sexta-feira, setembro 29, 2006

Quase ...

A minha amiga Bastet escreveu hoje este post que aplaudo e subscrevo quase na íntegra. Ao contrário dela não me assumo, no entanto, como homem de esquerda.
E não o faço por um motivo muito simples. Porque também a esquerda tem responsabilidade no caminho que se leva. E não falo apenas na esquerda caseira, tacanha e atrasada. Essa, está ao nível da igualmente tacanha e atrasada direita caseira. Portugal perdeu há muito a faculdade de ver mais longe e de sonhar mais além. Aliás, desde D. João II e D. Manuel I que, provavelmente, o único estadista que ousou sonhar um Portugal maior (embora mais pequenino aqui) e que foi senhor de uma honestidade a toda a prova (apesar das tentativas torpes da revolução e da pós-revolução), foi Salazar. Mas isso é outra conversa, para outra altura. Falo da esquerda desse mundo civilizado que, vazia ideológicamente, se rendeu ao canto do capitalismo.
Não me considero, hoje, de nada. Porque acho que não há sítio nenhum onde me possa rever. Não me revejo no Liberalismo que (atente-se ao tempo verbal) nos conduziu a um novo capitalismo selvagem, potenciado pela globalização. Não me revejo na esquerda burguesa e hipócrita, sedenta dos privilégios dos ricos e falha de preocupações sociais. Não me revejo na esquerda, que ainda não percebeu que morreu, dos velhos e decrépitos partidos comunistas. Nem me revejo na extrema esquerda proto-intelectual que cospe alarvidades sem sentido convencida de que tem a solução para todos os males, como os vendedores de banha da cobra.
Revia-me numa social-democracia escandinava, que aceitava o capitalismo mas defendia as pessoas. Também essa me parece ter iniciado o caminho do desmantelamento incapaz, só por ela, de fazer frente aos ventos de desumanização que varrem o nosso mundo.
Acho que estamos no limiar de uma profunda transformação civilizacional. Tenho sérias dúvidas que seja um salto em frente face ao que temos hoje. Pelo contrário, consigo mais facilmente imaginar uma nova Idade das Trevas, tão avançada tecnológicamente como carente de humanidade, refém de irracionais fanatismos religiosos, onde a vontade de cada um é cerceada pelo medo e pela insegurança. Como dizia uma amiga minha, é como se visse uma negra figura a abraçar este nosso mundo. E inevitavelmente me vem à memória a imagem do Sauron de Tolkien e a convicção de que, talvez desta vez, não se consiga destruír o Anel.
AR

quinta-feira, setembro 28, 2006

Eh, lá ...! (III)




















AR

Divagações LII

Um dia destes, a propósito de uma conversa qualquer, insinuou-se que ser-se D. Quixote não era boa ideia, que não levava a lado nenhum. Permitam-me discordar.
A mera insinuação de quixotismo é algo que me deixa profundamente orgulhoso. E isso por três ordens de razões.
Primeiro, por Dulcineia. D. Quixote era um homem que amava totalmente. Não pedia nada em troca. Não reclamava uma contrapartida. D. Quixote dava, sem retorno, um amor sem limites que o engrandecia, que o tornava um indivíduo infinitamente maior. Essa capacidade de amar, só por si, colocava-o num patamar muito superior a todos os outros. Fazia dele um Homem.
Em segundo lugar, D. Quixote tinha um sentido de decência e pudor que o distanciava de todos os outros. Era um Homem Limpo.
Finalmente, D. Quixote guiava-se por um código de conduta exemplar que fazia dele um Homem Justo. A Justiça de D. Quixote não se adapta aos interesses deste ou daquele. Porque a Justiça não se deve, como ele bem sabia, adaptar aos interesses deste ou daquele. Não é um pedaço de barro que moldemos às nossas conveniências.
E este Amor, esta Decência e esta Justiça davam-lhe a força para lutar contra os malvados Gigantes, disfarçados de Moínhos de Vento.
AR

