sexta-feira, outubro 28, 2005

o segredo do meu voto

Para que, numa 2ª volta, o Partido Socialista se veja obrigado a apoiar o Manuel Alegre, contra Cavaco Silva, assim engolindo o veneno que agora destila contra o "poeta-deputado", depois da traição que lhe fez, voto (contrariado) num militante do PS.
CC

O meu post a secret share a secret





shiu ... ;)

Sofia

Momento para gozar com o glorioso

Algures n'A Bola:

«Deu negativo e existe tranquilidade
Águia «Vitória» já fez testes à gripe das aves»

Nação respira de alívio.

Sofia

sexta-feira é dia de post secret


«All men have secrets and
here is mine / So let it be known / We have been through hell and high tide / I can surely rely on you ... // And yet you start to recoil / Heavy words are so lightly thrown / But still I'd leap in front of a flying bullet for you»
CC e Morrissey

o meu reino não é deste mundo, parte 2

Quem é o Carlos Alberto? Com esse nome, conheci um que jogava no FCP. E era bom de bola, o sacana...
LR

quinta-feira, outubro 27, 2005

Avante, Camarada!

Andei um pouco a pensar no título que deveria dar a este post. A coisa estava complicada por isso decidi utilizar a 'sugestão' de Carlos Alberto, neste seu comentário ao meu post anterior.
Não fora o facto de Carlos Alberto não me conhecer e eu ter-me ía sentido ofendido com a mera insinuação de ser comunista. Mas como não me conhece, não fico. O que não invalida que não reconheça validade em muitas das reivindicações que o PCP faz: o não partilhar do seu ideário não me obriga a ser contra tudo aquilo que digam ou façam. Parece-me ser do mais elementar bom senso.
Mas ainda voltando ao comentário de Carlos Alberto ao meu post gostaria de realçar algumas coisas que, julgo, não foram bem compreendidas. Vejamos.

1) Em parte alguma daquele post defendi que deveria aumentar o número de funcionários públicos. Disse, isso sim, que o número de funcionários públicos em Portugal é percentualmente menor ao da média comunitária, o que significa que não é por eles, seguramente, que o país vive uma situação de crise financeira.

2) Em parte alguma daquele post defendi o aumento dos impostos (excepto para a banca, posição que, de resto, reafirmo). O que defendi foi que as empresas privadas pagassem os impostos que devem, o que é significativamente diferente. Uma das causas dos problemas financeiros de Portugal é, exactamente, a escandalosa fuga ao fisco de uma percentagem significativa dos portugueses (que não dos funcionários públicos, pois como Carlos Alberto deve saber, a fuga ao fisco dos funcionários públicos é virtualmente impossível) que origina a falta de dinheiro no final do ano. Como julgo que sabe, a taxa de evasão fiscal nos países mais ricos e com uma população bem mais educada e cumpridora do que a portuguesa é significativamente menor do que em Portugal.

3) Da reacção de Carlos Alberto à sugestão de pagamento dos impostos devidos, reservo-me o direito de considerar que é um dos muitos portugueses que foge ao cumprimento das suas obrigações fiscais.

Mas não queria que fosse daqui, como é uso dizer-se, de mãos a abanar. Tenho uma prenda para si. Espero que goste ...


"Avante Camarada"

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada,
avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Ergue da noite, clandestino,
À luz do dia a felicidade,
Que o novo sol vai nascendo
Em nossas vozes vai crescendo
Um novo hino à liberdade
Que o novo sol vai nascendo
Em nossas vozes vai crescendo
Um novo hino à liberdade

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada,
avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Cerrem os punhos, companheiros,
Já vai tombando a muralha.
Libertemos sem demora
Os companheiros da masmorra
Heróis supremos da batalha
Libertemos sem demora
Os companheiros da masmorra
Heróis supremos da batalha

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada,
avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Para um novo alvorecer
Junta-te a nós, companheira,
Que comigo vais levar
A cada canto, a cada lar
A nossa rubra bandeira
Que comigo vais levar
A cada canto, a cada lar
A nossa rubra bandeira

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada,
avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Um abraço amigo
AR

quarta-feira, outubro 26, 2005

o céu são os outros

O lugar do Outro.
CC

terça-feira, outubro 25, 2005

A Grande Mentira

A propósito do post abaixo, do CC, e dos comentários lá feitos, lembrei-me de largar aqui os meus palpites, embora ninguém mos tenha pedido. Mas não faz mal.
A Função Pública é utilizada, normalmente, como bode espiatório para os problemas deste país e como instrumento relativamente fácil de controlar o problema financeiro da Nação. E, normalmente, os governos são nisso ajudados pela imensa (ainda bem) massa de trabalhadores que não são funcionários públicos. Mas importa, digo eu, clarificar as coisas e, para isso, nada melhor do que alguns números, a saber:

1. Do Statics in Focus n.º 41/2004, produzido pelo departamento oficial de estatísticas da União Europeia, retira-se que a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos é inferior à mesma despesa média dos restantes países da Zona Euro.

