quarta-feira, novembro 05, 2003
a diferença está nas vítimas
A mim também me doem as vítimas da pobreza: 21% de portugueses vivem abaixo do limiar de pobreza, a proporção do rendimento recebida pelos 20% mais ricos da população era, em 1999, 6,4 vezes superior à recebida pelos 20% mais pobres.
Doem-me as vítimas do desemprego: os milhares de desempregados (quase meio milhão) subitamente abandonados como peças obsoletas, lixo humano não reciclável. Sem falar na percentagem de 20,3% de trabalhadores precários em Portugal (não contando com os falsos recibos verdes e o emprego informal). Todos vítimas da crise, claro.
Doem-me as novas vítimas da exploração da mão-de-obra imigrante clandestina, sujeita ao arbítrio total do patronato.
A diferença das vítimas não está (só) nas bolsas de cada qual. E eu sei, LR, que a culpa é desta globalização fragmentada em que vivemos.
A diferença está também nas lutas. Uns lutam pelo amanhã que querem construir, outros pelo passado que querem ver repetido; uns pelo coração da humanidade, outros pelo neoliberalismo; uns pela liberdade, outros por (nos) fazerem escravos.
O capitalismo também se alimenta de sangue.
CC
Doem-me as vítimas do desemprego: os milhares de desempregados (quase meio milhão) subitamente abandonados como peças obsoletas, lixo humano não reciclável. Sem falar na percentagem de 20,3% de trabalhadores precários em Portugal (não contando com os falsos recibos verdes e o emprego informal). Todos vítimas da crise, claro.
Doem-me as novas vítimas da exploração da mão-de-obra imigrante clandestina, sujeita ao arbítrio total do patronato.
A diferença das vítimas não está (só) nas bolsas de cada qual. E eu sei, LR, que a culpa é desta globalização fragmentada em que vivemos.
A diferença está também nas lutas. Uns lutam pelo amanhã que querem construir, outros pelo passado que querem ver repetido; uns pelo coração da humanidade, outros pelo neoliberalismo; uns pela liberdade, outros por (nos) fazerem escravos.
O capitalismo também se alimenta de sangue.
CC