quarta-feira, setembro 21, 2005

sobre o destino trágico dos Edukadores

«Se a acção desses jovens se processasse no terreno das ideias teria muito mais efeito. O mal é que nem todos têm ideias; muitos destes rebeldes serão os industriais e os burgueses de amanhã. Exactamente como muitos rebeldes que surgiram no início do século se tornaram depois fascistas. Olhe, às vezes pergunto a mim mesmo se as suas explosões nas praças públicas e nas universidades não serão uma moda passageira, um meio de desabafarem, um preço pelos ressentimentos momentâneos, em vez de uma meditada recusa de um mundo ao qual grande parte pertence.»

Pietro Nenni (líder histórico do Partido Socialista Italiano) discorrendo sobre revolta estudantil de Itália dos anos 70 em entrevista a Oriana Fallaci.

Do melhor que fiquei do filme foi o belíssimo Hallelujah de Jeff Buckley (aliás, uma muleta sentimental, abusada para dar a intensidade que a imagem não conseguia transmitir) e a companhia de C. (usando essa nomenklatura à la Amor Feliz). Como sempre, well the pleasure - the privilege is mine.

Sofia

Comments:
O belíssimo Hallelujah é do belíssimo Leonard Cohen. O Buckley apenas a pediu emprestada.
LR
 
Por acaso já sabia, mas a versão do filme é a segunda.
Note-se que também já recorro ao imaginário smithsiano. Pensei que ficasses contente com o resultado da doutrinação ;)
 
Pois é, mas a versão que aparece no filme é a do Jeff Buckley - ainda mais bela que a do Cohen, aliás.
 
Olha, já fui atrasado...
 
Sofia: fiquei orgulhoso, sim. A nossa menina está tão crescida!
CC: Ah é mais bela? E o vinho de pacote é melhor que o de garrafa, certo? E a comida de avião suplanta a do Stop do Bairro, correcto? Estou a ver...
LR
 
O Stop do Bairro? O Stop do Bairro? Então agora o Stop do Bairro é o paradigma da boa comida? Estás a precisar de sair de casa, LR.
 
É sem dúvida, CC. Acho que andas a ouvir demasiado os Arcade Fire.
LR
 
Em busca do tempo perdido. Adolescência tardia
 
A adolescência tardia é uma coisa excepcional: o desregramento é o mesmo mas muito mais e melhor saboreado.
O Stop do Bairro não é um paradigma de boa comida, LR. É muito razoável, mas falta-lhe o toque que separa as coisas razoáveis das boas. Concordo que o Hallelujah transmite a intensidade que a imagem só por si não é capaz de fazer. Mas se calhar a ideia é mesmo transmitir essa intensidade com as duas coisas.
AR
 
Caso as luminárias me queiram ensinar o que é um bom restaurante, ou boa comida, sou todo ouvidos.
LR
 
Excepcional é viver uma adolescência repleta de emoções e enquanto adulto manter o desregramento e apurar os sentidos dessas descobertas.
 
As luminárias, pá. dizem-te que boa comida são os lombinhos de porco do Lucas, ou os chocos com mel daquela tasca na Vidigueira, ou o bacalhau com broa do Lavrador ou lá como é que se chama, em Manteigas, ou daquele borrego comido em Borba, ou dos espargos com ovos que comemos naquela aldeola perto de borba, e essas merdas assim. Isso, pá, é boa comida!
Agora o não sei quê do Bairro?! Mediano, vá lá, e é porque temos que dar o desconto de ser cá. Aquilo fora de Lisboa era uma choldra indecente!
AR
 
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