quarta-feira, outubro 15, 2003

a dança das cadeiras

Em dois anos de governo Durão, tivemos quatro demissões de ministros. Dá uma média de seis meses por cada cabeça que rolou. Olvidemos por ora os motivos e a justeza das demissões em causa, e pensemos no seguinte: o principal factor de perturbação que estas demissões causam é a incerteza.
Os agentes económicos, as forças sociais, a população em geral, precisam de estabilidade. Em nome deste sacrossanto princípio, ocorreu-me o seguinte: porque não agendar, periodicamente e com data marcada, a demissão de um ministro. Poderia até ser de seis em seis meses, para manter a tradição.
Quando à escolha do feliz contemplado, parece-me justa e adequada a dança das cadeiras. Isto é, os ministros correm à volta das cadeiras (sendo que tem de haver menos uma que o número de ministros) enquanto a música tocar, e quando esta pára todos se sentam. O que ficar de pé é demitido.
LR

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