segunda-feira, janeiro 12, 2004

Ainda há esperança ...

A política portuguesa viveu, este fim-de-semana, um dos seus momentos mais altos dos últimos tempos. Digo isto a propósito da afirmação, feita por esse ícone da Democracia, elemento de referência da Ética e da Transparência, que é o Sr. Avelino Ferreira Torres, Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canavezes, sobre o apuramento da raça pelo Desporto.
Naturalmente, e como todos compreenderão, o desporto é um veículo excelente para se atingirem diversos objectivos, sejam eles inculcar valores de lealdade e solidariedade nos jovens (e até nos menos jovens) ou melhorar a condição física e, por isso, a saúde do praticante. Fiquei agora a saber que o desporto também apura a raça.
Temo, no entanto, que nos defrontemos, no caminho difícil que leva ao aperfeiçoamento da raça, com diversos problemas, como seja o problema das escolhas.
Na realidade, para apurarmos a nossa raça vamos ter que optar por uma daquelas a que pertencemos. Assim, escolheremos os nossos genes celtas ou optaremos pelos visigóticos? Preferiremos os árabes ou decidirnos-emos pelos judaicos? E se optarmos por estes últimos, será que não passaremos a sentir uma vontade compulsiva de por um paninho preto no alto da cabeça? E se optarmos pelos árabes? Passaremos a rezar compulsivamente cinco vezes por dias e poderemos ter mais do que uma mulher? Mas se, pelo contrário, optarmos velos visigóticos ou pelos celtas? Passaremos a andar à traulitada a torto e a direito? E se optarmos pelo que nos resta de romano, grego, fenício?
Eu sei que os amanhãs cantam em Marco de Canavezes, mas há uma data de trabalho pela frente, não?
AR

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