terça-feira, outubro 17, 2006

Mostrar serviço

A Srª Ministra da Educação entende que os professores chegarem todos ao topo da carreira, no final das suas carreiras, está errado e não pode continuar. Eu, que sou burro que nem umas portas, não percebo porquê.
Diz a Srª Ministra da Educação que o número de professores no topo da carreira deve diminuír e que não deve haver lugar para todos, mas apenas para alguns. E este raciocínio estende-se já a outros membros do governo, que têm o mesmo entendimento quanto aos restantes funcionários públicos.
A lógica é, portanto, que devem haver muitos malandros que chegam ao topo da carreira sem merecerem. Tirando o adjectivo, esse é um facto inquestionável.
Mas o que se pretende fazer não prejudica os malandros. Pelo contrário, vai é seguramente impedir que os bons cheguem, merecidamente, ao topo. Porque não restem dúvidas que haverão muitos malandros que vão continuar a chegar lá. E, se a experiência não me trai, a probabilidade de serem os malandros a ocupar todos os lugares é muito grande. Com certeza que todos nós conhecemos casos em que malandros, sacanas ou apenas incompetentes, têm lugares de chefia ou chegam com relativa facilidade ao topo das respectivas carreiras. É, digamos, da essência do malandro desenrascar-se e nunca ficar por baixo.
Com as medidas que se pretendem implementar os lugares de topo vão ser menores e, por isso, vão haver menos pessoas boas e competentes a conseguir chegar ao topo. Porque, mesmo que não existissem malandros, a lógica subjacente a estas medidas é que não vão haver lugares para todos, independentemente de serem bons ou não.
Eu gostava que esta lógica se aplicasse, também aos políticos. Os canalhas, os ordinários ou os simplesmente estúpidos, como a Srª Ministra da Educação, nunca conseguiriam passar de simples militantes de base das secções partidárias.
Isto, meus senhores, é que era mostrar serviço.
AR

Comments:
Os meus parabéns!... Há muito que não lia "algo" que revelasse tanta imbecilidade... sinceramente, acho mesmo que seria dificil fazer pior! Quanta ignorância...
 
Obrigado e disponha sempre. Estamos aqui para o servir.
AR
 
Alinhando no pensamento comum de que a grande maioria dos politicos são incompetentes ou corruptos (estão lá para favorecer os amigos e receberem o prémio quando saírem), tenho de estar na essência de acordo com este post.
Senão vejamos, quantos dos Portugueses verdadeiramente bons na sua área largaram na última década ou década e meia os seus lugares para fazerem serviço público ?
A resposta é simples não precisam da política para provarem que são bons e com o resultado das asneiras feitas pelos sucessivos governos, fez com que esses mesmos Portugueses tenham perdido toda a vontade de colaborar, pois não querem sujar o seu nome ao terem de colaborar com "inteligentes".
 
A limitação administrativa no acesso à classificação de muito bom, no final da avaliação de desempenho, é uma ideia verdadeiramente peregrina. É como se a um grupo de 20 ou 30 alunos que se juntam numa sala para fazerem um exame, fosse dito logo de início, que mesmo que todos conseguissem acertar em 100 por cento das questões, apenas 30% deles poderia ter os vinte valores. É no mínimo estúpido
 
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