segunda-feira, outubro 20, 2003

Partida

Pressinto-te partir.
Os teus olhos tornam-se vagos
E o seu verde, a sorrir,
já não o faz para mim.

As tuas palavras chegam-me sem sentido,
Meras repetições de outras, muitas,
Que ouço aqui e ali, como um dado
Adquirido que soa, trágico, no ouvido.

Quero saber porque partes,
Porque deslizas da sombra da minha vida
Para outra. Com que artes

Te vais, assim, com um sorriso
E nem me dizes adeus, apenas partes
Como vento soprando.
AR

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