terça-feira, maio 18, 2004

famous last words


A Quinta Coluna termina aqui. A amizade continua, mas esta aventura bloguítica chegou ao fim. E acaba em tom de festa encarnada, o que só fica bem. Por agora, cantem connosco.
AR, CC e LR

PS: O CC recomeçou aqui, o AR aqui.

domingo, maio 16, 2004

mais vale cedo do que nunca


"You are the Quarry", o novo disco de Morrissey, tem lançamento agendado para amanhã, dia 17. Mas já está à venda na FNAC (passe a publicidade) desde ontem... Nem tudo corre mal na vida.
LR

quarta-feira, maio 12, 2004

Papoilas

Sentaram-se em cima do muro. Era como se voltassem a ser crianças. As nuvens juntavam-se velozmente sobre eles mas preferiram ignorá-las. Um prado com papoilas estendia-se à sua frente, acariciado suavemente por uma brisa morna que parecia dançar.
Podiam ouvir as suas respirações e ele teve a certeza que o hálito dela cheirava a mar. As suas mãos encontraram-se como que por acaso e os seus dedos entrelaçaram-se, cumplices.
As primeiras gotas de chuva beijaram-nos suavemente e ele pôs-lhe o braço por cima dos ombros, numa falsa tentativa de a proteger. Ela fingiu que assim era e chegou-se para ele. E quando os seus lábios se encontraram, um sussurro percorreu o prado de papoilas.
AR

Carta ao meu amigo Carlos

Carlos,

Como imaginas, fiquei muito surpreendido pelo teu ‘post’ mais abaixo. Nunca me passou pela cabeça que uma figura de estilo te pudesse ofender, muito menos desta maneira. Até porque, como sabes, nunca me passaria pela cabeça ofender-te.

As nossas opiniões raramente são coincidentes, mas não preciso de te dizer (porque tu sabes) que mesmo quando divergimos a tua opinião é das poucas (íssimas) que considero.

Aceito que o “enojar” tenha sido demasiado. Podia ter utilizado outro termo e lamento, sabendo agora que te ofendi, não o ter feito. Só não edito o ‘post’ para que a minha vergonha seja total e para que quem leia isto perceba do que estamos a falar.

Acho evidente que se deixares A Quinta Coluna esta acaba. Afinal, A Quinta Coluna somos nós os três. Sem um de nós poderá ser outra coisa qualquer mas nunca A Quinta Coluna. Isso não me perturba particularmente porque, como diria o outro, ‘blogs há muitos’. E porque nada é eterno também este espaço não pode fugir a essa regra elementar da natureza. Mas não gostaria certamente que acabasse assim.

Por isso, quero-te pedir que reconsideres a decisão de abandonar A Quinta Coluna. E de saber se jantamos Domingo ou 2ª.

Um abraço, do teu amigo

António

Houston, we have a problem


Como é que eu resolvo esta agora? Não posso distrair-me e deixar os miúdos sozinhos, que dá nisto.
LR

segunda-feira, maio 10, 2004

this is the end, my friends

i) O AR, que nunca deve ter gasto mais de três segundos a ler o Barnabé (caso contrário não diria o que disse no post abaixo) vem, em jeito de provocação rasteira à la TVI, acusar-me de «silêncio cúmplice», que o «enoja», perante os crimes que os terroristas palestinianos cometem.
Segundo esta lógica, também serei cúmplice, por exemplo, dos massacres do Ruanda. É que, tal como o AR, nunca escrevi uma linha sobre o assunto. Mas, ao contrário do dele, o meu silêncio é «cúmplice» com esses crimes.

ii) A lógica subjacente ao raciocínio do AR é simples: quem está na confortável posição de defender o establishment, quem se encaixa no pensamento dominante e na evolução geral da sociedade torna-se apenas um elemento – uma partícula elementar, como diria o Houellebecq – dessa sociedade. Isso permite-lhe participar nela de bom grado, aderindo às matrizes estabelecidas de fora, enquadrando-se na perfeição na dimensão social, histórica, ideológica da comunidade.
Pelo contrário, quem levanta alguma dúvida, os tais chatos «sempre tão lestos a condenar os crimes dos outros» têm constantemente de justificar as suas opções, fundamentar à exaustão aquilo que afirmam, explicar com detalhe as suas atitudes. Mesmo o «silêncio» é interpretado como cumplicidade. Assim, basta nada dizer sobre a Al-Qaeda para esses indivíduos se tornarem cúmplices ideológicos do grupo terrorista.
Quanto ao outros, não. Quem não defende ideais tem a vida facilitada. Mesmo as fraquezas, os silêncios, as contradições do pensamento são sempre justificados: nunca é necessário provar alguma coisa, pois a realidade fala por si e é tal como é que se aceita ser, numa resignação feliz.

