terça-feira, março 23, 2004

a sabedoria dos arrumadores II

Outro dia estacionei o carro no único lugar vago da redondeza, prontamente indicado pelo arrumador de serviço, que me ajudou a manobrar a viatura de modo a enfiá-la no apertado espaço deixado entre dois outros veículos. Sem a sua ajuda teria certamente demorado mais 3 ou 4 segundos a estacionar.
Apesar da rua estar devidamente marcada com lugares de estacionamento pago, achei que o esforço simpático do arrumador merecia uma retribuição (sempre é uma maneira de consignar directamente os meus impostos para os mais desprotegidos - recorde-se que o Governo não sabe que há pobres ou pessoas com fome em Portugal, pois, se soubesse, «as pessoas não passariam fome, porque seriam localizadas e seriam alimentadas», como diz o nosso ministro da Segurança Social e do Trabalho).
Procurava nas moedas uma justa repartição entre o devido à EMEL, para que não me bloqueasse o carro, e o tributo ao jovem, quando este se aproximou e me entregou um ticket com validade por mais duas horas e meia, que pedira a outro cidadão automobilizado que se tinha ido embora mais cedo do que previra. Acabei por insistir com o arrumador para que aceitasse a totalidade das moedas: as que já lhe eram destinadas e as que iria colocar na máquina. Assim, ficámos ambos a ganhar, sem ninguém ter perdido (mesmo a EMEL, que já tinha sido paga pelo ticket que eu utilizei).
Quer parecer-me que estamos perante a nova geração de arrumadores, verdadeiros gestores cheios de iniciativa, criatividade e sensibilidade social. Oxalá todos os empresários fosse assim.
CC

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