quarta-feira, maio 12, 2004

Papoilas

Sentaram-se em cima do muro. Era como se voltassem a ser crianças. As nuvens juntavam-se velozmente sobre eles mas preferiram ignorá-las. Um prado com papoilas estendia-se à sua frente, acariciado suavemente por uma brisa morna que parecia dançar.
Podiam ouvir as suas respirações e ele teve a certeza que o hálito dela cheirava a mar. As suas mãos encontraram-se como que por acaso e os seus dedos entrelaçaram-se, cumplices.
As primeiras gotas de chuva beijaram-nos suavemente e ele pôs-lhe o braço por cima dos ombros, numa falsa tentativa de a proteger. Ela fingiu que assim era e chegou-se para ele. E quando os seus lábios se encontraram, um sussurro percorreu o prado de papoilas.
AR

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