terça-feira, novembro 11, 2003

Sopro de vento

Já não lês os poemas que te escrevo.
Luto com eles na minha noite, onde o ruído soa
A nada e ali fica, agarrado, preso
Enquanto o meu pensamento abre as asas e para ti voa.

Vejo como miragem os teus olhos
Verdes. E com eles as ondas do mar
Que vão e vêm, batendo em escolhos
Intransponíveis. Tenho saudades do teu olhar

Que me fazia sonhar.
E do teu sorriso,
Onde me deixava embalar.

Já não lês os poemas que te escrevo,
E a noite é, para mim, de um negro mais negro.
Estou mais só. Tão mais só.
AR

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