terça-feira, setembro 26, 2006

A Esperança

Diz o povo, na sua sabedoria intuitiva, que 'mais vale um bom mandador do que um bom trabalhador'. É uma grande verdade.
A Administração Pública portuguesa sofreu de um estranho processo que a revolucionou e manteve muitas coisas na mesma.
Desde 1974 que o país sofreu uma evolução no sentido da maior qualificação. Diminuiu brutalmente o número de analfabetos (embora se mantenha um altíssimo nível de analfabetos funcionais, mas isso é outra conversa), aumentou a qualificação académica geral e aquilo que era há 30 anos a excepção começa hoje a ser a regra: licenciados. Pessoas com formação universitária.
Mas, noutro nível, a Administração sofreu um fenómeno catastrófico de reversão. As chefias deixaram de o ser por progressão na carreira e passaram a sê-lo por critérios que não incluem, de preferência, a competência.
O caso que conheço melhor é o da Câmara de Lisboa. E onde conheço muita gente.
Posso contar pelos dedos de uma mão as pessoas que exercem posições de chefia com competência. Não me chegaria aqui o espaço de um post para enumerar os incompetentes que mandam. A regra é, de resto, a da incompetência. E é este um fenómeno vertical.
Poderia começar pelos vereadores que beneficiam de tratamento por título académico que não detêm e ir por aí abaixo, até à chefia de divisão, enumerando os que foram colocados por serem amigos, partidários ou, pura e simplesmente, credores de favores. Julgo que poderia referir um ou dois casos em que isto não é assim. Lembro-me, aliás, de uma chefe de uma divisão de informática, ainda no tempo de João Soares, que não conseguia distinguir um computador de um simples terminal e que mandou distribuir terminais pelos funcionários julgando que eram computadores.
O cenário, grosso modo, mantém-se hoje. Correndo o risco de me enganar, julgo que não deve haver nenhuma chefia, actualmente, que não esteja em regime de comissão de serviço. Há anos que não há concursos, o que é absoluta e totalmente ilegal. Mas prática corrente, sem qualquer preocupação por parte dos respectivos serviços de fiscalização da Administração Central.
Este cenário leva, por isso, a comportamentos inadjectiváveis, de inqualificável cobardia e falta de verticalidade, em que se aceita a asneira e o disparate sem protesto, com medo de se perder o lugar, o carro, o telefone, o vencimento mais gordo e a mais rápida progressão na carreira.
Mas leva também, por arrastamento, à desresponsabilização, por ninguém assumir nada nem querer propor nada.
Julgo, de resto, que se afastam propositadamente as pessoas competentes e quando são nomeadas é sempre no pressuposto de que os serviços que vão chefiar não têm importância ou na base do engano, por quem nomeou não se ter apercebido de quem nomeava.
A juntar a isto, é a roda e a festa dos assessores. Estes, vou-me apercebendo, são de dois tipos. Ou gente já madura, experiente na arte de ter tacho sem produzir resultados, apenas aparecendo na altura da fotografia, ou gaiatos arrogantes e mal educados, por regra mal formados, sempre agarrados ao telemóvel, símbolo patético de gentalha patética, que manda sem saber trabalhar e que quando trabalha melhor faria que estivesse quieto.
A Administração funciona porque os técnicos são competentes, porque os funcionários de base, para utilizar uma linguagem partidária, são esforçados e dedicados, porque têm orgulho e brio naquilo que fazem, apesar da canalha que manda neles e que mantém as suas regalias enquanto eles vêem, de ano para ano, os seus ordenados mais pequenos e encolhidos.
Entristece-me vêr os funcionários caçados e perseguidos como se malfeitores fossem. Enfurece-me ver a comandita de merda, a canalha ordinária que manda nesta câmara (ah, como me enganei, como me enganei ...) e na Administração em geral continuar a medrar.
Mas a esperança, essa, é a última a morrer. E talvez um dia, talvez, essa canalha vá parar à lixeira de onde nunca deveria ter saído.
AR

In Memoriam - 11 de Setembro de 2001

Brenda E. Conway, Dennis Michael Cook, Helen D. Cook, Jeffrey W. Coombs, John A. Cooper, Julian T. Cooper, Joseph J. Coppo Jr., Gerard J. Coppola, Joseph A. Corbett, John (Jay) J. Corcoran III, Alejandro Cordero, Robert Cordice, Ruben D. Correa, Danny A. Correa-Gutierrez, Georgine Rose Corrigan, James Corrigan, Carlos Cortes, Kevin M. Cosgrove, Dolores Marie Costa, Digna Alexandra Costanza, Charles Gregory Costello Jr., Michael S. Costello, Asia S. Cottom, Conrod K.H. Cottoy Sr., Martin Coughlan, Sgt. John Gerard Coughlin, Timothy John Coughlin, James E. Cove, Andre Cox, Frederick John Cox Jr., James Raymond Coyle, Michelle Coyle-Eulau, Anne M. Cramer, Christopher S. Cramer, Lt. Cmdr. Eric Allen Cranford, Denise Crant, James L. Crawford Jr., Robert James Crawford, Tara Kathleen Creamer, Joanne Cregan, Lucia Crifasi, Lt. John Crisci, Daniel Hal Crisman, Dennis A. Cross, Helen Crossin-Kittle, Kevin Raymond Crotty, Thomas G. Crotty, John Crowe, Welles Remy Crowther, Robert L. Cruikshank, Francisco Cruz Sr., John Robert Cruz, Kenneth John Cubas, Thelma Cuccinello, Richard Joseph Cudina, Neil James Cudmore, Thomas Patrick Cullen III, Joan McConnell Cullinan, Joyce Cummings, Brian Thomas Cummins, Michael J. Cunningham, Robert Curatolo, Paul Dario Curioli, Patrick Currivan, Beverly Curry, Sgt. Michael Curtin, Patricia Cushing, Gavin Cushny


Eh, lá ...! (II)

















AR


segunda-feira, setembro 25, 2006

Horóscopo

Da edição de hoje do Jornal Metro:


Carneiro
Terá uma boa noite de sono, repousante e sonhadora. Tirando, é claro, os 'Aliens' à sua cabeceira, preparando-se para realizarem experiências horríveis com os seus rins.


Touro
O caminho para o trabalho poderá levá-lo a encontrar-se com um inesperado parceiro romântico. Ele ou ela poderão indicar que precisa de pastilhas para o hálito.


Gémeos
Óptimo dia para correr de um lado para o outro a gritar "O céu está a caír!" Tenha alguns bocados de vidro partido à mão se alguém se mostrar interessado.

Caranguejo
Trate-se bem hoje. Dê-se a si próprio uma massagem, um jantar e um beijinho de boa noite.

Leão
Hoje a sua vida vai mudar inesperadamente. Ah, espere, percebi mal a transmissão cósmica - é a sua COMIDA que vai mudar inesperadamente. Fique atento.

Virgem
Esteja com atenção a descontos em desodorizantes. Afinal, desodorizante nunca é demais, certo?

Balança
Se a sua vida está muito complicada, aguente-se mais um pouco. Há-de melhorar. Ou piorar. É difícil de dizer.

Escorpião
As energias cósmicas estão em baixo à tarde, portanto aproveite para fazer uma sesta. Pensando bem, qualquer altura é boa para uma sesta!

Sagitário
Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida. Infelizmente, amanhã é o último.

Capricórnio
Passe o dia a escrever um código secreto que só você conhece. No fim, coma-o para destruír as provas.

Aquário
Um óptimo dia para comprar uma serra eléctrica. Depois, telefone ao seu pior inimigo e diga-lhe: "Cuidado ... agora tenho uma serra eléctrica..."

Peixes
Hoje vai descobrir um cabelo a crecer num sítio estranho. Não se preocupe, a não ser que o sítio estranho seja o seu olho.

