domingo, julho 30, 2006
Os suspeitos do costume
Como quase qualquer pessoa, lamento a guerra e a destruição de pessoas e bens por ela causada. Mas já vamos estando habituados às pequenas guerras de "descompressão" que regularmente eclodem no Médio Oriente, tendo como interveniente sistemático Israel.
Desta vez não foi excepção. E também não foram excepção as vozes que se levantaram contra o estado judaico. Enfim, os suspeitos do costume.
Ao contrário de outras ocasiões, em que fui bem mais crítico de Israel, desta vez estou (ficam eles todos satisfeitos, imagino ...) completamente do seu lado. E vejamos porquê.
Do essencial dos Acordos de Oslo, assinados ainda por Ytzaak Rabin, resultavam as seguintes obrigações para Israel: o abandono dos territórios ditos 'ocupados', nomeadamente a Cisjordânia e a Faixa de gaza, a instauração de uma autoridade palestiniana que deveria ser eleita de forma democrática e que seria o embrião do futuro Estado Palestiniano, o fim dos colonatos nos territórios a devolver aos palestinianos, o abandono dos Montes Golan.
Os acordos de Oslo não foram coroados de sucesso por um motivo fundamental: Arafat, que infelizmente ainda estava vivo e detinha o poder na parte palestiniana, nunca deixou de ser o terrorista criminoso dos tempos de Beirute e da Tunísia e, por isso, apenas estava interessado numa coisa: a destruição de Israel. Depois, os dirigentes que se lhe seguiram têm sido demasiado fracos, demasiado corruptos ou ambas as coisas. Resultado: os terroristas do Hamas ganham as eleições. Evidentemente que os problemas não poderiam demorar.
Ao mesmo tempo que cumpria, com mais ou menos demora, a sua parte do acordado, Israel abandonou o Sul do Líbano e permitiu que outros terroristas se lhe encostassem à fronteira: os bandidos do Hezbollah. Com a manifesta incapacidade do governo libanês em controlar a totalidade do seu território, o Hezbollah substituiu-se-lhe. Os resultados estão à vista.
Evidentemente, e como não poderia deixar de ser, os idiotas do costume criticam Israel e lamentam os coitadinhos dos terroristas. Não falam, por evidente desonestidade intelectual, que apesar de Israel ter cumprido a sua parte do acordado, os Palestinianos e a outra caterva de bandidos recompensaram-na com os atentados terroristas por todo o país. Provavelmente, os que hoje lamentam a morte doscriminosos do Hamas e do Hezbollah não se recordarão dos homens-bomba nos autocarros de Telavive e Jerusalém, ou nos actuais ataques a Haifa, que matam indiscriminadamente.
Julgo que com gente daquela não há conversa possível porque, simplesmente, não querem conversar. Os que anseiam pela paz no Médio Oriente têm que perceber que, infelizmente, essa paz só será possível (se o fôr), pela força das armas. Os inimigos de Israel querem a sua destruição. Não querem a paz. Muito eu gostava que os estúpidos que lamentam as mortes da canalha percebessem isso ...
AR