha psique com ajuda profissional. Telefono para um psicólogo com o objectivo de marcar sessões de psicoterapia que me ajudem a melhorar o conteúdo dos posts que escrevo. Atende uma voz feminina que diz qualquer coisa como «cabeleireiro, bom dia!».
Fico perplexo e desligo. Se isto é um sinal divino (como se sabe, Deus entretém-se a espalhar sinais aleatórios para melhorarmos o rumo da nossa vida, como artefactos num role playing game), significa que a divindade não é como eu sempre a concebi, mas que têm razão os imbecis adeptos da patetice new-age: para mudarmos o nosso interior, superarmos as nossas angústias e respondermos às inquietações espirituais, afinal basta mudar o penteado ou outra futilidade egoísta do género.
Eu, que sempre embirrei com as tontices fascistas da astrologia kármica, e todo o palavreado esotérico-místico-holístico-gasoso, a consciência transpessoal, o auto-conhecimento regressivo, os universos alternativos, o tarot, os anjos (os anjos!, meu Deus), os chakras, o reiki, o feng shui, as corzinhas, os cheirinhos, e restante mercadoria - e embirro tanto que até os pobres dos budistas levam, injustamente, por tabela -, vejo-me obrigado a repensar o meu lugar no mundo.
Qual será o meu signo, MF? Toupeira, não é?
CC

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