sábado, fevereiro 26, 2005
«conhecemos este PS»
A/C dos amigos Miguel Marujo e Timshel:
«Patrões satisfeitos
- Associações não esperam governação à esquerda -
O PS dispõe de uma maioria com uma dimensão expressiva na Assembleia da República que lhe permite formar Governo em condições preferenciais, concluem os dirigentes patronais e economistas ouvidos ontem pelo PÚBLICO sobre o resultado eleitoral. (...)
"A Associação Industrial Portuguesa [AIP] defendeu sempre que o partido que ganhasse as eleições deveria vencer com maioria absoluta, dada a necessidade de garantir a estabilidade política fundamental para pôr em prática as reformas estruturais", disse Rocha de Matos, presidente da AIP. O dirigente empresarial acrescentou que "desde há muito" que a AIP "vem exigindo" medidas estruturais, que não têm sido adoptadas "por fragilidade do poder político".
Para Francisco van Zeller, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), "a maioria absoluta veio trazer uma grande responsabilidade ao PS, porque neste momento não há dinheiro, não há margem para desvios, para benefícios, para extras e para recompensas" (...). Em seu entender, Sócrates terá de fazer "escolhas difíceis". "A vitória do eng. Sócrates não nos assusta, pois conhecemos este PS".
(...)
Por sua vez, António Nogueira Leite, do grupo de economistas ouvidos pelo Presidente da República em Belém, considerou que "tudo vai depender da governação" de José Sócrates. No anterior Executivo, disse, "o PS governou basicamente com as mesmas pessoas que apresenta agora e não governou à esquerda"».
Notícia do Público, de 21 de Fevereiro de 2005 (o dia seguinte às eleições legislativas), p. 23.
CC
«Patrões satisfeitos
- Associações não esperam governação à esquerda -
O PS dispõe de uma maioria com uma dimensão expressiva na Assembleia da República que lhe permite formar Governo em condições preferenciais, concluem os dirigentes patronais e economistas ouvidos ontem pelo PÚBLICO sobre o resultado eleitoral. (...)
"A Associação Industrial Portuguesa [AIP] defendeu sempre que o partido que ganhasse as eleições deveria vencer com maioria absoluta, dada a necessidade de garantir a estabilidade política fundamental para pôr em prática as reformas estruturais", disse Rocha de Matos, presidente da AIP. O dirigente empresarial acrescentou que "desde há muito" que a AIP "vem exigindo" medidas estruturais, que não têm sido adoptadas "por fragilidade do poder político".
Para Francisco van Zeller, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), "a maioria absoluta veio trazer uma grande responsabilidade ao PS, porque neste momento não há dinheiro, não há margem para desvios, para benefícios, para extras e para recompensas" (...). Em seu entender, Sócrates terá de fazer "escolhas difíceis". "A vitória do eng. Sócrates não nos assusta, pois conhecemos este PS".
(...)
Por sua vez, António Nogueira Leite, do grupo de economistas ouvidos pelo Presidente da República em Belém, considerou que "tudo vai depender da governação" de José Sócrates. No anterior Executivo, disse, "o PS governou basicamente com as mesmas pessoas que apresenta agora e não governou à esquerda"».
Notícia do Público, de 21 de Fevereiro de 2005 (o dia seguinte às eleições legislativas), p. 23.
CC
Comments:
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Para mim governar à esquerda é governar no sentido da luta contra a pobreza e as desigualdades sociais. É aliás a única coisa que permite distinguir políticas de esquerda.
Quanto a Nogueira Leite, eis o que li no site oficial do PSD (e que transcrevi no meu blogue) em 12 de Fevereiro:
"António Nogueira Leite, secretário de Estado do Tesouro e Finanças do segundo governo de António Guterres, foi Sexta-feira um dos oradores do jantar- comício do Partido Social Democrata em Aveiro, fazendo elogios a Marques Mendes e Pedro Santana Lopes. «Há muita gente que se candidata a gerir» o dinheiro dos portugueses «e já demonstrou que não o sabe fazer», afirmou o economista."
Ser de esquerda é saber como gastar o dinheiro em causas justas. Por isso é que ANL diz o que diz. Está longe da esquerda. Mas talvez outros tempos estejam para vir.
Quanto a Nogueira Leite, eis o que li no site oficial do PSD (e que transcrevi no meu blogue) em 12 de Fevereiro:
"António Nogueira Leite, secretário de Estado do Tesouro e Finanças do segundo governo de António Guterres, foi Sexta-feira um dos oradores do jantar- comício do Partido Social Democrata em Aveiro, fazendo elogios a Marques Mendes e Pedro Santana Lopes. «Há muita gente que se candidata a gerir» o dinheiro dos portugueses «e já demonstrou que não o sabe fazer», afirmou o economista."
Ser de esquerda é saber como gastar o dinheiro em causas justas. Por isso é que ANL diz o que diz. Está longe da esquerda. Mas talvez outros tempos estejam para vir.
Clap, clap, clap! Faço minhas as palavras do timshel. O problema não é o que os patrões dizem, caro amigo CC. O problema será se o PS lhes der ouvidos e fazer o que eles mandam. Ora, o PS deve-lhes dar ouvidos e dizer-lhes: "lembrem-se, ó camaradas, nós é que fomos eleitos, sufragados e escolhidos - com as nossas políticas, não as vossas. O vosso contributo é importante, mas podem começar a não fugir tanto aos impostos...", etc., etc. Mas, ó CC, também não sou ingénuo ao ponto de achar que o PS não cederá aqui e acolá a uns e outros. O que eu me questiono sempre é qual o programa da outra esquerda, nunca o vi "concretizado"!
Pois é, CC. Se calhar o PS até vai tomar medidas fascizóides como sanear a Administração Pública, aumentar a idade da reforma, e outras coisas que os malvados da direita cozinham para tramar o povo, em vez de tratar dos assuntos realmente importantes como o referendo do aborto, a liberalização das drogas, a saída da União Europeia, e tantos outros que muita falta fazem...
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: 12:51 da manhã
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