Alguma dúvida ou questão, por favor contactar a autora destas previsões, a Astróloga (imagino que seja) Andreia Gaita.

AR

sexta-feira, setembro 22, 2006

Divagações LI

A Pátria borbulha, em efervescência. Está certa na salvação. Luís Filipe volta-se a candidatar à presidência do Glorioso. Podemos todos dormir em paz.
AR

quinta-feira, setembro 21, 2006

Ai somos tantos?

O nosso país tem mais de 700.000 funcionários públicos. Dito de outra forma, tenho mais de 700.000 colegas. É bonito. Somos, posso afirmá-lo sem receio, uma grande família. Que, parece, tem crescido nos últimos anos também com a ajuda dos governantes que se sucedem no Poder.
Não tardou em aparecer logo a caterva do costume a atacar o funcionalismo. Porque somos demais, porque somos um grande peso na economia, porque não somos competentes.
Eu, no entanto, tenho uma perspectiva diferente sobre este assunto.
Se somos 700.000 é porque somos precisos. E se estamos a aumentar é porque quem trabalha no Privado, podendo, vem para a Administração Pública. Se assim não fosse, então as pessoas tentariam saír da Administração e ir trabalhar no Privado. Acompanhem o meu raciocínio.
Se no Privado é que é bom e na Administração é que é mau, então as pessoas prefeririam trabalhar no Privado. Se no Privado as pessoas fossem competentes e na Administração incompetentes, não consigo vislumbrar um único motivo para alguém querer deixar de ser competente para se transformar num incompetente. Se no Privado são todos trabalhadores e, na Administração, preguiçosos, não consigo compreender como é que alguém gostaria de deixar de ser um trabalhador aplicado para se transformar num sacana dum calão.
Ora, eu tenho uma teoria diferente.
Eu acho que existem mais de 700.000 funcionários públicos, porque a cambada que trabalha no Privado não passa de um chorrilho de incompetentes e mandriões, que vivem a fugir ao fisco e ao dever de pagar atempada e correctamente os seus impostos, que são incapazes de transformar as suas empresas em empresas fortes e dinâmicas e que não têm a capacidade de se dedicar em absoluto ao seu trabalho, aos projectos empresariais em que se encontram integrados. E que, por isso, gostariam de arranjar um emprego onde não pudessem ser despedidos para poderem continuar a viver da sua incompetência, da sua má formação e da sua preguiça. Só que não conseguem ser suficientemente bons e capazes de passar nos concursos públicos de acesso à Função Pública e que, por isso, passam o tempo a destilar veneno contra os Funcionários Públicos.
Falam mal do Estado mas não dizem que as suas empresas andam sempre de mão estendida a pedinchar contratos e subsídios. É certo que existe corrupção na Administração. Mas se pensarem bem, repararão que são os Privados, sempre, que a tentam (e normalmente conseguem) corromper. Alguma vez se ouviu uma notícia do tipo: "Direcção-Geral de Impostos constituída como réu em processo de corrupção com a Direcção-Geral de Trabalho"? Ou será sempre uma empresa privada que tenta conseguir vantagens, de forma ilícita, junto da Administração?
Bem faria, quem trabalha no Privado, se se esforçasse para que as suas empresas crescessem e fossem capazes de criar riqueza e emprego. Mas não. Em vez disso, limita-se a destilar ódio contra a Administração.
Cada vez me convenço mais que são esses 700.000 que andam a sustentar os outros 9 milhões.
AR

Assim não vale

Aquele senhor da Venezuela que se tornou conhecido por liderar 'golpes democráticos' e é grande amigo desse também grande democrata que responde pelo nome de Fidel Castro, esteve ontem no seu melhor.
Na Assembleia Geral das Nações Unidas chamou Diabo àquele senhor que se tornou conhecido por querer vingar as derrotas do pai e, imagine-se, até se benzeu.
Eu, se fosse ao Diabo, ficava chateado. Pelo insulto e pelo autor ...
AR

quarta-feira, setembro 20, 2006

O seu a seu dono

Há algum tempo atrás, logo depois da nossa derrota com a França, aqui publiquei este post. Recebi o texto num daqueles mails que correm a net sem referência de autor nem proveniência, como se gerados expontâneamente por uma qualquer pomba virtual.
Descobri há poucos minutos, num momento do mais puro 'laisser passer' do tempo, que o autor do texto está perfeitamente referenciado e, pelos vistos, não foi este blog o único a se apropriar, provavelmente de forma indevida, de trabalho alheio.
Pelo facto, aqui ficam as nossas (minhas) desculpas e a admissão da descoberta da paternidade perdida.
AR

