terça-feira, março 20, 2007

O Circo

Fiquei com a impressão de que, no passado fim-de-semana, Vitor Hugo Cardinalli tomou conta do CDS e transformou-o em mais um dos seus espectáculos. O Circo, aparentemente, chegou à cidade.
Não sei quem tem razão. Provavelmente, pelo tom da discussão, ninguém. Mas o espectáculo dado fez-me recuar cerca de 15 anos. Quando abandonei a militância do CDS. Na altura, pela chegada de Manuel Monteiro e Paulo Portas - este ainda eminência parda do primeiro - e saída de Freitas do Amaral. Ao fim de alguns meses apenas, percebeu-se que o CDS - depois rebaptizado PP - tinha mudado. Para pior, digo eu, embora os resultados eleitorais digam o contrário. O que, na altura, ficou evidente foi que o partido iria abandonar a sua matriz democrata-cristã para se transformar num partido Liberal. Assim foi. Não creio que o país tenha lucrado com a mudança.
Agora, Paulo Portas pretende voltar. Ao partido e, imagina-se, ao poder. Como parodiavam os Gato Fedorento, "sem pressa desde que seja já para a semana". E pretende, como importa a quem não tem projecto político que não um projecto pessoal de poder, chegar lá a talho de foice.
Um antigo colega meu de faculdade, actualmente dirigente do CDS, enviou-me um mail - ainda estou para perceber porquê - bem como a mais uma quantidade de pessoas que não conheço exigindo a demissão de Mª José Nogueira Pinto. Diz ele, a certa altura da sua argumentação "Sendo a questão da eleição do futuro Presidente, uma QUESTÃO POLÍTICA e NÃO JURÍDICA ..." (sic).
Eu, que reconheço o meu pouco entendimento destas coisas, não percebi. É que sempre me quis parecer que a questão política é a escolha, mas a forma é uma questão jurídica, pelo que antes de se chegar à questão política tem que se passar pela questão jurídica. E é exactamente isso que Paulo Portas me parece querer: fintar a questão jurídica para obter, eventualmente, ganhos políticos.
Provavelmente estou enganado.
AR

Comments:
De facto foi um espectáculo muito triste protagonizado pelo CDS! Digamos que, toda a direita não tem conseguido mostrar argumentos que demonstrem que é a verdadeira alternativa a Sócrates. Se por um lado temos um Paulo Portas arrogante, responsável pelos actos impróprios do seu partido que tornam visíveis que a direita conservadora portuguesa continua a sobreviver das típicas golpadas que, ainda, não abandonou, por outro lado, temos o "pequeno" Marques Mendes sem a mínima visão do nosso país, completamente vencido pela fragilidade e má qualidade na dita oposição que faz, tornando-a ineficaz e pouco credível!
Enfim, uma VERGONHA!
RL
 
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