sexta-feira, junho 22, 2007
Enfim ... sós!
Depois de se arrastar de forma mais ou menos penosa nestes últimos meses, chegou a hora de encerrar A Quinta Coluna.
Desta ideia que se tornou realidade há 4 anos atrás ficam gratas recordações. Mas como em tudo, é tempo de partir e seguir novos rumos.
Dos últimos participantes n' A Quinta Coluna, o LR decidiu, pelo menos temporariamente, pendurar as chuteiras. Eu, pelo meu lado, vou continuar nestas bandas, num registo absolutamente diferente do seguido até aqui.
A todos os que por aqui foram passando, o nosso muito obrigado e um brinde, de copos elevados bem alto, à Liberdade, que é sempre demasiado pouca!
A Quinta Coluna
quarta-feira, maio 23, 2007
No país do faz de conta
O sr. Charrua chamou uns nomes a sua Excelência o Primeiro Ministro, o Bacharel Sócrates. Evidentemente, o Charrua foi alvo de um processo disciplinar. Do alto desta cátedra não posso deixar de aplaudir a decisão. Há que ter respeito pelos nossos maiores. Bachareis ou não.
Se não se põe ordem na casa, um dia destes a casa não tem governo. Imagine-se que eu, com total desfaçatez, desato daqui a chamar nomes ao Bacharel Sócrates? Onde é que isto ía parar? Então admitia-se que me desse na gana chamar-lhe, por exemplo, mentiroso e aldrabão? Ou panasca? Sim, então e se eu agora daqui lhe chamasse panasca? Ou larilas? Ou rabeta? Ou abafa palhinhas? Então isto admitia-se? Então seria de bom tom eu pegar na frase de Jorge Coelho há uns anos, que disse 'Quem se mete com o PS, leva' e disse-se 'Ai leva, leva. Que o diga o Bacharel, que leva por detrás!'. É evidente que uma coisa destas estaria muito errada e eu nunca me atreveria a fazê-lo. Que eu cá não alinho neste hábito português do insulto fácil. De resto, não alinho sequer no hábito dos insultos, sejam eles fáceis ou difíceis.
Que cada um tem direito ao seu bom nome, ainda que muitos dissessem: mesmo que seja um larilas da pior estirpe.
Nah. Comigo não contem para isso.
AR
Divagações XCII
Do meu amigo Tangofolk. Com a devida vénia
SONDAGEM DIÁRIA DO SAPO E A DE HOJE É :
«Comentário à licenciatura de Sócrates pode ter motivado a suspensão de funcionário da DREN»
Concordo com a decisão: 217 (13%)
Ridículo: 1403 (87%)
COMENTÁRIO - se em 1600 que responderam a este inquérito existem 217 estúpidos e tomando como base estes números, em 5 milhões de eleitores existirão 678125 estúpidos. Tendo em conta que o eleitorado flutuante (PS/PSD) que decide as eleições está calculado em cerca de 400000 eleitores, podemos concluir que o PS ganhou a maioria eleitoral à conta dos votos dos estúpidos.
É triste um País ser governado por estúpidos, não é !!!
SONDAGEM DIÁRIA DO SAPO E A DE HOJE É :
«Comentário à licenciatura de Sócrates pode ter motivado a suspensão de funcionário da DREN»
Concordo com a decisão: 217 (13%)
Ridículo: 1403 (87%)
COMENTÁRIO - se em 1600 que responderam a este inquérito existem 217 estúpidos e tomando como base estes números, em 5 milhões de eleitores existirão 678125 estúpidos. Tendo em conta que o eleitorado flutuante (PS/PSD) que decide as eleições está calculado em cerca de 400000 eleitores, podemos concluir que o PS ganhou a maioria eleitoral à conta dos votos dos estúpidos.
É triste um País ser governado por estúpidos, não é !!!
quinta-feira, maio 17, 2007
se perguntarei por mim, estarei aqui
Vã Glória
Francisco Moita Flores anda de candeias às avessas com a Secretária de Estado da Reabilitação por questões de protocolo. Transcrevo na íntegra a carta enviada pelo autarca de Santarém à senhora Secretária de Estado.
Exmª Senhora
Secretária de Estado da Reabilitação
D.Idália Moniz
Depois do nosso encontro em Amiais de Baixo, no passado dia 16, e do sibilino conselho que V.Exª me murmurou na hora da despedida, acorri apressado, num misto de ansiedade e desvanecimento, à procura da Lei do Protocolo de Estado. Não era caso para menos. Eu ousara declarar que, por gentileza, deixava V.Exª fechar a sessão em que nos encontrávamos e era óbvio o meu gesto cavalheiro pois pertencia ao Presidente da Câmara Municipal de Santarém. Mas depois do discreto e merecido raspanete, reconheço que saí de Amiais com o coração em sobressalto, coração apertado de penitências, voz embargada de vergonha pois, mais uma vez, este ‘Presidente atípico’ como V.Exª certeiramente me catalogou depois de uma das minhas ‘gaffes’ à entrada, teria terminado em glória com mais ‘atipicidade’ à saída.
