sexta-feira, outubro 10, 2003

Quaresma

Ainda a propósito do filme Quaresma, do qual fui um dos 37,58 espectadores que assistiram ao mesmo até ao fim sem adormecer, não resisto a publicar a crítica do «Inimigo Público». Os restantes 36,58 espectadores vão apreciar. Aqui vai, com a devida vénia:
«"Quaresma" fez renascer o católico que há em mim; recordou-me a importância do sacrifício, da penitência, do purgatório, do sofrimento, do calvário... É fácil imaginar o padre do Bibi a dizer-lhe, depois da confissão: "Não, meu filho, não te safas só com seiscentos "Pai-Nossos" e duas mil "Avé-Marias"; não - vais mesmo ter de ver o "Quaresma".
O filme começa num velório e essa é a parte menos deprimente. Os actores, de Filipe Cary a Ricardo Aibéo, parecem estar sob o efeito de uma dose cavalar de barbitúricos. Carlos Carvalhas a falar do futuro consegue ser muito mais animado. A única excepção é Beatriz Batarda, que alterna os olhares assustados com os risinhos nervosos; duas reacções perfeitamente compreensíveis em qualquer actriz que tenha de entrar num filme destes.
David é um jovem engenheiro que regressa à casa da família para assistir ao funeral do avô. O rapaz tem uma característica curiosa: de cada vez que adormece numa sala, as pessoas ao seu redor começam a fornicar. No velório David reencontra Ana, a mulher do primo industrial, que é maluquinha e anda sempre descalça. Passeiam pela serra da Estrela, apanham vento, assistem ao assassinato de um primo que está vestido de mulher - enfim, o habitual.
Não tenho bem a certeza se os dois se apaixonam porque adormeci nessa parte e quando voltei a acordar já David estava na Dinamarca a estudar a energia do vento. A mulher e a filha estão com ele, e os três levam uma vida ligeiramente menos excitante do que um discurso do Jorge Sampaio. Ora, quem é que David se lembra de convidar para ir tomar conta da filha de ano e meio: obviamente, de Ana que é maluquinha e anda sempre descalça. Depois não acontece grande coisa (antes também não) e no fim Ana regressa a Portugal com o marido (...)».
Em exibição, num cinema não demasiado longe de si.
CC

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