In Memoriam - 11 de Setembro de 2001

Charles Lawrence (Chip) Chan, Mandy Chang, Rosa Maria (Rosemary) Chapa, Mark L. Charette, David M. Charlebois, Gregorio Manuel Chavez, Pedro Francisco Checo, Douglas MacMillan Cherry, Stephen Patrick Cherry, Vernon Paul Cherry, Nestor Chevalier, Swede Joseph Chevalier, Alexander H. Chiang, Dorothy J. Chiarchiaro, Luis Alfonso Chimbo, Robert Chin, Wing Wai Ching, Nicholas P. Chiofalo Jr., John Chipura, Peter A. Chirchirillo, Catherine E. Chirls, Kyung (Kaccy) Cho, Abul K. Chowdhury, Mohammed Salahuddin Chowdhury, Kirsten L. Christophe, Pamela Chu, Steven Paul Chucknick, Wai-ching Chung, Christopher Ciafardini, Alex F. Ciccone, Frances Ann Cilente, Elaine Cillo, Edna Cintron, Nestor Andre Cintron, Lt. Robert D. Cirri, Juan Pablo Alvarez Cisneros, Benjamin Keefe Clark, Eugene Clark, Gregory A. Clark, Mannie Leroy Clark, Sarah M. Clark, Thomas R. Clark, Christopher Robert Clarke, Donna Clarke, Michael Clarke, Suria R.E. Clarke, Kevin Francis Cleary, Jim Cleere, Geoffrey W. Cloud, Susan M. Clyne, Steven Coakley, Jeffrey Coale, Patricia A. Cody, Daniel Michael Coffey, Jason Matthew Coffey, Florence Cohen, Kevin Sanford Cohen, Anthony Joseph Coladonato, Mark J. Colaio, Stephen J. Colaio, Christopher M. Colasanti, Kevin Nathaniel Colbert, Michel Paris, Keith Eugene Coleman, Scott Thomas Coleman, Tarel Coleman, Liam Joseph Colhoun, Robert D. Colin, Robert J. Coll Jr., Jean Marie Collin, John Michael Collins, Michael L. Collins, Thomas J. Collins, Joseph Collison, Jeffrey Dwayne Collman, Patricia Malia Colodner, Linda M. Colon, Soledi Colon, Ronald Comer, Jaime Concepcion, Albert Conde, Denease Conley, Susan Clancy Conlon, Margaret Mary Conner, Cynthia L. Connolly, John E. Connolly, James Lee Connor, Jonathan (J.C.) Connors, Kevin P. Connors, Kevin Francis Conroy

Estou cheio de medo

Os bandalhos do costume indignaram-se muito com a citação, por Bento XVI, de um Imperador Bizantino acerca do Islão, citação de resto retirada do seu contexto e atribuída, com má intenção, ao Papa.
De seguida, e após queimarem uns bonecos com a farpela do KKK e as inevitáveis bandeiras dos EUA, meio dúzia de clérigos atrazados mentais lançaram umas fatwas sobre Bento XVI, a Al-Qaeda ameaçou de morte os seguidores da Cruz e disse uns disparates quaisquer sobre um vinho e mais não sei o quê e logo os idiotas do costume destas bandas se lançaram em críticas ao Papa porque ele isto, e ele aquilo, e a falta de oportunidade e tal e coisa. Os mesmos idiotas que criticaram os cartoons, há uns meses atrás e que andam sempre de cócoras perante essa canalha islâmica fanática. Ou seja, os cobardes do costume.
Como se imagina, ando aterrorizado com a hipótese de os terroristas levarem a cabo uns quantos atentados. Coisa que, toda a gente sabe, não fazem. Não fazem diariamente no Iraque, não fazem em Israel, nem no Afganistão, nem no Paquistão, nem fizeram ainda na Europa ou nos Estados Unidos. Agora é que eles vão começar! Por causa das palavras de um Imperador que morreu há 600 anos. Que, de resto, foram palavras injuriosas, como se sabe, porque o Islão, no seu imenso pacifismo, não se expandiu pela ponta da espada. Nem subjugou as outras religiões por onde passou. Aliás, não subjuga hoje em dia. Como todos sabemos, na Arábia Saudita, esse Islão tolerantíssimo permite a prática das outras religiões. Ou no Irão, esse paraíso de liberdade religiosa, ou no Sudão, onde nem está a ser levado a cabo um genocídio, pelo governo islâmico, contra os cristãos e animistas do Sul.
Como se tem visto, o Islão é extremamente aberto e tolerante, e não uma religião criada por um assassino que se intitulou profeta para ir para a cama com as mulheres que quisesse, juntar a sua bela fortuna e tornar-se um líder político.
É por isto que estou cheio de medo. Agora é que vão começar os sarilhos com o Islão!
AR

terça-feira, setembro 19, 2006

In Memoriam - 11 de Setembro de 2001

Daniel Martin Caballero, Jesus Cabezas, Lillian Caceres, Brian Joseph Cachia, Steven Cafiero Jr., Richard M. Caggiano, Cecile M. Caguicla, John Brett Cahill, Michael John Cahill, Scott W. Cahill, Thomas J. Cahill, George Cain, Salvatore B. Calabro, Joseph Calandrillo, Philip V. Calcagno, Edward Calderon, Sgt. 1st Class Jose Orlando Calderon-Olmedo, Kenneth Marcus Caldwell, Dominick E. Calia, Felix (Bobby) Calixte, Capt. Frank Callahan, Liam Callahan, Suzanne M. Calley, Luigi Calvi, Roko Camaj, Michael Cammarata, David Otey Campbell, Geoffrey Thomas Campbell, Jill Marie Campbell, Robert Arthur Campbell, Sandra Patricia Campbell, Juan Ortega Campos, Sean Canavan, John A. Candela, Vincent Cangelosi, Stephen J. Cangialosi, Lisa B. Cannava, Brian Cannizzaro, Michael R. Canty, Louis A. Caporicci, Jonathan N. Cappello, James Christopher Cappers, Richard M. Caproni, Jose Cardona, Dennis M Carey, Edward Carlino, Michael Scott Carlo, David G. Carlone, Rosemarie C. Carlson, Mark Stephen Carney, Joyce Ann Carpeneto, Jeremy M. Carrington, Michael T. Carroll, Peter Carroll, James J. Carson Jr., Christoffer Mikael Carstanjen, Angelene C. Carter, Christopher Newton Carter, James Cartier, Sharon A. Carver, Vivian Casalduc, John F. Casazza, Paul Cascio, Neilie Anne Heffernan Casey, William Joseph Cashman, Thomas Anthony Casoria, William Otto Caspar, Alejandro Castano, Arcelia Castillo, Leonard M. Castrianno, Jose Ramon Castro, William E. Caswell, Richard G. Catarelli, Christopher Sean Caton, Robert J. Caufield, Mary Teresa Caulfield, Judson Cavalier, Michael Joseph Cawley, Jason D. Cayne, Juan Armando Ceballos, Marcia G. Cecil-Carter, Jason Cefalu, Thomas J. Celic, Ana M. Centeno. Joni Cesta, John J. Chada, Jeffrey M. Chairnoff, Swarna Chalasini, William Chalcoff, Eli Chalouh

segunda-feira, setembro 18, 2006

Divagações L

Rebolo a rir.
O Presidente do Portimonense, depois de levar 4 em casa, afirmou que recebeu uma chamada anónima a informá-lo que o jogo com o Leixões estava arranjado e o árbito mais um fiscal de linha comprados pelo adversário. O Estoril quer ser indemnizado porque o adversário não compareceu ao jogo. O Sporting perdeu com um golo marcado com a mão. E o futebol é considerado como de interesse público.
Estimo que estejamos perante a época mais hilariante da história do futebol português.
AR

