quinta-feira, agosto 21, 2003
promoções
Fui à fnac do Colombo. Aos saldos (aliás, "promoções") de livros:
Vejam só o que trouxe:
- «Angela’s Ashes», de Frank McCourt (assim, em inglês, para eu treinar esta língua bárbara), numa atraente edição da Harper Collins Publishers, com um pequeno defeito na capa (agora imperceptível depois de um arranjinho com fita-cola), por 1,50 €;
- «Síndroma de Abandono» (1º capítulo), um clássico da psicanálise, de 1950, de Germaine Guex, Edições Sá da Costa / Público, também por 1,50 € - para não me esquecer de quanto somos frágeis e carentes de amor e de como são estruturais os medos, as frustações, a solidão, a ...;
- e a cereja em cima do bolo, «A Conversa de Bolzano», de Sándor Márai, da Teorema, por 2,50 €.
Sándor Márai é um escritor húngaro (1900-1989), um clássico dotado de uma escrita límpida, polida, muito envolvente, cujas palavras depuram e traduzem o mais complexo da alma humana. Por coincidência, li há pouco tempo o fabuloso «As Velas Ardem Até Ao Fim », editado pela D. Quixote. «As Velas...» é um livro sobre o mais puro e belo dos sentimentos: a amizade masculina.
Boa leitura para este tempo de ruínas:
«- Que queres desse homem? - perguntou a ama.
- A verdade - disse o general.
- Conheces bem a verdade.
- Não conheço (...). É mesmo a verdade que não conheço.
- Mas conheces a realidade - disse a ama numa voz aguda, ofensiva.
- A realidade não é a verdade - retorquiu o general - A realidade é apenas um pormenor.»
(...)
«Uma pessoa sempre responde com a sua vida inteira às perguntas mais importantes. Não importa o que diz entretanto, com que palavras e argumentos se defende. No fim, no fim de tudo, com os factos da sua vida responde às perguntas que o mundo lhe dirigiu com tanta insistência. Essas perguntas são as seguintes: Quem és tu?... Que querias realmente?... Que sabias realmente?... A que foste fiel ou infiel?... A quê ou a quem mostraste ser corajoso ou cobarde? São essas as perguntas. E uma pessoa responde como pode, duma maneira sincera ou mentindo; mas isso não tem grande importância. O importante é que, no fim, uma pessoa responde com toda a sua vida».
CC
Vejam só o que trouxe:
- «Angela’s Ashes», de Frank McCourt (assim, em inglês, para eu treinar esta língua bárbara), numa atraente edição da Harper Collins Publishers, com um pequeno defeito na capa (agora imperceptível depois de um arranjinho com fita-cola), por 1,50 €;
- «Síndroma de Abandono» (1º capítulo), um clássico da psicanálise, de 1950, de Germaine Guex, Edições Sá da Costa / Público, também por 1,50 € - para não me esquecer de quanto somos frágeis e carentes de amor e de como são estruturais os medos, as frustações, a solidão, a ...;
- e a cereja em cima do bolo, «A Conversa de Bolzano», de Sándor Márai, da Teorema, por 2,50 €.
Sándor Márai é um escritor húngaro (1900-1989), um clássico dotado de uma escrita límpida, polida, muito envolvente, cujas palavras depuram e traduzem o mais complexo da alma humana. Por coincidência, li há pouco tempo o fabuloso «As Velas Ardem Até Ao Fim », editado pela D. Quixote. «As Velas...» é um livro sobre o mais puro e belo dos sentimentos: a amizade masculina.
Boa leitura para este tempo de ruínas:
«- Que queres desse homem? - perguntou a ama.
- A verdade - disse o general.
- Conheces bem a verdade.
- Não conheço (...). É mesmo a verdade que não conheço.
- Mas conheces a realidade - disse a ama numa voz aguda, ofensiva.
- A realidade não é a verdade - retorquiu o general - A realidade é apenas um pormenor.»
(...)
«Uma pessoa sempre responde com a sua vida inteira às perguntas mais importantes. Não importa o que diz entretanto, com que palavras e argumentos se defende. No fim, no fim de tudo, com os factos da sua vida responde às perguntas que o mundo lhe dirigiu com tanta insistência. Essas perguntas são as seguintes: Quem és tu?... Que querias realmente?... Que sabias realmente?... A que foste fiel ou infiel?... A quê ou a quem mostraste ser corajoso ou cobarde? São essas as perguntas. E uma pessoa responde como pode, duma maneira sincera ou mentindo; mas isso não tem grande importância. O importante é que, no fim, uma pessoa responde com toda a sua vida».
CC