segunda-feira, novembro 07, 2005

Paris 2005

Julgo que já tive oportunidade de aqui expressar a minha opinião acerca daquilo que entendo dever ser a conduta mais correcta face às comunidades imigrantes. Mas vou repeti-la.
A Europa é hoje aquilo que é, em muitos aspectos, devido aos imigrantes. Aos internos, ou seja, àqueles que circulam entre os Estados-membro (de que Portugal foi, durante largas décadas, forte 'fornecedor') e aqueles que vêm de fora do seu espaço político e geográfico. E a sua riqueza e progresso construiu-se também sobre essas comunidades.
Mas a Europa, também por isso, deve ser um espaço de ordem e autoridade, onde fique quem queira construir esse progresso e pretenda viver sob essas regras e se vá embora quem delas não partilhe ou as não pretenda cumprir.
Vem isto, evidentemente, a propósito do que se tem passado em Paris e, agora noutras localidades, onde bandos de criminosos e arruaceiros, desafiam a ordem pública, a autoridade do Estado, o direito à propriedade, a vida e a segurança dos indivíduos. E observo, vagamente consternado, a incapacidade de as autoridades em fazerem respeitar essas mesmas ordem e autoridade.
Certamente não faltarão as vozes que virão defender a teoria dos desgraçadinhos e dos infelizes, expoliados do direito inalienável ao conforto por um qualquer sistema capitalista opressor e explorador, que se vêem afastados do trabalho, da educação e de todas as outras coisas de que sempre se fala nestas alturas. Boas, sem dúvida, mas que apenas se podem conquistar pelo trabalho e pelo esforço de todos.
Em certos aspectos, julgo que a Europa vive ainda um trauma pós-colonial que a impede de ver as coisas mais ou menos como elas são. E, no meu entendimento, elas são assim.
A Europa é dos Europeus. Antes de mais e de todos os outros. Não é dos Africanos ou dos Asiáticos. Na Europa cabem os muçulmanos mas não é muçulmana. E esta realidade tão simples caíu no politicamente incorrecto dos dias em que vivemos, apesar de ninguém contestar a frase de ordem 'A África aos Africanos' ou a sua extrapolação 'A Ásia aos Asiáticos'. Que, também eu, não contesto.
Os motins que se têm realizado em França são um primeiro teste à vontade dos Europeus em afirmarem a Europa, antes de tudo, como sua. A forma como as autoridades de Paris lidarem com esta situação vai marcar o padrão para actuações futuras e dar ao sinal, a quem está fora, daquilo que os Europeus estão dispostos a fazer para preservarem o seu espaço político, cultural e geográfico. E isto é tanto mais importante quanto é um facto que os motins têm sido levados a cabo por jovens africanos e árabes (incluindo aqui os imigrantes do chamado Mundo Árabe) de segunda geração, contestatários da sociedade vigente por não a sentirem como sua, desintegrados do seu sistema de ensino e dos seus valores, vivendo à sombra de um Estado Social que se quer para auxiliar os que têm pouco mas que não se quer para sustentar os que o não aceitam, que não se querem integrar nem contribuir, com o seu esforço e o seu trabalho, para a construção de uma sociedade mais próspera e mais justa.
Não sei bem como se poderá resolver este problema. Não me choca, no entanto, a ideia da expatriação para os países de origem dos pais, com a consequente abolição da nacionalidade europeia e dos direitos civis inerentes e a interdição de retorno ao espaço Europeu.
A ver vamos como tudo isto acabará.
AR

Comments:
E Lisboa aos lisboetas: vai para a tua terra, coimbrão fascista!
 
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