terça-feira, junho 27, 2006

ainda que mal te pergunte...

hás-de explicar-me a diferença entre um filme parado, um filme mexido e um filme estrelado (ou mesmo escalfado), a ver se percebo.
LR

a terra a quem a trabalha

Quem diz no herário, diz no herbário...
LR

Eu também quero ...

Um dos jornais de referência do panorama da imprensa escrita portuguesa, o Correio da Manhã, diz hoje que os antifascistas vão receber uma pensão suplementar de, julgo, €600.
Eu quero anunciar desde já, do alto desta tribuna, que sou um antifascista desde sempre e tenho, por isso, direito a essa pensão suplementar. A partir de agora.
Como se sabe, os antifascistas são dos mais merecedores quando chega a hora de dividir o espólio do Estado. Repare-se bem: os antifascistas têm essa coisa fantástica, essa obra meritória, de serem ... antifascistas.
Eu, por exemplo, apesar de ter nascido em 1968, sou antifascista desde muito antes. Julgo mesmo que ainda não existia Fascismo já eu era antifascista. Não é proeza nenhuma, de resto. Eu, como vanguarda da classe pensante mundial, vejo as coisas muito antes de elas virem. Ou, se preferirem, se virem. É uma questão de intuição, sabem como é ...
E ser-se antifascista é, mais ou menos, isso: um gajo está na vanguarda da vanguarda. E mesmo depois do fascismo, e de 30 anos a sacar que nem uns cabrões no herário público, um gajo trata de sacar mais uma pensão suplementar. E o resto que se foda. Quem não for antifascista que vá pedir para a estrada ou dar o corpinho para o Monsanto. Mas o resto do dinheirinho da Segurança Social é para mim e mais um punhado de gloriosos antifascistas.
E mai' nada!
AR

segunda-feira, junho 26, 2006

O Zé Augusto

O Zé Augusto é passado dos cornos. Sofre de perturbações mentais mas, o que para mim é um mistério, ainda não foi levado a nenhuma junta médica para ser reformado antecipadamente. Azar dele e sorte dos transeuntes, que o ouvem gritar a plenos pulmões contra as autoridades municipais.
Por acaso o Zé Augusto tem razão. Os últimos meses têm sido surrealistas, com cortes cegos nos vencimentos dos funcionários, nomeadamente nas horas extraordinárias, o que se justificando nuns casos é claramente injusto noutros, já que estão a ser prejudicado os que realmente trabalham, por necessidade do município, muito para além do seu horário de trabalho com sacrifício, inclusivé, dos seus dias de descanso.
Avante.
Por causa disto, decidi escrever aqui uma simples Ode ao Zé Augusto.

Ode ao Zé Augusto

Meu querido Zé Augusto
De voz forte e mente arguta
Não te rendas ao medo ou ao susto
Mas fode estes filhos da puta

Vem todos os dias gritar
Faça Sol ou faça frio
Não esmoreças mas manda-os
Para a puta que os pariu

Estes cabrões bem merecem
Ouvir-te em forte berreiro
E se algum te abordar
Não tenhas medo: é paneleiro!

E se apesar dos teus esforços
Sempre ganhar o reviralho
Não tenhas pena que valeu a pena
Mandá-los todos para o Caralho!

AR

sexta-feira, junho 23, 2006

o pior segue é o que não quer ver, parte III

O meu amigo LR é um malandro. Anda nestas provocações macacas dos 'filmitos' sabendo eu que ele é um papa filmes daqueles que quanto mais parado, melhor!
Por acaso, na passada 4ª feira fui, por obrigações profissionais, à sessão de abertura do Lisbon Village qualquer coisa. Um festival de cinema digital e não sei quantos com uma curta metragem a abrir que era uma espécie de Manuel d'Oliveira em 20 minutos. Quer dizer, eu acho que eram 20 minutos porque ao fim de cinco larguei aquela treta e saí da sala, que cá fora estavam umas bebidas bem melhores do que aquelas panasquices.
Não sei como é que o meu coração aguenta!
AR

quarta-feira, junho 21, 2006

o pior cego é aquele que não quer ver, parte II

O meu querido AR revela, no post anterior, um conhecimento impressionante e categórico sobre três matérias: todo o cinema português (incluindo o de Oliveira), todo o cinema francês, e paneleiros no engate.

Eu que apenas vi alguns filmitos portugueses (incluindo meia-dúzia, mas não todos, do Oliveira) e outros franceses, confesso ter dificuldade em generalizar da mesma maneira. Deve ser miopia minha...

No que respeita ao terceiro tema, nem quero saber o que andaste a fazer, AR.

LR

quarta-feira, junho 07, 2006

Divagações XLI

Ontem à noite, meio a contragosto, fui assistir ao último dia do Festival de Curtas Metragens, do Hospital Júlio de Matos. Não poderia ter sido mais a propósito.
Em geral, tenho uma aversão incontrolável ao cinema feito em Portugal, tirando O Pátio das Cantigas, O Leão das Estrela, O Pai Tirano e por aí fora. Acho (aqui vai uma heresia) Manoel de Oliveira uma vergonha nacional, apenas premiado em França onde o cinema é tão mau como o nosso. De resto, nunca consegui ver nenhum filme completo de Manoel de Oliveira. Nada para além de cinco ou seis minutos que rapidamente se tornam insuportáveis. Por isso, nunca papei aquelas paneleirices de horas que os proto-intelectuais cá do quintal elevam à qualidade de trabalhos geniais e que, tirando meia-dúzia de franceses, ninguém vê.
Muito bem, foi para assistir a umas merdas dessas que ontem me desloquei ao local acima referido.
A sala estava cheia. Quase tudo daquela área colorida do Bloco, das meninas vestidas de trapos de cigana, dos panascas no engate e dos tolos. Fiquei contente, porque destoava nitidamente do ambiente.
Depois das palavras da praxe e dos agradecimentos de circunstância, foram apresentados os filmes da noite. Apesar de ter sido ontem, nem me lembro da quantidade dos filmes. Lembro-me que o primeiro era de animação e tinha a sua graça, e o último era agradável de ver. O resto, era apenas entulho para consumo do Bloco.
Bela merda!
AR

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