Sobravam-me quilómetros até ao canto onde arrumo, com cautela de santuário, as leis do Estado. Era grande a aflição, confesso, e saltei sobre a invocada, bem impressa no nosso ilustradíssimo Diário da República e li. Ou melhor, reli pois que fizera em tão precioso documento uma lavadela de olhos logo quando fora publicada.
Soaram-me sinos nos sentidos. A nossa bem amada Lei nº 40/2006 de 25 de Agosto mostrava, num formalíssimo e severíssimo protocolo who is who a galeria social do Estado. E lá estava, logo a abrir a primeira decepção. Os nossos tão aplaudidos Secretários de Estado remetidos para uma ignóbil 20ª posição e os Presidentes de Câmara atirados confortavelmente para o 41º lugar da tabela de classificação por pontos. E digo confortavelmente, pois é posição que permite a autarca menos escrupuloso com as formalidades do Estado, sair discretamente durante uma cerimónia enfadonha e ir até ao jardim fumar o seu cigarrito e tornar a entrar para o seu discreto 41º lugar sem que alguém dê pela sua falta.
Ora dizia eu que reli a lei e a minha alma exultou. Não me espalhara outra vez. V.Exª sabe, muitos dos meus amigos chamam-me a atenção, e com razão, para o facto de eu entender o Protocolo de Estado como um problema de sapato e de verniz. E se me aplaudem por dar muita importância ao sapato, não deixam de reparar que me preocupo pouco com o verniz. Reconheço que sou filho de más leituras. A severidade de Camilo ou de Eça para o excesso de verniz da classe política, pouco preocupada com o feitio do sapato, foi herança que me desnorteou os cromossomas e bem me penitencio de tanta distracção. Mas enfim! Agora que reli fico com a consoladora certeza que, por esta vez, em terras de Amiais de Baixo, este vosso humilde servo foi, não só gentil, mas respeitador da Lei do Verniz. É que existe um maçador artº 31, nº 1, que coloca, no seu município, o presidente da câmara numa posição que diria, tonitruante. Preside a tudo, Santo Deus! E só lhe ganha a palma Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro Ministro e, se for fora dos Paços do Concelho, qualquer ministro. Nem uma palavra para Secretários de Estado! Nem um mero afago, um simples carinho. Nada!
Ora dizia eu que reli a lei e a minha alma exultou. Não me espalhara outra vez. V.Exª sabe, muitos dos meus amigos chamam-me a atenção, e com razão, para o facto de eu entender o Protocolo de Estado como um problema de sapato e de verniz. E se me aplaudem por dar muita importância ao sapato, não deixam de reparar que me preocupo pouco com o verniz. Reconheço que sou filho de más leituras. A severidade de Camilo ou de Eça para o excesso de verniz da classe política, pouco preocupada com o feitio do sapato, foi herança que me desnorteou os cromossomas e bem me penitencio de tanta distracção. Mas enfim! Agora que reli fico com a consoladora certeza que, por esta vez, em terras de Amiais de Baixo, este vosso humilde servo foi, não só gentil, mas respeitador da Lei do Verniz. É que existe um maçador artº 31, nº 1, que coloca, no seu município, o presidente da câmara numa posição que diria, tonitruante. Preside a tudo, Santo Deus! E só lhe ganha a palma Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro Ministro e, se for fora dos Paços do Concelho, qualquer ministro. Nem uma palavra para Secretários de Estado! Nem um mero afago, um simples carinho. Nada!
Se cominarmos esse antipático artº 31 com o pretensioso artº 33 , então Secretário de Estado tem lugar depois dos nossos bons Presidentes de Junta tomarem assento. Uma injustiça, afirmo eu. Um verdadeiro agravo à brilhante sonoridade que justamente submete quem ouve o título de Secretário de Estado. Não fosse V.Exª uma brilhante Secretária de Estado e não desistiria de a exortar a mobilizar os seus colegas de titulatura para greve reivindicativa contra si própria, ou melhor dizendo, contra o seu inestimável governo.
Não posso dissertar mais sobre esta matéria porque uma outra inquietação me assalta. A minha primeira leitura, e a recente leitura, da Lei do Verniz associada ao discreto raspanete que V.Exª me pregou, com elegância é certo, me conduz a uma terrível descoberta: V.Exª não conhece as leis produzidas pela Assembleia da República que a elegeu! Que fez de V.Exª competente Secretária de Estado! Que deu a V.Exª o rápido brilho que tantos camaradas seus procuram em vão há tanto tempo!
Já se percebeu, com certeza que V.Exª percebeu, que sendo o actual Presidente de Câmara Municipal de Santarém, pessoa pouco dada a essas sublimidades mundanas que não vou fazer do meu obscuro, mas rigoroso, conhecimento da Lei do Verniz uma bandeira de luta pelo bem do nosso concelho. Nem tão pouco essa Lei resolverá o buraco financeiro que o executivo camarário, que teve a honrosa presença de V.Exª, deixou aos vindouros como herança. E para continuar a ser elegante, afasto como se afasta Belzebu, a flatulenta ideia de enviar a um Secretário de Estado cópia da Lei do seu mandato só pelo reles motivo de a desconhecer.
