quarta-feira, janeiro 12, 2005

glaucoma



O glaucoma é uma doença degenerativa causada pelo aumento da pressão dentro do olho (tensão ocular).
O olho contém no seu interior um líquido parecido a água que se renova constantemente, mas, se falha o sistema de drenagem, a pressão intra-ocular aumenta e pode danificar o nervo óptico.
Sem um acompanhamento especializado, o aumento da pressão intra-ocular causa danos irreversíveis no nervo óptico e nas fibras da retina, resultando numa progressiva e/ou permanente perda de visão (perde-se por completo a capacidade de transmitir imagens ao cérebro).
No entanto, a prematura detecção e tratamento pode atrasar ou mesmo parar a progressão da doença.
Quais as causas do glaucoma?
No interior do olho circula um líquido encarregue da nutrição das estruturas internas do olho (preenche o espaço entre a córnea e a íris). Este líquido desempenha uma função similar à do sangue, tendo a vantagem de ser um fluído totalmente transparente,o que permite a passagem da luz e permite ao olho cumprir a missão para a qual foi "desenhado".
Este fluído denominado de humor aquoso, possui um sistema de produção e outro de evacuação. O perfeito equilíbrio entre estes dois sistemas, permite manter praticamente constante a pressão intra-ocular. Se como consequência de alguma falha neste mecanismos, entra mais líquido do que pode sair do olho, a pressão sobe e o nervo óptico começa a ressentir-se.
A pressão intra-ocular da maioria dos indivíduos situa-se entre 8 e 21. No entanto, alguns olhos podem tolerar melhor as altas pressões do que outros.
Tipos de glaucoma
Os glaucomas não são todos iguais. Ainda que os oftalmologistas sejam capazes de diagnosticar várias dezenas de glaucomas diferentes, do ponto de vista prático, vamos distinguir os que são mais frequentes:
Glaucoma congénito - produz-se em consequência de um desenvolvimento defeituoso das vias de saída do humor aquoso.
Glaucoma crónico de ângulo aberto - é o mais frequente pois representa ¾ dos glaucomas diagnosticados.
Produz-se pela deterioração progressiva do sistema de eliminação do humor aquoso, que de uma forma natural se produz com a idade, mas que, neste caso, se exagera até perder a capacidade de manter uma cifra normal de pressão intra-ocular.
Este tipo de glaucoma caracteriza-se por não produzir sintomas, pela progressão dos danos de forma muito lenta.
Glaucoma agudo ou de ângulo fechado - manifesta-se bruscamente com grande dor e brusca diminuição da visão, visão de círculos coloridos em redor das luzes e sensação de náusea, vómitos, dor de cabeça, etc.
Tem origem no fechamento súbito das vias de eliminação do humor aquoso. Como consequência da forma especial do olho destes indivíduos, o ângulo através do qual se elimina este fluído, é excessivamente estreito e, é possível, que em determinadas circunstâncias, as paredes deste ângulo se ponham em contacto, obstruindo por completo a passagem, o que causa a rapidíssima subida da pressão e a elevada dor.
O atraso no tratamento pode causar danos permanentes num curto espaço de tempo. Normalmente, a cirurgia a laser pode terminar o bloqueio e proteger contra a cegueira.
Glaucoma de baixa-tensão ou de tensão normal - ocasionalmente, pode ocorrer danos no nervo óptico em indivíduos com pressão óptica normal.
Glaucomas secundários - podem-se desenvolver como resultado de outros problemas do olho, como traumatismos oculares, diabetes, tumor, cataratas, inflamação do olho e certos medicamentos. O uso de esteróides (cortisona) tem a tendência a aumentar a pressão e, por isso, deve haver um acompanhamento regular.
Quais são os sintomas do glaucoma?
O glaucoma crónico de ângulo aberto é o tipo mais comum e não provoca quaisquer sintomas, até a perda de visão estar num estádio muito avançado.
Os progressivos danos processam-se muito lentamente, destruindo gradualmente a visão (começando pela visão lateral).
