quinta-feira, outubro 20, 2005

mais oportunidades

O sr. ministro das finanças prometeu/ameaçou que, «em resultado da análise que está a ser feita da orgânica dos vários ramos da administração, haverá libertação de pessoal excedentário» e espera que a mesma "libertação" «seja significativa, para que haja um efectivo emagrecimento da administração nos serviços». Acrescentou ainda o sr. Santos que «teremos de fazer um esforço para usar todos os meios possíveis que nos permitam emagrecer a função pública, mas acho desejável que isso não seja à bruta» (sic). «Esperamos que ao longo de toda a legislatura haja uma redução de 75 mil funcionários».
Como se vê, não se fala na palavra feia: DESPEDIMENTOS. É apenas "libertação", "redução" e a nutricionista "emagrecimento". Ficamos todos descansados. Por outro lado, o "emagrecimento" da função pública «não será à bruta». Pelo contrário, será devagar e com muito jeitinho, sem causar qualquer dor. Apenas uma vaga mas crescente sensação de prazer.

Ficamos, todavia, com um (outro) problema: uma vez que o sr. Sócrates prometeu criar, nesta mesma legislatura, 150.000 novos empregos, será que, com estes novos dados do OE2006 terá de criar 225.000? Ou reemprega os funcionários-adiposos e tem apenas de criar 75.000 empregos (e, assim, contando com os amigos que já nomeou e os que ainda vai nomear, só lhe faltam algumas dezenas)?
CC

Comments:
Comentem lá este post tão lindo...
pedro a.
 
A situação em que vivemos, da criação de permanente de instabilidade, causada pela concorrência entre Jerónimos e Anacletos, pela conquista de cotas de mercado no funcionalismo público manifestante, provocando o confronto sem vergonha com os Portugueses, que vivem nas suas empresas e nas suas vidas, tempos muito difíceis, faz-me lembrar uma anedota contada pelo pessoal de direita, mais ou menos assim:

"Um empresário têxtil, que tinha uma encomenda para exportação que levava já algum atraso, ia ao Centro de Emprego recrutar pessoal para trabalhar lá na fábrica, quando se cruza com uma manif de desempregados. E de imediato se dirige a um deles propondo-lhe trabalho, e diz-lhe o “desempregado”,

- Oh amigo, f..da-se, com tanto desempregado, aqui, tinha logo que vir ter comigo.

A situação em que estamos é similar. Todas sabemos que são necessários sacrifícios para assegurar o futuro dos nossos filhos, mas estamos à espera que seja o vizinho a pagar a crise. O Estado, esse paizinho, com nada nos pode faltar. E sendo seu funcionário, há uma coisa muito importante, chamada “DIREITOS ADQUIRIDOS”. Os pobres que paguem a crise...
 
De que lado estão os chamados "defensores dos direitos dos trabalhadores e da classe operária".

Claro, encontram-se ao lado dos que estão de bem com a vida. Daqueles que à noite se deitam e não se preocupam se no dia seguinte a Fábrica lá continua, ou não. Se no fim do mês o Patrão tem dinheiro para lhes pagar o mísero ordenado. Se os filhos necessitam de uns óculos, que significam um rombo no orçamento familiar. Pois não têm ADSE. Que rezam todos os dias para não precisarem de ir a um Médico especialista, etc. "Estes", como não reivindicam e não fazem muito ruído televisivo e radiofónico, deixaram de contar. Os Jerónimos e Anacletos deste Pais, estão-se a cagar e mais nada!
 
Tem razão, Carlos Alberto. Enquanto houver pessoas sem-abrigo, nenhum de nós devia ter o direito (adquirido ou não) de morar debaixo de telha.

Viva a igualdade! Toca a nivelar tudo - por onde é possível: por baixo.

Obrigado pelo seu esclarecimento.

PS: veja lá se consegue convencer os funcionários judiciais das maravilhas da ADSE.

PPS: e, já agora, veja se se informa dos maravilhosos salários que se praticam na função pública. Veja, por exemplo, quanto ganha um operário qualificado. Ou um assistente administrativo.

PPPS: e depois, explique-me lá o que é que os pobres ganham com o desemprego dos outros. Consolo?
 
Lá está a velha questão, não são uns que têm demais, são os outros que têm de menos!
Gostei também de provocando o confronto sem vergonha com os Portugueses, que vivem nas suas empresas e nas suas vidas. São as tais empresas das quais 80% dão prejuízo? São as tais empresas que pagam o salário mínimo e o resto por fora, isento de impostos? São as tais empresas que despedem as mulheres que engravidam?
 
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