In Memoriam - 11 de Setembro de 2001

Anil T. Bharvaney, Bella Bhukhan, Shimmy D. Biegeleisen, Peter Bielfeld, William Biggart, Brian Bilcher, Mark K. Bingham, Carl Vincent Bini, Gary Bird, Joshua David Birnbaum, George Bishop, Kris Romeo Bishundat, Jeffrey D. Bittner, Balewa Albert Blackman, Christopher Joseph Blackwell, Carrie R. Blagburn, Susan L. Blair, Harry Blanding Jr., Janice L. Blaney, Craig Michael Blass, Rita Blau, Richard M. Blood Jr., Michael A. Boccardi, John Paul Bocchi, Michael L. Bocchino, Susan M. Bochino, Deora Frances Bodley, Bruce Douglas (Chappy) Boehm, Mary Katherine Boffa, Nicholas A. Bogdan, Darren C. Bohan, Lawrence Francis Boisseau, Vincent M. Boland Jr,, Touri Bolourchi, Alan Bondarenko, Andre Bonheur Jr., Colin Arthur Bonnett, Frank Bonomo, Yvonne L. Bonomo, Sean Booker, Kelly Ann Booms, Lt. Col. Canfield D. Boone, Mary Jane (MJ) Booth, Sherry Ann Bordeaux, Krystine C. Bordenabe, Diana Borrero de Padro, Martin Boryczewski, Richard E. Bosco, Klaus Bothe, Carol Marie Bouchard, John Howard Boulton Jr., Francisco Bourdier, Thomas H. Bowden Jr., Donna Bowen, Kimberly S. Bowers, Veronique (Bonnie) Nicole Bowers, Larry Bowman, Shawn Edward Bowman Jr., Kevin L. Bowser, Gary R. Box, Gennady Boyarsky, Pamela Boyce, Allen P. Boyle, Michael Boyle, Alfred Braca, Sandra Conaty Brace, Kevin H. Bracken, Sandra W. Bradshaw, David Brian Brady, Alexander Braginsky, Nicholas Brandemarti, Daniel R. Brandhorst, David Reed Gamboa Brandhorst, Michelle Renee Bratton, Patrice Braut, Lydia Estelle Bravo, Ronald Michael Breitweiser, Edward A. Brennan III, Frank H. Brennan, Michael Emmett Brennan, Peter Brennan, Thomas M. Brennan, Capt. Daniel Brethel, Gary L. Bright, Jonathan Briley, Mark A. Brisman, Paul Bristow, Victoria Alvarez Brito, Marion Britton, Mark Francis Broderick, Herman C. Broghammer, Keith Broomfield, Bernard Curtis Brown II, Janice J. Brown, Lloyd Brown, Capt. Patrick J. Brown, Bettina Browne, Mark Bruce, Richard Bruehert, Andrew Brunn, Capt. Vincent Brunton, Ronald Paul Bucca, Brandon J. Buchanan, Greg Joseph Buck, Dennis Buckley, Nancy Bueche, Patrick Joseph Buhse, John E. Bulaga Jr., Stephen Bunin, Christopher Lee Burford, Matthew J. Burke, Thomas Daniel Burke, Capt. William F. Burke Jr., Charles Burlingame, Thomas E. Burnett Jr., Donald James Burns, Kathleen A. Burns, Keith James Burns, John Patrick Burnside, Irina Buslo, Milton Bustillo, Thomas M. Butler, Patrick Byrne, Timothy G. Byrne

Divagações XLIX

Cada um tem os seus fantasmas. Cada um os exorcisa como quer ou pode. Ou não.
Por vezes são a razão para continuarmos a trilhar o nosso caminho. São eles que nos dão força. São eles que procuramos ver, a cada dia, a cada instante. E quando não, então tudo parece sem sentido.
Nesses momentos, os segundos passam com o peso de séculos, como se nos quisessem castigar por pecados que não nos lembramos de ter cometido.
AR

Beijo

Tudos os dias recordo
O beijo que não te dei.

Lembro os lábios que não se tocaram,
As mãos que não se entralaçaram,
Os corpos que não se uniram.

Recordo a cada instante
O odor do teu corpo que não senti,
O calor da tua boca e
O seu hálito morno, que não me tocou.

Imagino a casa que não construímos.
Aquele prado à frente dela
Que nunca vimos.

Ouço o riso das crianças que não criámos,
O barulho dos seus passos pelo pátio que não tivemos,
As suas brincadeiras, que não vimos.

À minha frente deslizam,
Calmamente,
As imagens dessa vida
Que não vivemos,
E a felicidade que não tive
Inunda-me.
Tranquilamente.

AR

sexta-feira, setembro 15, 2006

Eh, lá ...!