2. Outra publicação da Comissão Europeia, L´Emploi en Europe 2003, permite comparar a percentagem dos empregados do Estado em relação à totalidade dos empregados de cada país da Europa dos 15. Em média nessa Europa 25,6 por cento dos empregados são empregados do Estado, enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18 por cento. A Dinamarca e a Suécia têm quase o dobro, respectivamente 32 e 32,6 por cento. Não me parece que estes países sejam mais pobres do que nós.

3. Um dos argumentos mais usados é do peso das despesas da saúde. A insuspeita OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por habitante é de €1458. Em Portugal esse gasto é … €758. Todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastam mais que nós. A França €2730, a Austria €2139, a Irlanda €1688, a Finlândia €1539, a Dinamarca €1799, etc.

Julgo que poderíamos continuar por aqui fora ad eternum. Mas eu não quero, até porque não tenho tanto tempo de vida, e por isso passemos adiante.
Eu acho muita graça a quem trabalha no privado tecer comentários pouco esclarecidos acerca do Estado e da Função Pública. Esquecem-se, no entanto, que as empresas onde trabalham não cumprem as suas obrigações fiscais. Se as suas empresas cumprissem essas obrigações e pagassem os mais de €3.000 milhões que devem, apenas em sede de IRC e IVA, com certeza não teríamos problemas de déficit e viveriamos todos melhor. A Banca, por exemplo, paga impostos baixíssimos, comparada com os restantes sectores. Considerando que, em anos de crise, os lucros da generalidade do sector quase duplicaram, não vejo porque não possam pagar os mesmos impostos dos outros todos. Mais. A PT beneficia, devido aos seus investimentos no Brasil, de um fundo concedido pelo Estado, a que eufemisticamente se resolveu chamar de Reserva Fiscal de Investimento que lhe permitiu não pagar impostos pelos prejuízos tidos naquele país, e que ascendeu, no total, a várias centenas de milhões de euros.
Aquilo que eu vejo, meus caros amigos, é que, ao contrário daquilo que se diz e aparece comentado neste blog, quem benefícia em termos absolutamente revoltantes das benesses do Estado não são os seus trabalhadores nem, tão pouco, os seus sistemas de saúde, mas uma fatia escandalosamente grande das Empresas Privadas deste país, quer através de benefícios directos quer através da falta de cumprimento das suas obrigações fiscais, o que se reflete negativamente na sociedade em geral.
AR

quinta-feira, outubro 20, 2005

mais oportunidades

O sr. ministro das finanças prometeu/ameaçou que, «em resultado da análise que está a ser feita da orgânica dos vários ramos da administração, haverá libertação de pessoal excedentário» e espera que a mesma "libertação" «seja significativa, para que haja um efectivo emagrecimento da administração nos serviços». Acrescentou ainda o sr. Santos que «teremos de fazer um esforço para usar todos os meios possíveis que nos permitam emagrecer a função pública, mas acho desejável que isso não seja à bruta» (sic). «Esperamos que ao longo de toda a legislatura haja uma redução de 75 mil funcionários».
Como se vê, não se fala na palavra feia: DESPEDIMENTOS. É apenas "libertação", "redução" e a nutricionista "emagrecimento". Ficamos todos descansados. Por outro lado, o "emagrecimento" da função pública «não será à bruta». Pelo contrário, será devagar e com muito jeitinho, sem causar qualquer dor. Apenas uma vaga mas crescente sensação de prazer.

Ficamos, todavia, com um (outro) problema: uma vez que o sr. Sócrates prometeu criar, nesta mesma legislatura, 150.000 novos empregos, será que, com estes novos dados do OE2006 terá de criar 225.000? Ou reemprega os funcionários-adiposos e tem apenas de criar 75.000 empregos (e, assim, contando com os amigos que já nomeou e os que ainda vai nomear, só lhe faltam algumas dezenas)?
CC

