sexta-feira, agosto 22, 2003

Ainda Maggiolo

Uma qualidade ancestral dos portugueses era a "modéstia". Não no sentido de desmerecer as próprias qualidade, mas no de saber estar em cada local e em cada ocasião. Mais como sinónimo de respeito, por conseguinte.
Quando alguém é sepultado (e por isso se diz "funeral" e não "enterro", Senhor Ministro) manda a sábia "modéstia" que se respeite o defunto e os seus familiares. Considero pois tão infelizes quer a inoportuna declaração da senhora em causa, quer a insuportável "pose de Estado" do Senhor Ministro, que nem ao próprio deve convencer. Se calhar deviam ter começado por aí...
Quanto à questão das "honras militares", uma vez mais se esqueceu o essencial. Das duas uma, ou o Código de Justiça Militar (ou outra lei aplicável ao caso, confesso a minha ignorância mas também não houve quem o explicasse) prevê expressamente a (in)aplicabilidade das mesmas em função do caso concreto, e nesse caso poderíamos aferir da (i)legalidade do acto do Senhor Ministro; ou a lei é omissa, e sendo o acto discricionário seria então sindicável do ponto de vista político. O resto é a desinformação do costume.
LR
zardoz@sapo.pt

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