AR


In Memoriam - 11 de Setembro de 2001

Arlene T. Babakitis, Eustace (Rudy) Bacchus, John James Badagliacca, Jane Ellen Baeszler, Robert J. Baierwalter, Andrew J. Bailey, Brett T. Bailey, Garnet Edward (Ace) Bailey, Tatyana Bakalinskaya, Michael S. Baksh, Sharon Balkcom, Michael Andrew Bane, Kathy Bantis, Gerard Jean Baptiste, Walter Baran, Gerard A. Barbara, Paul V. Barbaro, James W. Barbella, Ivan Kyrillos Fairbanks Barbosa, Victor Daniel Barbosa, Christine Barbuto, Colleen Ann Barkow, David Michael Barkway, Matthew Barnes, Melissa Rose Barnes, Sheila Barnes, Evan J. Baron, Renee Barrett-Arjune, Arthur T. Barry, Diane Barry, Maurice Vincent Barry, Scott D. Bart, Carlton W. Bartels, Guy Barzvi, Inna Basina, Alysia Basmajian, Kenneth William Basnicki, Lt. Steven J. Bates, Paul James Battaglia, W. David Bauer, Ivhan Luis Carpio Bautista, Marlyn C. Bautista, Mark Lawrence Bavis, Jasper Baxter, Lorraine G. Bay, Michele (Du Berry) Beale, Todd Morgan Beamer, Paul F. Beatini, Jane S. Beatty, Alan Beaven, Larry I. Beck, Manette Marie Beckles, Carl John Bedigian, Michael Beekman, Maria Behr, (Retired) Master Sgt. Max Beilke, Yelena Belilovsky, Nina Patrice Bell, Andrea Della Bella, Debbie S. Bellows, Stephen Elliot Belson, Paul Michael Benedetti, Denise Lenore Benedetto, Bryan Craig Bennett, Eric L. Bennett, Oliver Bennett, Margaret L. Benson, Dominick J. Berardi, James Patrick Berger, Steven Howard Berger, John P. Bergin, Alvin Bergsohn, Daniel D. Bergstein, Graham Andrew Berkeley, Michael J. Berkeley, Donna Bernaerts-Kearns, Dave Bernard, William Bernstein, David M. Berray, David S. Berry, Joseph J. Berry, William Reed Bethke, Yeneneh Betru, Timothy D. Betterly, Carolyn Mayer Beug, Edward F. Beyea, Paul Beyer

quinta-feira, setembro 14, 2006

In Memoriam - 11 de Setembro de 2001


Gordon McCannel Aamoth Jr., Edelmiro (Ed) Abad, Maria Rose Abad, Andrew Anthony Abate, Vincent Abate, Laurence Abel, William F. Abrahamson, Richard Anthony Aceto, Heinrich B. , Paul Andrew Acquaviva, Christian Adams, Donald L. Adams, Patrick Adams, Shannon Lewis , Stephen Adams, Ignatius Adanga, Christy A. Addamo, Terence E. Adderley Jr., Sophia B. Addo, Lee Adler, Daniel Thomas Afflitto, Emmanuel Afuakwah, Alok Agarwal, Mukul Agarwala, Joseph Agnello, David Agnes, Joao A.D. Aguiar Jr., Lt. Brian G. Ahearn, Jeremiah J. Ahern, Joanne Ahladiotis, Shabbir Ahmed, Terrance Andre Aiken, Godwin Ajala, Gertrude M. Alagero, Andrew Alameno, Margaret (Peggy) Jezycki Alario, Gary Albero, Jon L. Albert, Peter Alderman, Jacquelyn Delaine Aldridge, Grace Alegre-Cua, David D. Alger, Ernest Alikakos, Edward L. Allegretto, Eric Allen, Joseph Ryan Allen, Richard Dennis Allen, Richard L. Allen, Christopher Edward Allingham, Anna Williams Allison, Janet M. Alonso, Anthony Alvarado, Antonio Javier Alvarez, Telmo Alvear, Cesar A. Alviar, Tariq Amanullah, Angelo Amaranto, James Amato , Joseph Amatuccio, Paul W. Ambrose, Christopher Charles Amoroso, Spc. Craig Amundson, Kazuhiro Anai, Calixto Anaya Jr., Joseph Peter Anchundia, Kermit Charles Anderson, Yvette Anderson, John Andreacchio, Michael Rourke Andrews, Jean A. Andrucki, Siew-Nya Ang, Joseph Angelini Jr., Joseph Angelini Sr., David Lawrence Angell, Lynn Edwards Angell, Laura Angilletta, Doreen J. Angrisani, Lorraine D. Antigua, Seima Aoyama, Peter Paul Apollo, Faustino Apostol Jr., Frank Thomas Aquilino, Patrick Michael Aranyos, David Arce, Michael G. Arczynski, Louis Arena, Barbara Jean (Bobbi) Arestegui, Adam Arias, Michael J. Armstrong, Jack Charles Aron, Joshua Aron, Richard Avery Aronow, Myra Joy Aronson, Japhet J. Aryee, Carl Asaro, Michael A. Asciak, Michael Edward Asher, Janice Ashley, Thomas J. Ashton, Manuel O. Asitimbay, Lt. Gregg Arthur Atlas, Gerald Atwood, James Audiffred, Louis Aversano Jr., Ezra Aviles, Alona Avraham, Ayodeji Awe, Samuel (Sandy) Ayala

Divagações XLVIII

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.


A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.


Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade loucura, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.


Oscar Wilde

Ah!Ah!Ah!Ah!

Gomes Canotilho elaborou um parecer sobre o caso Apito Dourado. Segundo esse parecer o caso deve ser arquivado porque a 'Lei da Corrupção' é inconstitucional. Pelo que percebi, a autorização legislativa não preenchia os requisitos que deveria e ninguém deu conta disso: nem a própria Assembleia da República quando elaborou a autorização nem, posteriormente, o Tribunal Constitucional, nem o Presidente da República. Enfim, passou ao lado de toda a gente.
De repente, quando os suspeitos do costume se encontravam numa situação pelo menos incómoda descobriu-se que afinal a lei não vale. E os suspeitos do costume correm o sério risco de ficarem sem preocupações de maior que não seja combinar uns jogos, arrebanhar uns árbitros, enfim, fazerem as negociatas habituais na sua habitual pacatez, imbuídos do mais salutar espírito de companheirismo.
Isto recorda-me o provérbio árabe do cântaro. Se o cântaro cai sobre a pedra, parte-se. Se a pedra cai sobre o cântaro, parte-se o cântaro. Quem se parte é sempre o cântaro. A pedra, essa, ri-se à gargalhada.
AR

quarta-feira, setembro 13, 2006

Eh, pá. Isso é bestial!