quarta-feira, outubro 19, 2005

pobrezas

no céu e na Terra.
CC

terça-feira, outubro 18, 2005

Talvez sim, talvez não

A Sofia apresenta aqui por baixo um retrato negro da cidade de Mwanza, na Tanzânia.
Quando li o post a primeira questão que me assaltou o espírito foi: como seria antes? Acho que o documentário poderia ter falado no assunto (admito que não tenha falado). Isso era importante, para se poder comparar a situação anterior com a actual. Embora se adivinhe que o ecossitema do lago estava bem antes.
E a questão é importante porque apenas sabendo como era o antes se pode concluír se o agora é melhor ou pior. Independentemente de o agora ser mau.
Mas não concordo, como seria de esperar (não é?) com a ideia transmitida pelo post de que a globalização - e com ela os europeus - é um instrumento de exploração e criação de miséria.
O primeiro instrumento de miséria em Mwanza parecem-me ser as próprias autoridades locais. Se as armas, que vêm entre a ajuda humanitária, chegam e seguem é porque ou as cargas não são inspeccionadas ou são-no e as autoridades deixam passar. Isso dificilmente é da responsabilidade da globalização - e dos europeus. Se as condições de salubridade são más é porque as autoridades locais permitem que assim seja, eventualmente gastando dinheiro em armas em vez de o gastarem no bem estar da sua população. Isso também dificilmente é da responsabilidade da globalização - e dos europeus. Se são cometidos crimes e ficam impunes, parece-me que isso se deve ao facto de as autoridades locais não estarem interessadas no cumprimento daquilo que, imagino, sejam as leis existentes (a não ser, evidentemente, que na Tanzânia não seja crime aquilo que é no resto do mundo).
Eu tenho para mim que a reportagem em causa deixa ver, apenas, o quão más, incompetentes e corruptas são as autoridades tanzanianas.
AR

Heart of Darkness

"Hoje é o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza. Neste dia, vale a pena lembrar as melhores armas de combate à pobreza: os mercados, a globalização, as instituições liberais, a iniciativa privada, o capitalismo e os laços de solidariedade que unem os membros da sociedade civil entre si. E tudo aquilo que tem contribuido para a pobreza: os impostos, a sobre-regulamentação, o centralismo, o proteccionismo e o socialismo."
João Miranda in Blasfémias


Passou esta segunda no Doc Lisboa um documentário do belga Hubert Sauper, o Darwin's Nightmare , todo um case studie sobre a aplicação da globalização, capitalismo e iniciativa privada na Tanzânia. A Tanzânia, uma antiga colónia britânica, fica situada na África Oriental ladeada pelo Uganda, pelo Quénia, por Moçambique e pelo Congo.

O documentário começa por mostrar o negócio florescente da cidade de Mwanza, a comercialização da perca do Nilo, uma espécie exótica introduzida no lago Vitória na década de 50. Trata-se de um animal enorme de onde se extraem filetes de peixe branco e grosso. Reproduz-se rapidamente e é bastante lucrativo. É a globalização em acção: há trabalho para os pescadores, as fábricas de extracção e comercialização dos filetes são os maiores empregadores da zona, o produto tem como alvo o mercado de exportação (Japão e a Europa), conta com apoio do governo central e da Comissão Europeia

O pesadelo começa pela escolha do bicho colonizador. A perca do Nilo é também um predador voraz que já deu cabo do ecossistema do lago (as cerca de 200 espécies nativas já estão praticamente extintas) acrescido do problema da perda de oxigênio na água consequência da poluição e da perda da biodiversidade.

O pesadelo continua à medida que vamos conhecendo como vivem as populações nas margens do lago. Os pescadores, numa espécie de colónias à beira rio, na mais absoluta miséria, sem acesso a cuidados médicos ou condições mínimas de dignidade. O vírus HIV mata cerca de 10 a 15 (pescadores) por semana. Na cidade, encontram-se hordas de meninos de rua, órfãos deixados pela doença (HIV mais uma vez) e pela miséria. Snifam cola para se consolarem. Conhecemos também um grupo prostitutas, único trabalho para as mulheres da zona que queiram sobreviver. Vendem o corpo aos pescadores e aos transportadores do peixe (pilotos e tripulação dos aviões). Sofrem abusos vários. Uma das raparigas entrevistadas é degolada por um piloto durante a realização do documentário.

A última face do pesadelo é o transporte. Monta-cargas ucranianos abastecem a Europa duas vezes ao dia. Para nós trazem cerca de 55 toneladas de filetes, para África, e depois de alguns apertos por parte do realizador, confessam, entre a ajuda humanitária e médica seguem por vezes caixotes de armas e equipamento de guerra que abastecem os conflitos nos países vizinhos. Um comandante de um destes aviões reconheceu ter uma vez transportado 4 tanques para Angola.

Como as larvas que devoram as espinhas que são vendidas à população local (o único que esta pode comprar), vemos que o sistema está, todo ele, podre. A população local não é beneficiada pelo desenvolvimento deste negócio. O futuro é insustentável pela questão ecológica, porque não se consegue romper o ciclo de pobreza, pela doença, porque nós recebemos peixe e eles recebem armas. Uma guarda nocturno que vigia uma dos laboratórios de apoio à indústria pesqueira, munido apenas com um arco e algumas setas para ganhar 1 dólar por dia, diz que prefere a guerra. Que venha a guerra porque sempre se ganha mais.