Eu até acho bem que os Secretários de Estado desconheçam as leis que produzem os seus governos e parlamentos. Deixa-lhes o espírito mais livre para as grandiosas tarefas que quotidianamente carregam sobre os ombros, nomeadamente para algum verniz nos gestos e actos.. E V. Exª com uma Secretaria de Estado tão difícil, que obriga a produção de sapato em abundância faz bem em deixar a minudência do verniz para um pobre autarca.
Por esta mesma razão, venho informar V.Exª que a partir de agora vou encarregar-me dessa vulgaridade que os meus amigos me censuram de desleixar. Produza V.Exª os sapatos que do verniz tratarei com gosto e prazer em servi-la.
Confesso que é sacrifício. Sacrifício pessoal, entenda-se. Prefiro mil vezes ver um Secretário de Estado a adornar uma bela mesa, enfeitada de apoiantes e profissionais da política, com um apontamento de flores no centro, uns quantos pacotes de manteiga, mais alguns salgados a condizer, e gravatas distintas, soberbas, do que ser forçado a impor o meu rebelde temperamento a tão augustas personagens, incluindo o pacote de manteiga. Mas se nada valho entre estrelas, querubins e safiras, tenho certeza certa que o Presidente da Câmara Municipal de Santarém, cidade e concelho de prestígio, vai definitivamente ocupar o lugar a que tem direito, por respeito ao augusto Governo de V.Exª e informar os Presidentes de Junta das suas responsabilidades formais. Com grande desgosto meu. Mas seguramente aliviando V.Exª do pesado fardo dos protocolos que desconhece mas com bom proveito para o nobre ofício de secretariar o Estado.
Creia-me com amizade bem disposta e consideração alegre
Com os melhores cumprimentos
O Cidadão
(Francisco Moita Flores)
Creia-me com amizade bem disposta e consideração alegre
Com os melhores cumprimentos
O Cidadão
(Francisco Moita Flores)
O Sá
O Sá anda há anos por aí. O seu rasto está pejado de idiotices e canalhices. O Sá é, evidentemente, o Fernandes. O do Túnel do Marquês, do Parque Mayer, da Feira Popular. Em boa verdade, e tirando o Túnel do Marquês, os outros assuntos não estão ainda resolvidos por causa dele.
Devemos-lhe tirar a cartola. Como é que um homem sozinho consegue trazer tanto prejuízo a uma cidade tão grande? Eu sei que a escola dele, a da Extrema Esquerda em que assenta o BE, é uma escola com tradição. É a enxovia em que assentam os ressabiados da revolução, os que nunca aceitaram a Democracia e a Liberdade, os que protestam na rua, como em França, contra os eleitos pela maioria, os que se acantonam e agarram a todas as oportunidades para impedir o progresso e o normal funcionamento das instituições. É dessa escola que bebe o Sá.
Quem acompanhou a vida de Lisboa nos últimos dois anos assistiu ao funcionamento em pleno da máquina trauliteira que é o Sá. Ele andava por todo o lado, aparecia em todo o lado, espécie de emplastro mediático com direito de antena. No fundo, o Sá é o Emplastro de Lisboa. Não tem os dentes podres mas só solta aleivosias. Não avança com uma proposta útil mas tenta bloquear todas as propostas que apareçam. Era vê-lo, saltitante, anunciando que o executivo camarário tinha caído ainda antes de acontecer. Parecia aquelas crianças que saltam de contentes quando recebem um brinquedo novo depois de terem arrasado com os nervos dos pais.
Mesmo em relação àquilo de positivo que se fez em ano e meio de mandato o Sá tentou colocar obstáculos. Por exemplo, no fim da precaridade dos vínculos de trabalho. A criação do Quadro de Direito Privado, que vai dar direitos e segurança aos quase 2000 trabalhadores com vínculo precário que a CML tem, contou com a oposição do Sá. Ele que tanto fala na televisão contra os vínculos precários foi o único vereador - repare-se bem, o único - que se opôs à proposta de acabar com esses vínculos. O Sá, que tanto protestou contra os tamanhos dos gabinetes, tinha 17 assessores. 17! Entre os quais uma senhora que faz uns biscates entre a Praça do Município e São Bento. O Sá, que no fim da obra exigiu que se assacassem responsabilidades pelo atraso, não disse a ninguém que o Túnel do Marquês, que ele seguramente já usou, se atrasou pelos embargos sucessivos que resultaram das acções que interpôs. O Sá é o responsável, único e directo, pelos milhões de euros que a obra custou a mais pelos atrasos que se verificaram.
O Sá é a versão mediática do Acácio Barreiros. Para quem se lembra, o Acácio Barreiros foi durante muitos anos o deputado da UDP na Assembleia da República, que era posto regularmente na rua porque não se sabia comportar, insultava tudo e todos, e procurava boicotar o trabalho do Parlamento. O Sá conseguiu mais. Foi, em grande parte, responsável pela queda de Carmona. É, conclui-se, um agitador do mais fino recorte. Herdeiro digno dos revolucinários franceses do século XVIII. Até certo ponto, é o nosso Robespierre com uma guilhotina diferente.
