quinta-feira, maio 17, 2007

O Sá

O Sá anda há anos por aí. O seu rasto está pejado de idiotices e canalhices. O Sá é, evidentemente, o Fernandes. O do Túnel do Marquês, do Parque Mayer, da Feira Popular. Em boa verdade, e tirando o Túnel do Marquês, os outros assuntos não estão ainda resolvidos por causa dele.
Devemos-lhe tirar a cartola. Como é que um homem sozinho consegue trazer tanto prejuízo a uma cidade tão grande? Eu sei que a escola dele, a da Extrema Esquerda em que assenta o BE, é uma escola com tradição. É a enxovia em que assentam os ressabiados da revolução, os que nunca aceitaram a Democracia e a Liberdade, os que protestam na rua, como em França, contra os eleitos pela maioria, os que se acantonam e agarram a todas as oportunidades para impedir o progresso e o normal funcionamento das instituições. É dessa escola que bebe o Sá.
Quem acompanhou a vida de Lisboa nos últimos dois anos assistiu ao funcionamento em pleno da máquina trauliteira que é o Sá. Ele andava por todo o lado, aparecia em todo o lado, espécie de emplastro mediático com direito de antena. No fundo, o Sá é o Emplastro de Lisboa. Não tem os dentes podres mas só solta aleivosias. Não avança com uma proposta útil mas tenta bloquear todas as propostas que apareçam. Era vê-lo, saltitante, anunciando que o executivo camarário tinha caído ainda antes de acontecer. Parecia aquelas crianças que saltam de contentes quando recebem um brinquedo novo depois de terem arrasado com os nervos dos pais.
Mesmo em relação àquilo de positivo que se fez em ano e meio de mandato o Sá tentou colocar obstáculos. Por exemplo, no fim da precaridade dos vínculos de trabalho. A criação do Quadro de Direito Privado, que vai dar direitos e segurança aos quase 2000 trabalhadores com vínculo precário que a CML tem, contou com a oposição do Sá. Ele que tanto fala na televisão contra os vínculos precários foi o único vereador - repare-se bem, o único - que se opôs à proposta de acabar com esses vínculos. O Sá, que tanto protestou contra os tamanhos dos gabinetes, tinha 17 assessores. 17! Entre os quais uma senhora que faz uns biscates entre a Praça do Município e São Bento. O Sá, que no fim da obra exigiu que se assacassem responsabilidades pelo atraso, não disse a ninguém que o Túnel do Marquês, que ele seguramente já usou, se atrasou pelos embargos sucessivos que resultaram das acções que interpôs. O Sá é o responsável, único e directo, pelos milhões de euros que a obra custou a mais pelos atrasos que se verificaram.
O Sá é a versão mediática do Acácio Barreiros. Para quem se lembra, o Acácio Barreiros foi durante muitos anos o deputado da UDP na Assembleia da República, que era posto regularmente na rua porque não se sabia comportar, insultava tudo e todos, e procurava boicotar o trabalho do Parlamento. O Sá conseguiu mais. Foi, em grande parte, responsável pela queda de Carmona. É, conclui-se, um agitador do mais fino recorte. Herdeiro digno dos revolucinários franceses do século XVIII. Até certo ponto, é o nosso Robespierre com uma guilhotina diferente.
Mas eu tenho um sonho. É que o Sá, o Fernandes, acabe na guilhotina do escrutínio público.
AR

Comments:
Parabéns....concordo 110%....
 
Pois, soa-me é a dor de cotovelo... São apenas zurros imbecis, de quem mais nada faz que criticar, por cobardia, inércia e incapacidade intelectual, aqueles que lutam por aquilo em que acreditam...
 
"Foi, em grande parte, responsável pela queda de Carmona. É, conclui-se, um agitador do mais fino recorte."

A conclusão do anónimo autor deste post é interessante. Parece que continua em voga matar o portador das más notícias.
O Carmona e os seus emplastros cairam porque foram implicados em negociatas lesivas de todos os lisboetas. É verdade que foi o "agitador" Sá Fernandes que alertou para algumas dessas situações, como a tentativa de suborno de que foi alvo e está registada pela polícia judiciária.
Mas não, é mais fácil culpar o Sá Fernandes. É uma mentalidade do antigamente de que ainda não conseguimos libertar-nos: "Não falar; não fazer ondas; não agitar".
Não gosta de agitação quem está satisfeito com a estagnação ou dessa situação tira proveito. Por acaso não terá o anónimo interesses ameaçados com a saída daqueles senhores da câmara, não?
Além do mais a questão com o tunel do Marquês prendia-se com a ausência de estudos de impacto ambiental obrigatórios por lei. Se acha que não é necessário cumprir a lei e os fins justificam o uso de quaisquer os meios então, sim, o mundo está cheio de agitadores cujo objectivo é atrasar a marcha do progresso.
Para terminar, não é verdade que o Sá Fernandes não tenha apresentado propostas alternativas. Não podem é agradar a todos mas isso não as torna menos válidas.
 
AR nem uma palavra sobre a questão Bragaparques. Talvez AR e Miguel Farinha que concorda a 110 %(a que se deve os 10% extras que arranjou.alguma comissão por fora ?) com ele, tivessem preferido que ele tivesse ficado com o suborno em vez de denunciar.
A politicazinha do "tapa aí" porque hoje por ti amanhã por mim , que se defende para alguns deputados ou vereadores do centrão a que os meus amigos claramente pertencem, é sempre preferível, quem luta pela clarificação, quem luta pela transparência, esse é o fala barato.
Quantas vezes o Acácio Barreiros, (mais tarde militante do PS,(provavelmente por bom comportamento) foi expulso da AR ?
Saberá ou é conversa fiada para compor o ramalhete ?
 
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