Admito que parte desta equação passa também pela democratização destes países, e que, em teoria, o livre acesso aos mercados e a troca comercial promovem a riqueza das nações, já dizia Adam Smith. Mas a riqueza criada não está a servir estas populações. O esquema montado promove a miséria, e a miséria, apercebemo-nos, é também ela um negócio. Como a perca do Nilo que acaba com os recursos do lago, a Europa aqui é retratada como o predador destas populações. Bem vêem, poderemos sempre enviar ajuda humanitária no final. Somos fornecedores de mantimentos, de ajuda médica e somos também os fornecedores de armas.

O Papa João Paulo II na encíclica Sollicitudo rei Socialis fala de um mundo submetido a “estruturas de pecado”, ou seja , um conjunto dos factores negativos, que agem em sentido contrário a uma verdadeira consciência do bem comum universal e à exigência de o favorecer, dá a impressão de criar, nas pessoas e nas instituições, um obstáculo difícil de superar. Estas estruturas interferem e atrasam o processo do desenvolvimento dos povos. É um conceito que descreve bem esta situação. Infelizmente trata-se disso e fazemos parte dela. Somos os consumidores.

Sofia

domingo, outubro 16, 2005

a César o que é de César, a Nuno o que é de Nuno

14 anos depois, voltámos a ganhar ao FCP lá em cima. Na altura foi um jogo sofrido, com César Brito a resolver in extremis; desta vez foi sem espinha, e Nuno Gomes até teve uma ajudinha da defesa (?) portista.
A história destes 14 anos é a história da "cultura desportiva" de Pinto da Costa, das viagens ao Brasil oferecidas aos árbitros, dos quinhentinhos, de Paulinho Santos, de Jorge Costa, do mau cheiro nos balneários, de petardos ao intervalo, de Guardas Abéis, de golos mal anulados, das agressões na Avenida dos Aliados, e do mais que (felizmente) não me recordo agora.
Vão buscar, filhos da puta.
LR

sábado, outubro 15, 2005

já foi anunciado o novo James Bond



Daniel Craig (The Road to Perdition).

LR


sexta-feira, outubro 14, 2005

Eu também acho

08:00 - Abrem as urnas no país.

08:01 - Pedro Santana Lopes é o primeiro a votar, vindo directamente da noite lisboeta.

10:30 - Sócrates foi votar num avião Falcon da Força Aérea.

11:00 - Pedro Santana Lopes vai para casa dormir.

12:00 - Mário Soares acorda.

12:05 - Mário Soares adormece.

13:00 - Maria Barroso acorda Mário Soares e diz-lhe que já são horas para ir cumprir o seu dever cívico.

13:01 - Mário Soares diz que não vale a pena, sente que Sócrates já ganhou.

13:02 - Maria Barroso lembra que as legislativas já passaram, hoje são autárquicas.
14:00 - Mário Soares engana-se na secção de voto.

14:10 - Agora sim, Mário Soares consegue votar.

14:05 - Mário Soares apela ao voto no filho João Soares em Sintra, dizendo que se encontra em empate técnico com Fernando Seara.

14:30 - Maria Barroso pergunta a Mário Soares se votou em consciência.

14:40 - Mário Soares diz que não se lembra onde pôs a cruz.

15:00 - Carrilho vota e não cumprimenta o presidente da mesa de voto.

15:20 - Maria Barroso descobre uma cruz na mão de Mário Soares.

15:30 - Jerónimo passa a tarde na sua sede partidária a rebobinar as cassetes com os discursos dos dias de eleições e a ouvir a Internacional Comunista.

16:00 - Comissão Nacional de Eleições (CNE) acusa Mário Soares de violação clara da lei eleitoral que proíbe que no dia das eleições seja feito um apelo ao voto. Como se trata de um ilícito eleitoral de natureza criminal, é um crime da responsabilidade do Ministério Público. É a segunda vez consecutiva que Mário Soares viola a lei, depois de ter apelado à maioria absoluta de Sócrates no dia das eleições legislativas.

16:30 - Mário Soares dorme profundamente.

17:00 - Levantam-se vozes no Largo do Rato a favor do fim do apoio socialista à candidatura presidencial de Soares.

17:30 - PS retira a confiança política a Mário Soares.

17:35 - Mário Soares vai concorrer como independente renegado, mas não sabe porque está a dormir.