Mas eu tenho um sonho. É que o Sá, o Fernandes, acabe na guilhotina do escrutínio público.
AR
Esclarecimento
Carmona Rodrigues não foi, seguramente, o melhor presidente de câmara que Lisboa teve. Nem é inocente no embróglio em que a cidade está metida. O que não faz dele, evidentemente, o mau da fita disto tudo. Tenho para mim que o seu maior erro foi, no entanto, rodear-se de gente muito pouco recomendável. E não me refiro aos vereadores que suspenderam o mandato. Refiro-me àqueles que as pessoas na rua não conhecem e de quem nunca ouviram falar. Refiro-me a uma clique de acessores que, de facto, exerceram uma parte do poder que lhe cabia a ele ter exercido. Uns porque são amigos dele, outros porque foram contas políticas que teve que pagar.
O apoio à sua candidatura prende-se apenas com o símbolo que ele pode, se quiser, representar: o de que os independentes, aqueles que não se revêem na mixórdia da vida partidária, podem fazer política.
AR
terça-feira, maio 08, 2007
Amores e desencontros na política à portuguesa
Enviado pelo meu amigo Tangofolk. A edição é nossa.
António José Morais é primo em primeiro grau da Drª Edite Estrela. É um transmontano tal como a prima que também é uma grande amiga do Eng. Sócrates . Também é amigo de outro transmontano, também licenciado pela INDEPENDENTE o DR. Armando Vara , antigo caixa da Caixa Geral de Depósitos e actualmente Administrador da Caixa Geral de Depósitos, grande amigo do Eng. Sócrates e da Drª Edite Estrela.
O Eng. Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), só que devido ao seu elevado empreendedorismo canalizava trabalhos destinados ao LNEC para uma empresa em que era parte interessada. Um dia foi convidado a sair pela infeliz conduta .
Trabalhou para outras empresas entre as quais a HIDROPROJECTO e pelas mesmas razões foi convidado a sair.
Nessa sua fase de consultor de reconhecido mérito trabalhou para a Câmara Municipal da Covilhã aonde vendeu serviços requisitados pelo técnico Eng. Sócrates. Daí nasceu uma amizade. Foi dessa amizade entre o Eng. da Covilhã e o Eng. Consultor que se dá a apresentação do Eng. Sócrates à Drª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido Socialista. E assim começou a fulgurante ascenção do Eng. Sócrates no Partido Socialista de Lisboa, apadrinhado pela famosa Edite Estrela, ainda hoje um vulto extremamente influente no núcleo duro do líder socialista.
À ambição legitima do politico Sócrates era importante acrescentar a licenciatura. Assim o Eng. Morais, já professor do prestigiado ISEL ( Instituto Superior de Engenharia de Lisboa ) passou a contar naquela Universidade com um prestigiado aluno – José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel .
O Eng. Morais, demasiado envolvido noutros projectos, faltava amiudes vezes ás aulas e naturalmente foi convidado a sair daquela docência.
Homem de grande espirito de iniciativa, rápidamente se colocou na Universidade Independente. Aí o seu amigo bacharel José Sócrates, imensamente absorvido na política e na governação seguiu–o “ porque era a escola mais perto do ISEL que encontrou “.
E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o desconhecido mas exigente Eng. Morais. E, ultrapassando todas as dificuldades, conseguindo ser ao mesmo tempo Secretário de Estado e trabalhador estudante licenciou–se e passou a ser Engenheiro, à revelia da maçadora Ordem dos Engenheiros, que segundo consta é quem diz quem é Engenheiro ou não.
O Eng. Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), só que devido ao seu elevado empreendedorismo canalizava trabalhos destinados ao LNEC para uma empresa em que era parte interessada. Um dia foi convidado a sair pela infeliz conduta .
Trabalhou para outras empresas entre as quais a HIDROPROJECTO e pelas mesmas razões foi convidado a sair.
Nessa sua fase de consultor de reconhecido mérito trabalhou para a Câmara Municipal da Covilhã aonde vendeu serviços requisitados pelo técnico Eng. Sócrates. Daí nasceu uma amizade. Foi dessa amizade entre o Eng. da Covilhã e o Eng. Consultor que se dá a apresentação do Eng. Sócrates à Drª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido Socialista. E assim começou a fulgurante ascenção do Eng. Sócrates no Partido Socialista de Lisboa, apadrinhado pela famosa Edite Estrela, ainda hoje um vulto extremamente influente no núcleo duro do líder socialista.
À ambição legitima do politico Sócrates era importante acrescentar a licenciatura. Assim o Eng. Morais, já professor do prestigiado ISEL ( Instituto Superior de Engenharia de Lisboa ) passou a contar naquela Universidade com um prestigiado aluno – José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel .
O Eng. Morais, demasiado envolvido noutros projectos, faltava amiudes vezes ás aulas e naturalmente foi convidado a sair daquela docência.
