terça-feira, setembro 16, 2003

Cinzento

Persigo uma sombra!
Persigo-a cambaleante e trôpego.
Corro atrás dela insane e sôfrego.
Fugidia, esconde-se na penumbra.

Não me chega a luz.
A sombra à minha volta tudo reduz
Ao cinzento indistinto
Que menos vejo do que sinto.

Não grito! A voz já não sai.
Presa, sufocada, incapaz
De se expandir na espessura do ar.

Não sei se meu corpo cai,
Se persegue ainda esse sonho fugaz
Que me ilude, foge, quer brincar.

AR

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