18:00 - Analistas políticos prevêem que nas próximas sondagens o candidato independente Mário Soares apareça à frente de Cavaco Silva.

19:00 - Projecções dão grandes vitórias ao PSD e PSD/CDS, neste dia de eleições.

19:01 - Animal/emplastro corre da Sede do PS para a Sede da Coligação PSD/CDS na Avenida dos Aliados.

19:05 - Carmona esmaga em Lisboa, Rio ganha com maioria absoluta no Porto.

19:05 - O empate técnico (diferença de 1%) que Mário Soares falava em Sintra afinal traduziu-se numa diferença de 13%.

19:05 - Carrilho chora como uma criança, num quarto do Hotel Altis.

19:05 - Cavaco chora a rir com os resultados e engasga-se com uma fatia de bolo-rei.

19:05 - Sócrates diz a Jorge Coelho que nem tudo correu mal, pelo menos o convencido do Carrilho que se acha mais inteligente e bonito, perdeu.

19:10 - João Soares, volta a perder, agora em Sintra... tomou-lhe o gosto.

19:15 - João Soares culpa o seu pai pelo mau resultado e nunca mais quer o seu apoio.

19:20 - João Soares pensa já nas próximas autárquicas, mas arriscando uma candidatura numa presidência de junta de freguesia da margem sul.

19:30 - Mário Soares acorda e telefona ao filho a dar os parabéns.

19:31 - Maria Barroso aconselha Mário Soares a ir para a cama.

19:32 - Mário Soares não hesita e vai.

19:33 - Mário Soares já ressona.

19:35 - O Poeta Alegre abre uma garrafa de champanhe para festejar o dia pouco feliz no clã Soares.

19:40 - O pára-quedista, caciquista e populista Avelino Ferreira Torres, perde em Amarante e culpa o "Sr. Mota-Engil".

19:45 - Avelino tenta sair de Amarante rumo ao Marco de Canaveses, mas perde-se na cidade que não conhece. Pede ajuda... sem sucesso. Pára o carro para se acalmar... quem sofre são os caixotes do lixo e os bancos de jardim.

19:50 - Isaltino sente-se cansado, e é aconselhado pelo sobrinho a tirar umas férias na Suíça.

20:00 - Fatinha Felgueiras vence categoricamente, apesar de ter estado de férias no Brasil nos últimos dois anos.

20:05 - O Poeta Alegre abre nova garrafa de champanhe, agora pela derrota pessoal de Sócrates.

20:10 - Avelino anda perdido ás voltas numa rotunda de Amarante.

20:15 - Jorge Coelho sacode a água do capote e esconde-se numa toca.

20:20 - Major Valentim, prepara-se para discursar, a azáfama na sala é a grande, recorre a um valioso apito de ouro para impor o silêncio na plateia.

20:21 - Discurso inflamado e paroquial do Major de Gondomar.

20:30 - António "Limiano" Guterres, sente-se aliviado com este novo terramoto eleitoral, a fazer lembrar a tragédia, o horror e o drama de 2001.

20:35 - O Poeta Alegre, abre a terceira garrafa de champanhe, agora sem motivo aparente.

20:50 - Avelino bate de carro contra um alvará de construção da Edifer e culpa o "Sr. Mota-Engil".

20:55 - Carrilho faz um discurso patético, não reconhece a derrota, não felicita o vencedor Carmona, e Bárbara Guimarães dá-lhe um beijo num cenário "kitsch" (manifestação estética de valor inferior) a fazer lembrar uma telenovela venezuelana.

21:00 - Jerónimo de Sousa carrega no play e desbobina a cassete, ouvem-se os grandes clássicos nestas ocasiões: "Uma grande vitória para a CDU, enfim uma vitória dos trabalhadores e de toda a classe operária", "a luta continua", "uma pesada derrota para a direita", "um cartão vermelho ao governo", "fascismo nunca mais", "camaradas, vamos cumprir Abril", "um rude golpe para o lobby económico-financeiro e dos interesses capitalistas no país e quiçá no mundo" "25 de Abril sempre","blábláblá", fim da cassete.

21:04 - Membros do secretariado do Comité Central do PCP mudam as pilhas em Jerónimo de Sousa.

21:05 - Até agora, só Valentim Loureiro elogiou Sócrates.

21:10 - Povo de Felgueiras festeja nas ruas a vitória de Fatinha . O povo grita: "uma grande senhora" ,"a autarca mais séria e honesta de Portugal", "uma mulher que não foge à luta", "fez-se justiça".

21.15 - Francisco Louçã enumera as conquistas do B.E. apesar de continuar desconhecido no interior do país.

21:15 - Carrilho chega a casa, olha para uma fotografia sua, dá-lhe um beijo e pergunta como foi possível.

