segunda-feira, agosto 25, 2003

Não vejo

Não vejo as flores que me não mandas,
Não vejo os braços que me não chegam,
Não vejo teu corpo, nem se me amas
Sei. Apenas as distâncias se não fecham.

Não vejo teus olhos, que me não brilham,
Não vejo tua boca, que me não ri,
Não vejo as flores, que me não chegam,
Sei apenas a distância que não vi.

Olho só, perdido, a distância
Deste imenso mar que me separa
De teu corpo, tua doce fragância.

Vejo apenas, triste, esta amarra
Que na sua imensa arrogância
Me não deixa ainda partir nem amar.
AR

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