terça-feira, abril 27, 2004

E Depois das Férias ...

Há poucas semanas queixei-me que este país estava morto e não havia nada interessante para ver, ouvir e comentar (normalmente dizer mal, entenda-se).
Num acto de vergonhosa traição, esse mesmo país apanhou-me uns dias de férias e ... Zás! Toca de se agitar em intensa e febril actividade.
1) A Malta da Bola. Pois. Foi ‘dentro’. Devo confessar que, afastado do contacto com o dia-a-dia, só soube do sucedido no segundo dia. E devo também confessar que nunca pensei que, em situação alguma, aqueles senhores fossem, sequer, incomodados por alguma coisa relacionada com corrupção, tráfico de influências, acerto de resultados, etc., etc., etc. Afinal de contas, ainda devo ter esperança de que a minha filha possa crescer e viver num país melhor.
2) O 25 de Abril. Data incontornável, claro. Sempre achei que o 25 de Abril foi obra do acaso. Uma coincidência. Cada ano que passa me convenço mais disso. Por aquilo que vou ouvindo aos intervenientes. Desta vez, Otelo disse na televisão que o movimento começou como instrumento reivindicativo para impedir que os oficiais milicianos (vulgo, os que davam o ‘couro’ no mato do ultramar) pudessem ser admitidos no quadro permanente. Pois. Os oficiais das academias não queriam partilhar as suas carreiras com o ‘povo’ e por isso ‘agitaram-se’. Conseguiram. E quando conseguiram pensaram: ‘Afinal temos força! E se fizéssemos uma revolução?’ Parece-me um motivo tão bom como outro qualquer para fazer uma revolução, mas pelo menos podiam acabar com essas tretas da longa resistência antifascista. O núcleo duro dos militares do 25 de Abril fez a revolução (golpe?) por causa do ‘tacho’.
3) Para mim, Isabel do Carmo é uma terrorista. Ponto. No curriculum vitae da senhora está só a fundação do PRP – Partido Revolucionário do Proletariado – e das Brigadas Revolucionárias. Pôs bombas e matou gente. Assaltou bancos. E queria, em última instância, um Portugal tipo Albânia ou Coreia do Norte. Para ela, que me recorde, o PCP era revisionista e social fascista. Atribuir-lhe a Ordem da Liberdade é um insulto àqueles que prezam e lutaram pela Liberdade e pela Democracia. Ponto Final.
AR

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