21:20 - Sócrates discursa para a comunicação social e para mais três pseudo-notáveis do partido.

21:25 - Marcelo Rebelo de Sousa, descarrega veneno contra a direita e contra a esquerda há mais de duas horas num canal de televisão.

21:30 - Avelino é apanhado no meio da caravana automóvel do PS, é vilipendiado por populares, mas descobre finalmente uma saída de Amarante.

21:40 - O Poeta Alegre telefona a Carrilho para o confortar e diz-lhe que ser filósofo não chega, e canta-lhe: "ser poeta é ser mais alto, é ser mais alto que os homens".

21:41 - Carrilho desliga-lhe o telefone na cara.

21:50 - Bárbara Guimarães, obriga Carrilho a dormir no sofá da sala, de castigo pelos miseráveis 26%.

22:00 - Pelo sim, pelo não, Fatinha Felgueiras compra uma viagem de ida para o Brasil e põe apenas uma muda de roupa num saco azul, porque já está cheio.

22:10 - Carrilho desata a chorar novamente.

22:15 - Mário Soares acorda para cear.

22:16 - Mário Soares bebe um copo de leite e come uma cavaca (oferecida por alguém de Boliqueime).

22:20 - Mário Soares pergunta a Maria Barroso se aconteceu alguma coisa no país.

22:20 - Maria Barroso pede encarecidamente a Mário Soares para que se deite.

22:30 - Avelino chega ao Marco de Canaveses, mas é mal recebido, refugia-se no estádio que tem o seu nome, e adormece no banco de suplentes a acusar o "Sr. Mota-Engil".

22:45 - Carrilho, agarrado a um gato de peluche do Dinis Maria, adormece a ver o vídeo oficial da campanha.

23:00 - Mário Soares não consegue adormecer. Diz a Maria Barroso que a cavaca era indigesta.

23:30 - Afinal o furacão "Vince" chegou mesmo a Portugal, pelo menos ao Largo do Rato... alguém terá dito que a culpa é do "Sr. Mota-Engil".
Prémios da noite:
Prémio Celebridade Frontal, para Avelino Ferreira Torres com: "A culpa é do Sr. Mota-Engil"
Prémio Dom Quixote de la Gondomancha, para Valentim Loureiro com: "Gondomar não é de um Zé-ninguém, é dos gondomarenses".
Prémio Ferrero-Rocher (Ambrósio apetecia-me algo), para discurso completo de Carrilho.
Prémio Próstata do Ano para Mário Soares com: "Toda a gente sabe que háum um empate técnico e espero que se decida a favor do candidato socialista, ou seja, o João Soares" 1º lugar,
Ordem de Mérito (distinção que galardoa actos ou serviços meritórios praticados no exercício de funções públicas ou privadas ou que revelem desinteresse e abnegação em favor da colectividade) para Fátima Felgueiras com: "Foi a vitória da Democracia!".
Nota: Enviado por um ilustre desconhecido. AR

quinta-feira, outubro 13, 2005

É nestas alturas

que percebo porque foi uma boa opção não ter aderido ao bet and win. E de não ter materializado esta aposta com ninguém.

O Nobel da Literatura foi para Harold Pinter.

Mas quem é o gajo? Mais valia o poeta sírio. Nestas coisas agradecia que os acontecimentos se limitassem ao meu universo, aos autores que li por favor! Isto é muito destabilizador perceber que a cena literária não se rege pelo meu conhecimento dela. Se eu conheço o Philip Roth creio que esse era o critério mais que evidente para uma distinção.

Sofia

Fezada literária



Hoje é anunciado o Nobel da Literatura. Seguindo uma tradição recente aposto pelo Philip Roth. O facto de Philip Roth, a par de Milan Kundera ou de António Lobo Antunes, ser apontado todos os anos para Nobel da Literatura não me demove. A minha fezada tem suporte científico imbatível. Ontem na página 3 ou 4 (já não sei, são tantas!) do Destak, jornal sempre presente ao lado da máquina do café onde trabalho, apontava Philip Roth como um dos favoritos para este ano. Também é verdade que por qualquer desígnio masoquista costumo apostar para perder. Que não seja este o caso.


Li mais tarde que a Real Academia queria distinguir algo "exótico": um jornalista, um poeta ou pior um sírio (o cúmulo seria um jornalista poeta sírio ou o José António Saraiva). A minha fezada não se deixará abalar.

