segunda-feira, dezembro 15, 2003

natureza humana

aqui fiz referência ao erro de olhar para a complexidade da natureza humana rejeitando a evidência de que o bem e o mal fazem parte de nós. E da leviandade que consiste em apelidar de desumanas todas as manifestações do mal.
Também Pacheco Pereira, em face de uma questão concreta (a beleza de uma obra de arte - o Requiem Alemão de Brahms), coloca-se a seguinte pergunta: «quantos nazis, quantos torcionários, ouviram este Requiem com emoção, sentiram estas palavras, marteladas na nossa memória cristã desde a infância? Com genuína emoção? Certamente muitos.
Há qualquer coisa de errado na feitura dos humanos. Um
bug, uma linha solta do programa, mesmo no sítio mais crucial, não no logos, mas no ethos».
Agora, o nosso pastor preferido mostra-se (como sempre, aliás) comedido com a captura de Saddam Hussein: «no seu lugar poderia estar eu».
Quantos de nós poderemos assegurar, por exemplo, que, nas mesmas circunstâncias (o tempo, o lugar, a educação, etc.), não seríamos apoiantes de Hitler na Alemanha dos anos 30?
Conheço demasiados potenciais Hitlerzinhos, a quem só falta o poder desmedido para lhes potenciar as pequenas crueldades que já fazem no uso dos ridículos poderes em que estão investidos. E tenho medo.
CC

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