quinta-feira, dezembro 14, 2006

Divagações LXXVI

Isto do tempo tem coisas destas. Olhamos à nossa volta e as coisas são de uma forma e voltamos a olhar e mudou tudo. Eu cresci com a referência da Guerra Fria. Haviam os bons e os maus. Para mim os bons eram os americanos e os seus aliados e os maus os outros. Para outros amigos meus era o contrário. E as coisas eram assim, claras e certinhas.
Depois o comunismo como sistema político com peso internacional desapareceu e o mundo, é verdade, ficou pior, mais inseguro. Restaram os resistentes, de um lado e do outro. Do meu lado, já não sobravam muitos. Aliás, acho que Pinochet era o último vivo e ainda a ser notícia. Os comunistas ainda têm Fidel e a Coreia do Norte. Já nem a China é o que era.
Evidentemente não lamento a morte de Pinochet. Era um aliado de circunstância quando a Democracia lutava contra o totalitarismo de esquerda, uma daquelas alianças que se têm que fazer mas não nos orgulham nem engrandecem. E se este mundo fosse um mundo 'à séria' teria sido julgado, com muitos outros, por crimes contra a Humanidade. O que me entristece é, nestes pequenos momentos, me ir apercebendo da passagem do tempo e ver que não estou a ficar mais novo.
AR

Comments:
Mas o tempo passar é bom e ficar mais velho também!
 
Tens razão, meu caro, o tempo, quer queiramos, quer não, vai mesmo continuar perenamente a passar. Com mais ou menos solavancos, que isto de teimarmos em caminhar tem que se lhe diga.
Mas acho que mais vale olhar o tempo e o caminho com os olhos cheios de longe. Só assim a serenidade e a tranquilidade caem sobre os nossos ombros e nos apaziguam.
Aquele abraço
 
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