Li um dia destes num jornal, uma pequena (muito pequena, é um facto) notícia sobre os pais do bem amado Papa Bento XVI, figura querida nesta casa e cujas fotografias (algumas) temos publicado nos últimos dias.
Rezava (que expressão tão apropriada!) então a notícia que os seus pais se tinham conhecido através de um anúncio de jornal. Ulálá!!!! Um anúncio de jornal! Lá para 1920, mais coisa, menos coisa. Isso deveria ser extremamente revolucionário para a época, imagino. O cavalheiro tinha então 43 anos e apresentava-se como 'católico, honesto e modesto funcionário público'. Procurava 'senhora católica' que soubesse cozinhar e passar a ferro e, note-se, 'tivesse algum património'. Ou seja, o pindérico e encalhado funcionário público queria mulher para tratar dele e, já agora, que tivesse cheta, que era coisa que vinha mesmo a calhar.
E pronto. Lá se conheceram, criaram um lar, constituíram família e tiveram pelo menos dois lindos rebentos. Um que ainda é padre (puxou ao pai, com certeza, pois continua teso e modesto) e outro que, sendo padre, chegou a Papa (puxou com certeza à mãe, pelo menos se convertermos o património em sucesso profissional).
Bem haja, Santo Padre, bem haja!
AR

terça-feira, setembro 12, 2006

Ah, maganote ...!










AR


A Grande Oportunidade II

Devo dizer que fiquei surpreendido com a decisão do Tribunal Administrativo que indeferiu o pedido do Gil Vicente para não ser aceite a Declaração de Interesse Público, apresentada pela Federação Portuguesa de Futebol, que possibilitava a realização normal dos campeonatos de futebol profissional das I e II Ligas e, até ver, reenvia o Gil Vicente para a II Liga.
E fiquei surpreendido porque o tribunal entendeu que os jogos de futebol são uma questão de interesse público!!! O(A) Merítissimo(a) Juíz(a) entendeu que uns pontapés numa bola dados por um conjunto de analfabetos funcionais é interesse público. Imagino que a par, mais coisa menos coisa, de coisas como a Defesa Nacional ou a Política Externa, a Educação ou o Emprego, as Finanças ou a Saúde.
Abençoado o país onde assim se pensa. Estão garantidos os Valentins e as Fátimas da pátria. Rejubilem os nossos corações.
AR

segunda-feira, setembro 11, 2006

Divagações XLVII





















AR

Ah, maganito ...!















AR


5 Anos














Ainda falta deitar a mão à canalha.

AR


sexta-feira, setembro 08, 2006

Lâmina

Cada partida tua me fere.

O teu adeus é uma lâmina
De solidão que se me crava na alma.

Sinto-me vazio e só,
E anseio pelo teu retorno
Como quem busca o ar
Que lhe falta.

No ar fresco da manhã
Busco o teu cheiro.
No calor da tarde
Busco o teu sorriso.
Na serenidade da noite
Busco-te a ti.

'Não vás' quero-te pedir.
Não vás.

AR

A Grande Oportunidade

Os sócios do Gil Vicente, sem se aperceberem, deram ontem um passo importante na direcção de uma possível mudança no seio do futebol português e, talvez, do futebol mundial.
O cenário é o seguinte: o Gil Vicente mantém a decisão de contestar nos tribunais civis as decisões atabalhoadas e comprometidas quer da Liga de Clubes quer da Federação Portuguesa de Futebol, a FIFA, a 14 de Setembro, suspende as equipes portuguesas de todas as competições internacionais, os clubes portugueses de maior dimensão entram em colapso financeiro (o que, de resto, deveria ter acontecido já há algum tempo), por pressão 'popular' os principais dirigentes desportivos são afastados das suas funções. Este cenário agrada-me sobremaneira.
Vamos por partes. Não conheço em detalhe este caso. Julgo, de resto, que relativamente pouca gente o deve conhecer em detalhe. Mas a ideia que tenho é que, graças a uma trapalhada administrativa que tinha como objectivo salvar o Belenenses, ter-se-ão violado algumas regras básicas do futebol profissional, ente as quais a de os jogadores estarem devidamente inscritos, o que, aparentemente, não aconteceu.
Por causa disso, parece que o Gil Vicente deveria não ter descido de Divisão mas sim o Belenenses. O Gil Vicente não se conformou com as decisões tardias e contraditórias dos órgãos de justiça desportivos e recorreu aos tribunais civis.
Ora aqui assenta o ponto essencial da questão: o direito de um clube recorrer, quando se considera lesado, aos tribunais civis, a que todos os cidadãos e todas as empresas podem recorrer. O problema é que o Mundo do Futebol se considera fora da alçada da justiça comum e pretende impedir que os clubes recorram à Justiça. Acontece que não só o acesso à Justiça recorre de um direito elementar que cabe a tudo e todos, como a currupção que grassa no desporto em geral e, pela sua dimensão económica, no futebol em particular, deve tornar esse direito ainda mais inalienável. É evidente que as decisões dos órgãos jurisdicionais desportivos, nacionais ou estrangeiros, se baseiam não em critérios de justiça e de reposição da verdade mas sim de satisfação de interesses económicos e, por vezes, políticos, que nada têm a ver com aquilo que se entende chamar de 'justiça desportiva'.
É por isso que este caso é importante. Se o Gil Vicente tiver a coragem de ir com este assunto até às últimas consequências, corremos o risco de, eventualmente, o Tribunal de Justiça das Comunidades vir a decidir que aos clubes e demais instituições deportivas assiste o direito de recorrerem, sempre que o entenderem, aos tribunais comuns. Uma decisão deste teor seria tão ou mais importante como a do chamado 'Caso Bosman' e acabaria, definitivamente, com o poder de intimidação da FIFA e, no caso europeu, da UEFA. O Futebol seria um desporto melhor.
AR

quinta-feira, setembro 07, 2006

e mai' nada ...















