sexta-feira, agosto 22, 2003

Quosque tandem, Delgadus, abuteris patientia nostra?

Há uns dias atrás, o meu ilustre colega bloguista CC mencionava o nome de Luís Delgado, a propósito de "blogs" e "opinion makers". A criatura em causa é um dos melhores argumentos para não ler o DN, em particular quando já não temos Vasco Pulido Valente para contrabalançar (lembram-se do que VPV escreveu sobre o pós-Guerra do Iraque? Infelizmente profético, como é habitual...).
No caso do "Expresso", que por inércia continuo a comprar, consegui desenvolver apuradas técnicas para não ler uma única linha que seja escrita por Rui Henriques Coimbra. Talvez tenha de a aplicar ao DN e a Delgado.
Em todo o caso, não resisto a recordar um episódio sintomático. Em debate realizado (creio que na SIC) aquando da Guerra do Iraque, o qual versava sobre o papel dos jornalistas na frente de combate, Nuno Rogeiro referiu que a realidade nesse campo evolui bastante desde o inesquecível "Miguel Strogoff". Para quem não saiba, Júlio Verne (esse gigante!) criou no romance em causa duas personagens, um repórter francês e outro britânico, que acompanhavam a frente de combate na Rússia czarista, e que se degladiavam para fazer chegar às respectivas redacções as últimas novidades. Memorável aliás a passagem em que o francês chega primeiro ao telégrafo, consegue transmitir a sua crónica, e para sabotar o trabalho do inglês - que aguardava de seguida - começa a ditar ao telegrafista a Bíblia...
Mas voltando ao Portugal de hoje, quando Rogeiro falou no "Miguel Strogoff", Delgado retorquiu: "E a seguir, vais falar no Tio Patinhas?". Sem comentários...
LR
zardoz@sapo.pt

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