quarta-feira, fevereiro 18, 2004
O Circo
Ao contrário do meu amigo CC, não vejo de forma tão negativa a eventual candidatura de PSL à presidência da República e, quiçá, a sua vitória. Creio que estas coisas devem ser colocadas em perspectiva.
Comecemos, em primeiro lugar, pela própria República. Como é do conhecimento geral e está à vista de todos, a nossa República, até por causa da Madeira, é das bananas. A eventual eleição de PSL alcandroá-lo-á, apenas, ao topo da bananeira. Não me parece grave.
Em segundo lugar, como já foi dito abaixo e por outros, cada país tem os políticos que merece. O país do Big Brother 237 (ou já irá no 921?), do Pinto da Costa e do Valentim Loureiro, do Paulo Portas, do Preço Certo (ou lá como se chama ... ), da Casa Pia, da Fátima Felgueiras (e podia ficar aqui a exemplificar ad nauseam) merece, seguramente, ter PSL como presidente. É, como certamente estarão de acordo, a cereja em cima do bolo.
Em terceiro lugar, PSL tem a vantagem de andar sempre 'na mó de cima', rodeado por uma corte de mulheres irremediavelmente feias, burras e mal-esgalhadas, o que permitirá à Pátria, se esse for o caso, assistir, emocionada, a uma verdadeira novela da vida real, afastando-nos da tristeza deprimente que, por regra, a realidade traz. Haverá coisa melhor do que assistir, semana após semana e na linha do que melhor as novelas venezuelanas têm para nos oferecer, ao evoluír dos amores do Presidente? Saber se na próxima semana será aquela loira arrasadoramente feia ou a morena assustadoramente irreal a partilhar o leito do Presidente, numa espécie de remake das cortes iluministas do século XVIII? Afinal, o Palácio de Belém até já é cor-de-rosa ...
Em quarto lugar, de cada vez que penso que o barco já bateu no fundo descubro que afinal se pode ir ainda um bocadinho mais abaixo. Esta surpresa permanente, a mim pelo menos, agrada-me.
Finalmente, há sempre o prazer de assistir, in loco, ao fim de uma época. Parece-me ser o caso. Há um encanto especial na decadência das instituições e da sociedade, bem como na ascensão dos medíocres. PSL é apenas um sinal dos tempos. E devo confessar que me dá um gozo especial ver o circo a arder.
AR
Comecemos, em primeiro lugar, pela própria República. Como é do conhecimento geral e está à vista de todos, a nossa República, até por causa da Madeira, é das bananas. A eventual eleição de PSL alcandroá-lo-á, apenas, ao topo da bananeira. Não me parece grave.
Em segundo lugar, como já foi dito abaixo e por outros, cada país tem os políticos que merece. O país do Big Brother 237 (ou já irá no 921?), do Pinto da Costa e do Valentim Loureiro, do Paulo Portas, do Preço Certo (ou lá como se chama ... ), da Casa Pia, da Fátima Felgueiras (e podia ficar aqui a exemplificar ad nauseam) merece, seguramente, ter PSL como presidente. É, como certamente estarão de acordo, a cereja em cima do bolo.
Em terceiro lugar, PSL tem a vantagem de andar sempre 'na mó de cima', rodeado por uma corte de mulheres irremediavelmente feias, burras e mal-esgalhadas, o que permitirá à Pátria, se esse for o caso, assistir, emocionada, a uma verdadeira novela da vida real, afastando-nos da tristeza deprimente que, por regra, a realidade traz. Haverá coisa melhor do que assistir, semana após semana e na linha do que melhor as novelas venezuelanas têm para nos oferecer, ao evoluír dos amores do Presidente? Saber se na próxima semana será aquela loira arrasadoramente feia ou a morena assustadoramente irreal a partilhar o leito do Presidente, numa espécie de remake das cortes iluministas do século XVIII? Afinal, o Palácio de Belém até já é cor-de-rosa ...
Em quarto lugar, de cada vez que penso que o barco já bateu no fundo descubro que afinal se pode ir ainda um bocadinho mais abaixo. Esta surpresa permanente, a mim pelo menos, agrada-me.
Finalmente, há sempre o prazer de assistir, in loco, ao fim de uma época. Parece-me ser o caso. Há um encanto especial na decadência das instituições e da sociedade, bem como na ascensão dos medíocres. PSL é apenas um sinal dos tempos. E devo confessar que me dá um gozo especial ver o circo a arder.
AR