segunda-feira, setembro 15, 2003

de que falamos quando falamos de amor

Leio «O Fim da Aventura», de Graham Greene, nesta edição, com prefácio e tradução de Jorge de Sena.
«O Fim da Aventura» é uma das obras maiores da literatura do século XX. É um romance de amor perfeito, comovente e impecavelmente bem escrito. Devia ser de leitura obrigatória nas escolas. E nas nossas vidas.
«- Não há que ter tanto medo. O amor não acaba. Só porque deixámos de nos ver...
(...)
- Querido, querido. As pessoas amam Deus, não amam, a vida inteira, sem O verem nunca?
- Não é um amor como o nosso.
- Às vezes julgo que não há outro amor.

(...)
Enquanto amava Maurice, amei Henry; e agora, que sou o que chamam uma boa alma, não amo ninguém.
(...)
- Também é capaz de explicar o amor?
- Pois sou. Nalguns, o desejo de possuir, como a avareza. Noutros, o desejo de entregar-se, perder o sentido da responsabilidade, o gosto de ser cortejado. Às vezes, apenas uma vontade de poder falar, aliviar o espírito com alguém que não se aborrecerá. O desejo de encontrar outra vez um pai ou uma mãe. E, é claro, subjacente a tudo, o impulso biológico.
É bem verdade, pensei eu, mas não haverá algo por cima de tudo isso? Tudo isso fui descobrindo em mim, em Maurice também, e, todavia, por muito que avançasse, não cheguei ao fim.
»
Aproveitem a oportunidade. Gastem os 5 euros mais bem gastos da vossa vida.
CC

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