Homem de grande espirito de iniciativa, rápidamente se colocou na Universidade Independente. Aí o seu amigo bacharel José Sócrates, imensamente absorvido na política e na governação seguiu–o “ porque era a escola mais perto do ISEL que encontrou “.
E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o desconhecido mas exigente Eng. Morais. E, ultrapassando todas as dificuldades, conseguindo ser ao mesmo tempo Secretário de Estado e trabalhador estudante licenciou–se e passou a ser Engenheiro, à revelia da maçadora Ordem dos Engenheiros, que segundo consta é quem diz quem é Engenheiro ou não.
Eis que licenciado o governante há que retribuir o esforço do HIPER MEGA PROFESSOR, que com o sacrificio do seu próprio descanso deve ter dado aulas e orientado o aluno a horas fora de normal, já que a ocupação de Secretário de Estado é normalmente absorvente .
E ASSIM FOI:
O amigo Vara, também secretário da Administração Interna coloca o Eng. Morais como Director Geral no GEPI , um organismo daquele Ministério. O Eng. Morais, um homem cheio de iniciativa, teve que ser demitido devido a adjudicações de obras não muito consonantes com a lei e outras trapalhadas na Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo Secretário de Estado Vara (lembram- se que foi por causa dessa famigerada Fundação que o Eng. Guterres foi obrigado a demitir o já ministro Vara - pressões do Presidente Sampaio - o que levou ao corte de relações do Dr. Vara com o Dr. Sampaio – consta–se até que o Dr. Vara nutre pelo ex Presidente um ódio de estimação).
O Eng. Guterres farto que estava do Partido Socialista aproveitou a derrota nas autárquicas e deu uma bofetada de luva branca no Partido Socialista e mandou–os a todos para o desemprego.
Seguiram–se os Dr. Durão Barroso e Dr. Santana Lopes que não se distinguem em práticamente nada de positivo e assim voltou o Partido Socialista comandado pelo Eng. Sócrates E GANHOU AS ELEIÇÕES COM MAIORIA ABSOLUTA. Eis que, amigo do seu amigo é, e vamos dar mais uma oportunidade ao Morais, que o tipo não é para brincadeiras. E o Eng. Morais é nomeado Presidente do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça .
O Eng. Morais, homem sensível e de coração grande, tomba de amores por uma cidadã brasileira que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo. E como a paixão obnibula a mente e trai a razão nomeia-a Directora de Logística dum organismo por ele tutelado a ganhar 1600 € por mês. Claro que ia dar chatice, porque as habilitações literárias (outra vez as malfadadas habilitações da pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava. Daí a ser publicado no “ 24 HORAS” foi um ápice. E assim lá foi o apaixonado Eng. Morais despedido outra vez.
E ASSIM FOI:
O amigo Vara, também secretário da Administração Interna coloca o Eng. Morais como Director Geral no GEPI , um organismo daquele Ministério. O Eng. Morais, um homem cheio de iniciativa, teve que ser demitido devido a adjudicações de obras não muito consonantes com a lei e outras trapalhadas na Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo Secretário de Estado Vara (lembram- se que foi por causa dessa famigerada Fundação que o Eng. Guterres foi obrigado a demitir o já ministro Vara - pressões do Presidente Sampaio - o que levou ao corte de relações do Dr. Vara com o Dr. Sampaio – consta–se até que o Dr. Vara nutre pelo ex Presidente um ódio de estimação).
O Eng. Guterres farto que estava do Partido Socialista aproveitou a derrota nas autárquicas e deu uma bofetada de luva branca no Partido Socialista e mandou–os a todos para o desemprego.
Seguiram–se os Dr. Durão Barroso e Dr. Santana Lopes que não se distinguem em práticamente nada de positivo e assim voltou o Partido Socialista comandado pelo Eng. Sócrates E GANHOU AS ELEIÇÕES COM MAIORIA ABSOLUTA. Eis que, amigo do seu amigo é, e vamos dar mais uma oportunidade ao Morais, que o tipo não é para brincadeiras. E o Eng. Morais é nomeado Presidente do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça .
O Eng. Morais, homem sensível e de coração grande, tomba de amores por uma cidadã brasileira que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo. E como a paixão obnibula a mente e trai a razão nomeia-a Directora de Logística dum organismo por ele tutelado a ganhar 1600 € por mês. Claro que ia dar chatice, porque as habilitações literárias (outra vez as malfadadas habilitações da pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava. Daí a ser publicado no “ 24 HORAS” foi um ápice. E assim lá foi o apaixonado Eng. Morais despedido outra vez.
sexta-feira, maio 04, 2007
Toma lá!
Carmona Rodrigues surpreendeu ontem tudo e todos ao anunciar que não se demitia. Acho que faz bem.
Independentemente do que de mau que se tem passado na gestão da autarquia, uma coisa é certa: Carmona não teve um segundo de descanso desde que ganhou as eleições. E a oposição principal veio do próprio partido. Nomeadamente de Paula Teixeira da Cruz, presidente da Assembleia Municipal e da Distrital de Lisboa do PSD.
