terça-feira, janeiro 18, 2005

Et pour cause II

No Domingo, fazia eu pesquisa aturada na televisão, quando dei de caras com dantesca cena: Pinto da Costa declamava poesia.
Espantado com tanta erudição, não resisti a deixar aqui a minha humilde contribuição para glória da imponência intelectual do homem com Ó grande.

Vi Pinto declamando
Poesia, na Televisão.
Fiquei de pedra, espantado,
Quase tombei para o chão.

Perante as câmeras, gritava
Com olho emocionado,
Poema douto, triste, longo,
Que me deixou siderado.

Ó Pinto, que tal gosto tens!
Te não conhecia a faceta
De declamares poesia, poemas,
Em palco de bufa opereta.

Em palco de bufa opereta,
Valente Pinto, arrojado,
Declamas poemas, poesia,
E eu fico aqui siderado.

Agora percebo bem,
Ó Pinto tão avisado,
Porque ganhas tu, mais ninguém,
E o resto fica lixado.

É porque os espantas, solene,
Em palco de bufa opereta,
Gritando aos sete ventos,
"Eu, Pinto, sou um poeta".

AR

Comments:
Noto com alguma preocupação a obsessão que alguns individuos com voz de cana rachada, má dicção, sss bem cuspidos e acima de 50 anos têm com a declamação poesia em programas de entretenimento geral (vide Odete Santos). Por enquanto apenas declamadores, ou a poesia era de autoria do próprio (Pinto)?
 
Não me recordo de quem era, mas o poema não era dele, não.
AR
 
António Nobre
 
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