AR

Divagações XLVI















AR


Ah, maganão ...!












AR

quarta-feira, setembro 06, 2006

Divagações XLV

Há um aroma diferente no ar. Apesar do calor, o Verão está a chegar ao fim. Antecipo, com prazer, os dias frescos de Outono. E o ano que rapidamente se aproxima do fim.
AR

terça-feira, setembro 05, 2006

Ah, magano...!















AR

Divagações XLIV

As férias começavam aí pelo início de Junho. Por vezes mesmo pelo final de Maio, depois dos últimos testes. As últimas duas semanas de aulas eram, por regra, estranhas: ainda tínhamos aulas mas já não contavam. Conversava-se enquanto os professores preenchiam os sumários com uns inverificáveis 'Resumos da matéria dada'.
Depois ... bem, depois arrastavam-se lentamente até Outubro. Um arrastar que se podia saborear, espesso e cremoso, enquanto o Verão de desenrolava à nossa frente. Praia, amigos, Coimbra. Sempre a inevitável e muito desejada Coimbra.
Em Agosto, nas horas em que o calor apertava, jogava-se Monopólio. Normalmente quem ficava com a Banca ganhava. Sinais dos tempos que viriam. 'Ganha a Banca' traduzia-se perfeitamente por 'Ganha quem tem a Banca.' Eram os hotéis mortais na Rua Augusta e no Rossio, ou aquela esquina assassina dos bairros laranja e vermelho: a Sá da Bandeira, a R. do Carmo, a Santa Catarina ... o acumular de dinheiro no centro até que alguém caísse na casa certa e arrecadasse o monte de notas. Não havia Sorte nem Caixa da Comunidade que salvasse quem caísse no Rossio. Apenas o 'Vá para a Prisão. Vá directamente sem passar pela casa Partida e sem receber $2000'.
E quando, finalmente, podíamos saír e ir à mercearia do Vítor comprar os gelados de cubos de sumo, a 1$00 cada, eramos os novos magnatas do imobiliário em Portugal.
AR

segunda-feira, setembro 04, 2006

Ciudad Sin Sueño

"No duerme nadie por el cielo.
Nadie, nadie.
No duerme nadie.
Las criaturas de la luna huelen y rondan sus cabañas.
Vendrán las iguanas vivas a morder a los hombres que no sueñan
y el que huye con el corazón roto encontrará por las esquinas
al increíble cocodrilo quieto bajo la tierna protesta de los astros.

No duerme nadie por el mundo.
Nadie, nadie.
No duerme nadie.
Hay un muerto en el cementerio más lejano
que se queja tres años
porque tiene un paisaje seco en la rodilla;
y el niño que enterraron esta mañana lloraba tanto
que hubo necesidad de llamar a los perros para que callase.
No es sueño la vida.
¡Alerta! ¡Alerta! ¡Alerta!
Nos caemos por las escaleras para comer la tierra húmeda
o subimos al filo de la nieve con el coro de las dalias muertas.
Pero no hay olvido, ni sueño:
carne viva. Los besos atan las bocas
en una maraña de venas recientes
y al que le duele su dolor le dolerá sin descanso
y al que teme la muerte la llevará sobre sus hombros.
Un día los caballos vivirán en las tabernas
y las hormigas furiosas
atacarán los cielos amarillos que se refugian en los ojos de las vacas.

Otro día
veremos la resurrección de las mariposas disecadas
y aún andando por un paisaje de esponjas grises y barcos mudos
veremos brillar nuestro anillo y manar rosas de nuestra lengua.
¡Alerta! ¡Alerta! ¡Alerta!
A los que guardan todavía huellas de zarpa y aguacero,
a aquel muchacho que llora porque no sabe la invención del puente
o a aquel muerto que ya no tiene más que la cabeza y un zapato,
hay que llevarlos al muro donde iguanas y sierpes esperan,
donde espera la dentadura del oso,
donde espera la mano momificada del niño
y la piel del camello se eriza con un violento escalofrío azul.
No duerme nadie por el cielo.
Nadie, nadie.
No duerme nadie.
Pero si alguien cierra los ojos,
¡azotadlo, hijos míos, azotadlo!
Haya un panorama de ojos abiertos
y amargas llagas encendidas.
No duerme nadie por el mundo. Nadie, nadie.
Ya lo he dicho.
No duerme nadie.
Pero si alguien tiene por la noche exceso de musgo en las sienes,
abrid los escotillones para que vea bajo la luna
las copas falsas, el veneno y la calavera de los teatros."

Federico Garcia Lorca

Back to Basics

Entusiasmo-me a discutir as maravilhas da Social Democracia, da Liberdade, dos Direitos Humanos e de tantas outras coisas importantes.

AR


sexta-feira, setembro 01, 2006

Divagações XLIII


















De cada vez que acho que a minha vida está a correr menos bem penso em coisas assim e percebo o feliz que sou.

AR

Poeira

Sempre me espanto com a mudança. E penso como as coisas mudam tantas vezes tão rapidamente que só nos chegamos a aperceber da mudança depois de ela ter acontecido. Não me parece isso mau. A vida não é uma realidade imutável. Se o fosse seria absolutamente insuportável. E a mudança incomoda-me particularmente pouco quando, depois de ocorrer, pensamos no que mudou, sem mágoa nem tristeza, apenas como poeira do tempo. Que se sacode e lança fora e se reserva apenas ao baú das memórias.
AR

This page is powered by Blogger. Isn't yours?