quarta-feira, setembro 10, 2003
Canto Último
Chega-me o cantar doce do mar.
O meu rosto, a brisa salgada
Acaricia, jovem, ousada
Como amante que me seduz, vulgar.
As sereias cantam-me a mim.
A espuma branca é o meu retrato.
Vejo-me nela, velho, tonto, chato,
De tanto viver só, cansado, assim.
A vida corre por meus olhos.
Não a quero ver. Fujo dela.
Corro, grito, tropeço na água,
Caio, de cara, nos escolhos
Desamparado, exausto. Ouço-a,
Voz do fim. Acaba aqui. Não há mágoa.
AR
O meu rosto, a brisa salgada
Acaricia, jovem, ousada
Como amante que me seduz, vulgar.
As sereias cantam-me a mim.
A espuma branca é o meu retrato.
Vejo-me nela, velho, tonto, chato,
De tanto viver só, cansado, assim.
A vida corre por meus olhos.
Não a quero ver. Fujo dela.
Corro, grito, tropeço na água,
Caio, de cara, nos escolhos
Desamparado, exausto. Ouço-a,
Voz do fim. Acaba aqui. Não há mágoa.
AR