sexta-feira, agosto 01, 2003

Fogo posto

E tudo em mim é um fogo posto
Chamas que me queimam, altaneiras
Mantidas por um corpo sem rosto
Que me consomem de mil maneiras

Chamas, calor, inferno. É sofrer
Por ti, Ofélia, infinita dor
Do receio perene de perder
A sombra querida de teu amor.

Olho estas chamas sem remédio
Qual monstro hediondo, sem rosto
Que destrói meu sonho etéreo

Para acordar, seco e brusco
Imerso em vagas de tédio
Pois tudo em mim é um fogo posto.

/AR

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