Sofia

quarta-feira, outubro 12, 2005

ora aqui está uma grande novidade

Detesto a selecção nacional. Desde 1986.
CC

o meu reino não é deste mundo

Houve eleições, foi?
LR

terra e mar, o blog e o booker

Terra.
Mar (obrigado, Sara *):
CC

«O Booker de 2005
Votei nele na votação popular e por isso tinha prometido a mim mesma uma pequena tragédia se ele perdesse: cinco dias de tristeza se o vencedor fosse o Julian Barnes, um pouco mais se fosse o Kazuo Ishiguro (em 1989, quando Kazuo Ishiguro ganhou o Booker com The Remains of the Day, John Banville estava na short-list com The Book of Evidence). Não pensei nos outros porque isso levar-me-ia a calendarizar até Janeiro.
Depois de ter achado que ninguém partilharia o lugar de Thomas Bernhard na minha vida, tenho cedido já algumas vezes e, desde que li o Eclipse, abri as portas do harém a John Banville.
O Eclipse (editado em português pela Ulisseia, 2002) é um livro fantástico. E o que se pode dizer de um livro fantástico?

Ontem no Guardian, Tibor Fischer, que foi júri no Booker de 2004, dizia que The Sea , o livro que ganhou este ano, é «worthy but forgettable» e que «won’t do the Man Booker’s reputation much good».
Não sei. Não li o livro. Mas, pelo que li do Banville, poderia escrever, também no Guardian se me deixassem, que os livros do Banville deixam na memória um prazer indelével, pelas palavras, pelas personagens. Como escreve W. Sebald em Austerlitz, a memória não se assume como memória, por isso, como se sabe que se esqueceu?

Em 1978, Iris Murdoch ganhou o Booker com The Sea, The Sea. Este ano Banville ganhou com The Sea. Deve haver qualquer coisa que os une. Talvez a Irlanda ou talvez o facto de serem ambos escritores extraordinários».
* Sara

terça-feira, outubro 11, 2005

reflexão pós-eleitoral


O João Soares é o Ricardo do PS.
CC

segunda-feira, outubro 10, 2005

A sombra




Dream little one, dream
Dream my little one, dream
Though the hunter in the night
Fills your childish heart with fright
Fear is only a dream
So dream little one, dream

Terça e quarta esta semana no Nimas em Lisboa.




Sofia

Autárquicas 05





Estas foram as eleições que segui com mais entusiasmo nos últimos anos. Não só reuni amigos em casa, como fiz apostas (perdi em toda a linha porque sou uma pateta que acredita em milages de última hora, e não propriamente nos de Fátima), comemos frango de churrasco à medida que iam saindo estimativas, mais estimativas.

Do gráfico ressalta a subida da força "grupo de cidadãos", a tabela dos Inos como lhe chamou o cartoonista Miguel na Pública (IsaltINO, AvelINO, ValetI(NO), Felgueir(INO)) há umas semanas atrás. A tabela dos Inos media a nossa capacidade de voto em candidatos popularuchos, aldrabões, os que se agarram ao poder com uma tal ventosa que dá novo significado ao termo polvo. O grau da nossa vergonha democrática. A eleição de um só INO seria muito bom, dois INOS razoável, 3 INOS mau, 4 INOS motivo para emigrar. Evidente que estes INOS são os que conhecemos, como muitos dizem: "os que se deixaram apanhar". Haverá muitos INOS noutras autarquias, noutras situações.

Ainda bem que só foram 3 :)

Sofia

domingo, outubro 09, 2005

pequenas curiosidades do mundo do futebol, parte 3

No Liechtenstein, é válido jogar com as mãos se for em cima da linha de golo.
LR

sexta-feira, outubro 07, 2005

da mentira

[Texto publicado na última edição da Terra da Alegria]

Estamos em campanha eleitoral. Das piores campanhas eleitorais que me lembro - e a última para as eleições legislativas já foi suficientemente má: do "menino guerreiro" ao homem que nos garantiu que não iria aumentar os impostos, tivemos de tudo. Agora, como o que está em causa são mais razões práticas de administração doméstica das localidades e menos ideologias e concepções da Política, a luta pelos votos desce a níveis mais rasteiros. Não é apenas a inquietante supressão da vergonha, de auto-crítica, de noção do ridículo, do amor-próprio e da dignidade dos candidatos que se prestam a palhaçadas. É também a clubite partidária num espaço em que - diz-se - o que conta são as pessoas (gostava de ouvir a razão que leva os boys dos partidos a considerar o candidato que não conhece mas é do seu partido, à distante junta de freguesia x, melhor que outro candidato qualquer que também não conhece mas é do partido ao lado), a verborreia vazia, que mata qualquer significado das palavras, e os despojos do fim de festa, a sensação de tristeza e inutilidade de tudo aquilo.
No entanto, o mais grave é que parecemos todos aceitar a mentira como a regra deste jogo que devia ser dos mais nobres - a contenda por ideais, princípios e valores para a gestão da coisa pública, do bem comum. Em nenhuma outra actividade, em nenhum outro tipo de relações humanas, nos permitimos deixar impune esta traição à palavra dada. Não aceitamos a mentira aos amigos, aos familiares, aos colegas de trabalho, às empresas, aos clientes, aos desconhecidos com quem temos de lidar. Por que razão achamos natural e justificamos as mentiras dos que se propõem servir um cargo público? Porque criamos (mais) um campo de suspensão da moral nestas relações tão importantes?