Como um olho encobre o que se passa no outro olho, o indivíduo não se apercebe do problema até a maioria das fibras nervosas e, consequentemente, grande parte da visão terem sido destruídas.
Este estrago é irreversível! O tratamento não pode recuperar o que foi perdido. Porém, pode atrasar ou parar o processo. Facto este, que reforça a importância de detectar o problema o mais depressa possível de forma a iniciar o tratamento adequado.
Qual o tratamento utilizado?
As possibilidades de tratamento são maiores quanto mais precoce for o diagnóstico, o que reforça a importância das consultas periódicas, na medida em que é uma doença assintomática.
O tratamento tem por objectivo, conservar a visão e o campo visual tal como se encontravam no momento do diagnóstico, já que é impossível a regeneração das fibras atrofiadas do nervo óptico.
A progressão do dano no nervo óptico evita-se mantendo a pressão intra-ocular em cifras normais.
Quando o oftalmologista realiza o diagnóstico, vai optar pelo tratamento médico ou cirúrgico, dependendo do tipo do glaucoma e da situação de maior ou menor gravidade no momento do diagnóstico.
tratamento médico - nos casos mais leves, é provável que se consiga controlar com gotas hipotensoras oculares. Estas gotas devem-se aplicar uma ou várias vezes por dia, dependendo da prescrição do oftalmologista e devem-se manter indefinidamente;
tratamento cirúrgico - existem duas modalidades de cirurgia, a realizada a laser e a intervenção cirúrgica propriamente dita;
tratamento a laser - no glaucoma crónico, o laser aplicado na zona que se encontra obstruída, e que impede a passagem do humor aquoso, permite melhorar a saída do mesmo, diminuindo, deste modo, a pressão intra-ocular.
No glaucoma agudo, a aplicação de laser para realizar um orifício na íris que comunica com as câmaras anteriores e posteriores do olho tem uma grande efectividade. Este procedimento deve ser efectuado quando se produz um ataque de glaucoma agudo no olho.
trabeculectomia - é a técnica cirúrgica de eleição para aqueles casos diagnosticados em fases muito avançadas, quando o tratamento médico falhou ou quando tratamento com laser não surtiu resultados satisfatórios.
A operação consiste na criação de uma nova via de saída para que o humor aquoso abandone por si o globo ocular e se mantenha a pressão em limites normais.
Como se diagnostica o glaucoma?
O diagnóstico do glaucoma é baseado na história familiar do indivíduo, nos sinais clínicos e nos exames oftalmológicos rigorosos. As revisões oftalmológicas periódicas que habitualmente se realizam com carácter anual para a detecção do glaucoma incluem:
trinometria - medição da pressão intra-ocular;
oftalmoscopia - exploração do fundo do olho, para comprovar se existe algum dano no nervo óptico;
gonioscopia - para comprovar, em caso de suspeita de glaucoma, a que tipo pertence;
campimetria - ou exploração do campo visual. Esta prova não se realiza rotineiramente, é imprescindível para confirmar o diagnóstico e estabelecer o tratamento adequado. Por isso, realiza-se quando a trinometria ou a oftalmoscopia dão resultados que levam o oftalmologista a suspeitar que a doença está na sua fase inicial ou tem sérias dúvidas e necessita de confirmar o diagnóstico.
População de risco
Consideramos população de risco os indivíduos que possuem um ou vários factores que predispõem à doença. Os mais importantes são:
- antecedentes familiares de glaucoma;
- idade - é mais frequente em indivíduos com idades avançadas;
- miopia;
- diabetes;
- tratamentos prolongados com corticosteróides;
- doenças cardiovasculares;
- traumatismos ou intervenções cirúrgicas oculares.
Os indivíduos que possuem alguns destes parâmetros devem realizar uma revisão oftalmológica periódica anual.*

*Tirado daqui.
CC


Comments:
texto curto, de fino recorte literário e sem taxa moderadora, a medicina laicizou-se
 
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