segunda-feira, dezembro 27, 2004
Outros Natais
Normalmente juntavam-se as mulheres da casa a preparar a ceia de Natal.
Começavam logo de manhã a fazer Sonhos e os inevitáveis 'Velhozes' ou 'Filhozes', conforme a pronúncia.
A meio da tarde a cozinha da minha tia, que faria inveja a muita sala dos dias de hoje e tinha uma chaminé enorme que abarcava muito para além do fogão e pairava sobre uma área muito significativa, era uma barafunda indescritível, por onde eu, o meu irmão e primos vagueavamos, procurando roubar 'à socapa' torrões de açucar amarelo.
Grandes bacias tinham restos de massa de abóbora e de pastéis de bacalhau, que aguardavam pacientemente o momento de serem fritos. E depois era o bacalhau, as batatas, as morcelas, as coves e os ovos.
As minhas tias e a minha avó esmeravam-se, com a ajuda das filhas, em preparar um jantar que reunia, por regra, cerca de vinte pessoas.
O tempo passou e muitos dos participantes dessas ceias de Natal já não estão, em corpo, connosco. Mas este ano, agora para apenas treze ou catorze pessoas, voltou a haver a mesma azáfama, noutra cozinha, mas com o mesmo empenho. E o bacalhau, as batatas, as morcelas, as coves e os ovos cozidos voltaram a fazer-nos companhia na ceia de Natal.
AR
Começavam logo de manhã a fazer Sonhos e os inevitáveis 'Velhozes' ou 'Filhozes', conforme a pronúncia.
A meio da tarde a cozinha da minha tia, que faria inveja a muita sala dos dias de hoje e tinha uma chaminé enorme que abarcava muito para além do fogão e pairava sobre uma área muito significativa, era uma barafunda indescritível, por onde eu, o meu irmão e primos vagueavamos, procurando roubar 'à socapa' torrões de açucar amarelo.
Grandes bacias tinham restos de massa de abóbora e de pastéis de bacalhau, que aguardavam pacientemente o momento de serem fritos. E depois era o bacalhau, as batatas, as morcelas, as coves e os ovos.
As minhas tias e a minha avó esmeravam-se, com a ajuda das filhas, em preparar um jantar que reunia, por regra, cerca de vinte pessoas.
O tempo passou e muitos dos participantes dessas ceias de Natal já não estão, em corpo, connosco. Mas este ano, agora para apenas treze ou catorze pessoas, voltou a haver a mesma azáfama, noutra cozinha, mas com o mesmo empenho. E o bacalhau, as batatas, as morcelas, as coves e os ovos cozidos voltaram a fazer-nos companhia na ceia de Natal.
AR