quarta-feira, dezembro 17, 2003

cubo

Como não vejo televisão, acabo por prestar um mau serviço público de blogging: peço desculpa. Esta noite a RTP 2 transmitiu um filme extraordinário, Cube, de Vincenzo Natali. Datado de 1997, Cubo foi premiado em vários festivais internacionais de cinema, entre os quais o Fantasporto, onde tive ocasião de o descobrir.
Diz a RTP que Cubo é «uma surpreendente fantasia, mista de Ficção Científica, thriller de terror e psicodrama, sobre a odisseia de seis indivíduos fechados num perverso e alucinante labirinto em forma de cubos inter-ligados, uma boa parte deles letais, devido a perversas e sanguinárias armadilhas. O estreante Vincenzo Natali constrói um filme de sufocante e opressivo suspense, explorando de forma admirável um delirante jogo de resistência psicológica e física à claustrofobia e a forças desconhecidas e mortais, em que cada um tem de contar com os seus dotes pessoais e com a cumplicidade e ajuda dos restantes».
Em geral, é este o tom dos comentários a este filme brilhante. No entanto, falta sempre referir que Cubo é o mais existencialista de todos os filmes. Um espelho fiel da condição humana numa terra sem Deus. A busca de um sentido, de um caminho, uma saída (melhor dito, de uma redenção) - para que, quando os julgamos ter encontrado, nos perguntemos: e agora, que fazer?

Quentin: For Christ's sake, Worth, what do you live for? Don't you have a wife, or a girlfriend, or something?
Worth: Nope. I've gotta pretty fine collection of pornography.
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Worth: What do ya think?
Leaven: You don't have a lot of lives left.
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Worth: There is no conspiracy. Nobody is in charge. It's a headless blunder operating under the illusion of a master plan. Big Brother isn't watching you anymore!
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Quentin: Who do you think the establishment is? It's just guys like me. Their desks are bigger, but their jobs aren't. They don't conspire, they buy boats.
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Worth: You think somebody would go to all the trouble to build this thing if you could just walk out?
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[Leaven, Kazan & Worth reaching the exit of the cube]
Worth: There's nothing out there for me.
Leaven: I can live with that.
Cube é uma simples mas belíssima metáfora à existência humana.
CC

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