iii) Sinto a necessidade (mas porquê?) de justificar constantemente as minhas opções (ser católico sendo de esquerda; ser de esquerda sendo católico – são apenas algumas delas) e isso até me dá algum gozo. Gosto de pensar - é tudo.
Mas magoa-me que este tipo de discurso, despropositado e injusto, parta do meu próprio blog. Já não é a primeira vez que acontece, mas agora atingiu o ponto de saturação. Estou cansado. E triste.

iv) A QUINTA COLUNA teve um significado muito grande para mim. Talvez desproporcional face à importância que deveria ter na minha vida, mas o facto é que, por muitas e variadas razões, se tornou uma das coisas que me deram mais prazer nestes últimos meses. Fui eu quem mais escreveu no blog, quem o alimentou e geriu, quem mais sofreu e se alegrou por ele.
Conheci pessoalmente muita e boa gente graças aos blogs: o Fernando Macedo, o Francisco José Viegas, o Filipe, a Sofia e o Tiago, o Miguel Marujo, o José, o Maranhão, o Rui Almeida, o Bom Selvagem, o Vareta Funda, o Tiago Oliveira Cavaco.
Mas, pelas razões expostas, termino aqui a minha participação n'A QUINTA COLUNA. Continuo na Terra da Alegria, enquanto me quiserem por lá.
Um abraço a todos.
CC
PS: Respondendo à tua pergunta, AR: é claro que as vidas de uns valem mais do que as vidas de outros. Para mim, a tua vida, meu caro AR, vale muito mais do que a vida de muita gente.

O Silêncio dos Inocentes?

Apesar do atraso (por razões profissionais) achei que não devia deixar de fazer referência a este assunto. Perdoar-me-ão os que procuram actualidade.
Na semana passada, em Israel, uma mulher e quatro crianças foram mortas por dois criminosos palestinianos, vulgo terroristas. Vinda daquela terra é notícia que não espanta, pelos crimes cometidos, diariamente, pelos dois lados do conflito. Mas apesar de me não espantar, continua-me a revoltar, como há muito me revoltaram as imagens de um rapazinho palestiniano morto, juntamente com o pai, por soldados israelitas. Julgo poder afirmar que os dois crimes são iguais.
O que me espanta é que a esquerda bem pensante, desde o meu amigo CC aos barnabés deste mundo virtual, sempre tão lestos a condenar os crimes dos outros, tenham mantido um silencio cúmplice, que me enoja, perante os crimes destes.
Ou a vida de uns vale mais do que a de outros?
AR

Divagações XI

O Tempo é um tipo lixado. Vai levando tudo e todos, o e aqueles de que/quem gostamos e aquilo/os que nem por isso. Até mesmo o/os indiferentes.
A morte de Champalimaud foi assim. Para uns, é menos um em quem bater. Para outros, como eu, é menos um português que criava riqueza. Para ele e, por arrastamento, para o país.
Se todos os nossos empresários fossem como ele, viveriamos seguramente num país melhor.
AR

sexta-feira, maio 07, 2004

prenda para o dr. Paulo Portas


Mais produtos aqui.
CC

quinta-feira, maio 06, 2004

eu pecador me confesso

Fui promovido a porta-voz. E também incorri no pecado do "ódio aos inimigos", temperado pelo "amor à verdade". Eu pecador me confesso, não consigo torcer por "desportistas" como Jorge Costa e Costinha - esses mesmos, os da agressão a Simão Sabrosa quando este estava caído no relvado. Ou então é o meu "ódio" que me faz ter visões, possivelmente...
LR

mais vale morrer de pé


Nunca me renderei ao Império, CC. Nem nas horas mais sombrias.
LR

quarta-feira, maio 05, 2004

porque hoje é quarta-feira

Há nova terra da alegria.
CC

o lugar da plebe

«Todos», LR? Todos, não.
Eu estou rendido ao império.

CC

uma história de princesas e fadas


Hoje e na final, somos todos monegascos. É que aqui entre nós, é preferível a Princesa Carolina Grimaldi à Menina Carolina Salgado...
LR

terça-feira, maio 04, 2004

o coração bate à esquerda

«Julgo que (felizmente) o que distingue a esquerda da direita é a esquerda ser necessariamente religiosa. A opção de lutar ao lado dos fracos contra os fortes é uma opção religiosa não sustentável por qualquer visão "científica" do mundo.
Mas, se calhar a direita também é religiosa. Tem a fé de que os fracos não são precisos para nada. E tem fé em teorias "científicas" que legitimam essa fé
».
Obrigado, camarada timshel.
CC

domingo, maio 02, 2004

0-1

Guarda-redes: uns têm, outros não.

CC

sábado, maio 01, 2004

já somos 25


CC

1º de Maio


Sebastião Salgado, Serra Pelada, 1986.
CC

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