A escolha de Carmona Rodrigues para liderar a lista do PSD não foi, como se sabe, pacífica. E, como ele próprio referiu ontem, o sistema político português não gosta de outsiders, estranhos às lógicas partidárias. Por isso o PSD tão esforçadamente tem tentado sabotar o trabalho do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Ontem, Carmona virou a mesa e confundiu a lógica partidária.
Em grande parte, Marques Mendes tem largas culpas no cartório. A decisão de seguir a linha de afastar os autarcas constituídos arguídos em vez dos efectivamente acusados deixa-o refém, principalmente, do PS, que manipula abertamente o sistema de justiça. De facto, a constituição de Carmona como arguido foi apenas o último passo numa espiral de cerco que foi subindo de tom conforme se via que Carmona ía resistindo. Começou em Gabriela Seara, passou a Fontão e terminou agora com ele. O PS e algum PSD, despudoradamente, usam todos os meios para se verem livres dele.
Mas a oposição na CML está, ainda, refém de um vereador: Sá Fernandes.
Para mim é um mistério como é que o BE tem tanta capacidade de manipular não apenas a comunicação social como de levar atrás os outros partidos.
Sá Fernandes exige agora responsabilidades pelo atraso na construção do túnel do Marquês. Parece-me bem. No entanto, as responsabilidades devem-lhe ser assacadas a ele, uma vez que foi ele quem usou de todos os meios ao seu alcance para impedir a realização da obra. Se a construção do túnel se atrasou a ele isso se fica a dever. Se o túnel ficou mais caro, pelos atrasos, a ele isso se deve. Gostava de ver essa responsabilidade assumida. Agora, que o túnel se está a demonstrar, tal como Carmona dizia, útil no escoamento do tráfego daquela zona da cidade, Sá Fernandes faz-se de virgem púdica e tenta virar o jogo. Desta vez não creio que venha a conseguir.
Mas a oposição na CML sofre ainda de uma triste falta de coragem. Ninguém quer ter o ónus da responsabilidade de derrubar o executivo. Porque não podemos esquecer que a oposição está em maioria no executivo. Bastava que todos renunciassem ao seu mandato para derrubar Carmona. Ao não o fazerem, só posso concluír por uma de duas hipóteses: ou são cobardes ou não querem, efectivamente, assumir o risco de, em eleições, ganharem a câmara e não conseguirem fazer melhor do que Carmona.
Mas de tudo isto surge uma possibilidade nova. Quem anda na rua sabe do apoio e simpatia que Carmona tem junto de uma grande camada de lisboetas. Se o executivo da CML vier a ser derrubado, estamos perante uma possibilidade única na história da política em Portugal: a criação de uma candidatura independente dos partidos com possibilidades ganhadoras, que se imponha às lógicas rasteiras da política ranhosa que hoje se pratica em Portugal e que permita um movimento cívico de verdadeira renovação.
Se Carmona quiser avançar para uma solução dessas, não sou só eu que estarei com ele. É também uma larga base de apoio de militantes social democratas que não se revêem na lógica intriguista de muitos dirigentes do PSD e de muitas pessoas desligadas de vínculos políticos para quem Portugal tem que ter mais futuro do que o que lhe é prometido pela clique política que o governa.
AR
quinta-feira, março 29, 2007
Divagações XCI
"The pounding of heart becomes fainter,
Blood cooling, slowing in vein,
They move now, swifter, faster,
As the life from this mortal he drains.
Around and around to the music,
The blood pounding in her ears,
He is before her yet she cannot see him,
She knows not the bringer of tears.
Now away from the rest he twirls her,
As her last breath escapes her lips,
The music ends, he dips her low,
And her life away from her slips.
Too late she finally understands,
That dancing with Death is she,
Though he dances with us all, in time,
The Last Dance is saved for thee."
Terry Pratchett
Blood cooling, slowing in vein,
They move now, swifter, faster,
As the life from this mortal he drains.
Around and around to the music,
The blood pounding in her ears,
He is before her yet she cannot see him,
She knows not the bringer of tears.
Now away from the rest he twirls her,
As her last breath escapes her lips,
The music ends, he dips her low,
And her life away from her slips.
Too late she finally understands,
That dancing with Death is she,
Though he dances with us all, in time,
The Last Dance is saved for thee."
Terry Pratchett
Divagações XC
Eu, que ainda acredito que o Ensino Superior é uma coisa importante, ando pasmado a assistir à novela da Universidade Independente.
Evidentemente, é grave se as suspeitas de branqueamento de capitais, tráfico de influências e tudo o resto se demonstrar ser verdade. Bem como a falsificação de documentos e a atribuição de graus académicos mais ou menos fantasma. Mas o pior, aquilo que me parece ser verdadeiramente o mais grave, é a falta de consideração e respeito que se está a ter para com os alunos daquele estabelecimento de ensino, que ali apostaram, em tempo útil, a esperança de um futuro melhor e, em tempo inútil, estão a ver desabar essa espectativa perante a indiferença de quem tem a responsabilidade última de lhes dar caminho: o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Eu não sei se o ministro tem a capacidade de intervir a seu belo prazer naquela questão. Eventualmente não terá. Mas terá, com certeza, a capacidade de facilitar a colocação daqueles estudantes noutro estabelecimento de ensino e, por essa forma, garantir duas coisas: que as expectativas destes não saem goradas e, por outro lado, desarmar em grande parte a capacidade de influência dos grupos em confronto, que me parece estarem a usar os estudantes e o seu futuro como arma de arremesso nas suas guerras.
