quinta-feira, março 25, 2004

convencido do catolicismo*

O IC 19 não é só uma via libertadora das agruras do quotidiano. A sua lenta, mas inexorável, travessia permite-me um encontro diário comigo mesmo (como agora se diz). Aí - e apenas aí - estou irredutivelmente só e retomo o meu lugar na harmonia do mundo.
Aproveito as manhãs e os fins de tarde destes dias de Quaresma para leituras propícias, durante os percursos de ida e volta na 2ª Circular e no IC 19. Agora, durante o monótono trava-pára-arranca nunca inferior a duas horas diárias, leio o belíssimo livro de João Bénard da Costa, «Nós, os vencidos do catolicismo» (editora Tenacitas, Coimbra, 2003), e reencontro a inquietação do catolicismo, nestes tempos em que digerimos a nossa nova condição minoritária.
No trânsito, ao volante do meu carro, leio os textos de Bénard da Costa e descubro-me herdeiro desses vencidos dos catolicismo que, nos anos 50, 60 e 70, viveram na Igreja as alegrias, as esperanças, as tristezas e angústias dos homens do nosso tempo. Hoje é outra a turbulência dos porquês, mas continua a ser sopro do Espírito que importa acolher e não escolho a sublimar. Onde quer que sopre. Mesmo no meio do IC 19.
CC
*expressão utilizada com a devida vénia.

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