AR
quarta-feira, março 28, 2007
Parabéns ...
... a nós. 90.000.
A Quinta Coluna
A Quinta Coluna
terça-feira, março 27, 2007
A Camarada Odete
A Camarada Odete esteve em plena forma no programa 'Os Grandes Portugueses'. Absolutamente ao nível que esperava dela: rasteiro.
A Camarada Odete continua a sonhar com uma sociedade onde os amanhãs cantem. E cantem bem. A plenos pulmões. Assim como um coro de dissidentes no Gulag, enquanto tentam não morrer de fome e de frio.
A Camarada Odete cantou hossanas ao Camarada Cunhal - paz à sua alma, não só porque foi contratada pela televisão para o fazer como porque acredita na sua bondade intrínseca. Portanto, a Camarada Odete é defensora das expropriações, como ocorridas durante a Reforma Agrária, é partidária dos Saneamentos na Função Pública, como ocorridos em 75 e que visavam os que não eram de esquerda, é partidária da ocupação das fábricas e das empresas. A Camarada Odete é partidária de tudo isso porque, evidentemente, isso era o que o Camarada Cunhal - paz à sua alma - defendia. E fez.
A Camarada Odete, é portanto, inimiga declarada da Democracia. Porque assim demonstrou durante toda a sua vida política, porque assim o demonstrou nessa noite, quando protestou contra a vitória de Salazar por achar a divulgação desse resultado como violador da Constituição, que proibe a promoção do fascismo - portanto, pretendendo impor o seu espírito iluminado à vontade dos votos livremente expressos naquele concurso, porque assim era o Camarada Cunhal - paz à sua alma. A treta do democrata, evidentemente, não colou.
Como já escrevi neste blog, a Democracia em Portugal existe não por causa de Cunhal - paz à sua alma - mas apesar dele. Se conseguisse levar a sua àvante, Portugal ter-se-ía transformado numa qualquer república popular, onde a Camarada Odete, apesar dos perdigotos, dominaria, mas onde eu, por exemplo, não teria direito à expressão da minha opinião. Os portugueses, no geral, não esquecem isso. E por isso votaram em Salazar. Por protesto e, digo eu, para evitar que Cunhal - paz à sua alma - ganhasse.
Ainda assim, a Camarada Odete pode cantar vitória. Não sei se o PCP, em algum momento da sua história, terá tido 19% numa eleição.
AR
segunda-feira, março 26, 2007
O Maior da Aldeia
Fiquei até ao fim para confirmar os boatos e assistir à vitória de António de Oliveira Salazar como o maior português de todos os tempos. Eu até votei. E votei em Salazar, como é evidente. Isto há que ter prioridades.
É evidente que o voto em Salazar se me afigura como um voto de protesto. Não acredito que haja um número significativo de portugueses que deseje o regresso ao (do) Estado Novo. Mas é evidente que a Democracia não está a dar resposta aos desejos das pessoas. Aliás, a Democracia está a caminho de falhar completamente nos seus designios de dar uma vida efectivamente melhor (e não apenas proporcionalmente) aos portugueses. Por diversos motivos, dos quais eu destaco a corrupção. E por isso temos que 60% dos votos expressos no concurso tenha sido dado a ditadores: um efectivo e outro em potência.
Sinais dos tempos.
AR
sexta-feira, março 23, 2007
Resposta a outro desafio
Lembra-te
Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
Mário Cesariny
Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
Mário Cesariny
Divagações LXXXIX
No imaginário colectivo português 'Eles' têm um lugar de destaque.
'Eles' são uma entidade vaga que representa sempre alguém que está acima dos outros e que sobre estes exerce um qualquer tipo de poder. Consoante as situações, 'Eles' podem ser os governantes em particular ou os políticos em geral, os professores, quando andamos na escola, os empresários, os dirigentes desportivos, ou nenhum destes nem ninguém em especial. O 'Eles' satisfaz a nossa necessidade de vermos conspirações à nossa volta para explicarem o que corre mal nas nossas vidas, tenhamos ou não razão, que tem como corolário o 'isto está bom é para eles'. Descarregamos o fígado e lá vamos às nossas vidas muito mais leves e felizes.
AR
quinta-feira, março 22, 2007
Divagações LXXXVIII
Tenho andado a matutar no assunto e julgo ter compreendido, finalmente, o motivo da teima do Governo em construír o novo aeroporto na Ota. Tem tudo a ver com a há tão apregoada D-E-S-C-E-N-T-R-A-L-I-Z-A-Ç-Ã-O. Essa! Só assim se compreende que se queira construír por uma fortuna um novo aeroporto no meio de nenhures. Ou na Ota, que é mais ou menos o mesmo.
Agora que compreendi o alcance de tal proposta, venho aqui, humildemente, de chapéu na mão, tremendo de temor reverencial, apresentar mais algumas propostas para que a D-E-S-C-E-N-T-R-A-L-I-Z-A-Ç-Ã-O avance no nosso país e nos aponte o caminho do progresso.
Assim:
1) A construção do comboio de alta velocidade de Chaves a Vila Real de Santo António, atravessando a lezíria, com paragem apenas no Gavião.
2) A construção dos quilómetros que faltam à CRIL em Freixo-de-Espada-à-Cinta;
3) A construção da ponte de Entre-os-Rios em Unhais da Serra;
4) A deslocalização do Oceanário de Lisboa para Niza;
5) A deslocalização do Metro do Porto para Sines;
6) A extensão das carreiras da Carris a Avintes;
7) A construção da nova cidade judicial ali para as bandas de Pedrógão;
8) E, finalmente, a construção do Museu dedicado a Salazar na Marinha Grande. Ou em Beja.
AR
quarta-feira, março 21, 2007
Dia Mundial da Poesia (ou a resposta a um desafio)
Poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
terça-feira, março 20, 2007
O Circo
Fiquei com a impressão de que, no passado fim-de-semana, Vitor Hugo Cardinalli tomou conta do CDS e transformou-o em mais um dos seus espectáculos. O Circo, aparentemente, chegou à cidade.
Não sei quem tem razão. Provavelmente, pelo tom da discussão, ninguém. Mas o espectáculo dado fez-me recuar cerca de 15 anos. Quando abandonei a militância do CDS. Na altura, pela chegada de Manuel Monteiro e Paulo Portas - este ainda eminência parda do primeiro - e saída de Freitas do Amaral. Ao fim de alguns meses apenas, percebeu-se que o CDS - depois rebaptizado PP - tinha mudado. Para pior, digo eu, embora os resultados eleitorais digam o contrário. O que, na altura, ficou evidente foi que o partido iria abandonar a sua matriz democrata-cristã para se transformar num partido Liberal. Assim foi. Não creio que o país tenha lucrado com a mudança.
Agora, Paulo Portas pretende voltar. Ao partido e, imagina-se, ao poder. Como parodiavam os Gato Fedorento, "sem pressa desde que seja já para a semana". E pretende, como importa a quem não tem projecto político que não um projecto pessoal de poder, chegar lá a talho de foice.
Um antigo colega meu de faculdade, actualmente dirigente do CDS, enviou-me um mail - ainda estou para perceber porquê - bem como a mais uma quantidade de pessoas que não conheço exigindo a demissão de Mª José Nogueira Pinto. Diz ele, a certa altura da sua argumentação "Sendo a questão da eleição do futuro Presidente, uma QUESTÃO POLÍTICA e NÃO JURÍDICA ..." (sic).
Eu, que reconheço o meu pouco entendimento destas coisas, não percebi. É que sempre me quis parecer que a questão política é a escolha, mas a forma é uma questão jurídica, pelo que antes de se chegar à questão política tem que se passar pela questão jurídica. E é exactamente isso que Paulo Portas me parece querer: fintar a questão jurídica para obter, eventualmente, ganhos políticos.
Provavelmente estou enganado.
AR
quinta-feira, março 15, 2007
Divagações LXXXVII
Não tenho por hábito reencontrar-me com o passado. Aliás, nem me parece boa política, principalmente quando se trata de voltarmos aos sítios onde fomos felizes. Mas todas as regras têm excepções.
AR
sexta-feira, março 09, 2007
Divagações LXXXVI
Os valores do imposto automóvel vão ser revistos. Na onda, apanham os usados, nomeadamente os importados, que vão passar a pagar o imposto automóvel por inteiro, como se de carros novos se tratassem, apesar de não o serem e de já terem pago o respectivo imposto nos países de origem, numa clara violação da regra de não se aplicar duas vezes o mesmo imposto ao mesmo bem, acto conhecido como dupla tributação e que leva Portugal, de há uns anos a esta parte, a pagar uma multa anualmente a Bruxelas por se recusar a eliminar esta 'retributação' dos usados importados.
Vem isto a propósito de eu ter uma Passat de 2002 para vender. Importada. Com 112.000 Km, que tenho há um ano e que quero vender para ir buscar um carro mais concentâneo com a minha condição de solteiro alegre. Assim uma coisa mais sem capota, não sei se me estão a entender. É o modelo Highline, com estofos em pele e aplicações em madeira. Um luxo. E para mais com Jantes em Liga Leve de 17" com pneus largos, 225 para ser mais exacto. Depois, os extras do costume, desde o GPS ao Ar-Condicionado automático, passando pelos cromados exteriores, os Airbags, os controlos de tracção, os ABSs, os sensores de chuva e o resto. Pela módica quantia de €19.000, eventualmente negociável se estiver bem disposto nesse dia.
Ah, como dá jeito ter um blog ...
AR