Diz Alasdair MacIntyre (After Virtue - A Study in Moral Theory, Gerald Duckworth & Co., London, 1981) que perdemos um meio de assegurar racionalmente o acordo moral na nossa cultura. O imperativo categórico kantiano, expressão máxima do Iluminismo, dizia-nos: age sempre segundo uma máxima que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal, age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outro, sempre simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio, e que a vontade se possa considerar a si mesma como constituindo simultaneamente por intermédio da sua máxima uma legislação universal. Mas esta formulação da lei moral não pode ser uma proposição universalizável, na medida em que ela poderá validar com igual sucesso máximas triviais ou mesmo imorais. E, assim, desde o fracasso do projecto iluminista, que ficámos sem um background sustentador da moral.
Coube à religião, durante muito tempo, fornecer essa referência externa, esse suporte da moral, e o Iluminismo, embora ferindo as religiões tal como as conhecíamos, não foi capaz de fornecer um sustento à moral. Após a falência do Iluminismo, e como consequência, ganhou terreno a doutrina que sustenta ser todo o julgamento moral não mais do que uma expressão de preferência, reflectindo atitudes e sentimentos, e cujas proposições não são, portanto, nem verdadeiras nem falsas: é o emotivismo. É neste ponto em que estamos. Daí que muitos defendam convictamente que é irrelevante a consciente mentira de Sócrates sobre o não aumento dos impostos, pois, na realidade, não havia alternativa e todos concordam com o seu aumento.

O que tem isto a ver com a Terra da Alegria? Tem tudo, pois o que está em causa é o projecto de humanidade que tentamos seguir ou, mais humildemente, aquilo que pensamos que o homem é, o conceito de homem entendido como tendo uma natureza e função essenciais. Ora, desde o fracasso do iluminismo que se fracturou a concepção de homem que esteve presente nos nossos espíritos desde Aristóteles: homem tal como é, o homem tal como poderia ser se compreendesse a sua natureza essencial, e a ética como o instrumento que permite ao homem passar de um estado ao outro.
Hoje em dia isto soa a grego aos nossos ouvidos. Agora tudo se adulterou. A própria noção de Bem foi enfraquecida. Para Aristóteles, chamar boa a uma coisa era dizer que essa coisa servia perfeitamente o propósito para a qual era geralmente requerida. Mas a partir do momento em que a noção teleológica de natureza humana desapareceu, deixou de ser possível tratar os julgamentos morais como afirmações factuais.
Hoje subordinamos a moral à eficácia, a dados mensuráveis num determinado momento, aferíveis num lapso de tempo concreto. Ontem já passou e a manhã será outro dia. Daí que, nas campanhas de circo dos nossos politiquinhos, a dignidade da palavra dada seja um corpo estranho. Como a moral, a dignidade pressupõe uma coluna vertebral, um estado vertical com uma qualquer referência espacial. Mas na ausência de um propósito, de um objectivo último, o que é verdade hoje é mentira amanhã. E, assim, é sempre mentira.
CC

quinta-feira, outubro 06, 2005

Sampaiadas

Jorge Sampaio prestou um mau serviço à República e à Democracia ao ter decidido não participar na cerimónia oficial de Comemoração do 5 de Outubro que decorre, desde sempre, nos Paços do Concelho em Lisboa misturando, de facto, eleições autárquicas com comemorações oficiais.
O argumento do Presidente é perfeitamente absurdo. Não participar na cerimónia dos Paços do Concelho para não dar azo a confusões sobre a sua presença em altura de campanha serviu exactamente para o contrário.
Tenho para mim que a decisão de Sampaio teve exactamente a intenção de interferir na campanha. A sua presença, desmarcada na véspera, teria levado, como é uso, à transmissão televisiva da cerimónia, com a exposição mediática dos diversos intervenientes. Curiosamente, todos os outros pertencem à mesma família política: Jaime Game, como Presidente da Assembleia da República, e José Sócrates, como Primeiro-Ministro, são membros do mesmo partido. O que destoava ali era Carmona Rodrigues. E o discurso do Presidente em exercício da Câmara de Lisboa, por muito inofensivo que fosse (e foi) dava-lhe uma exposição que Sampaio, como socialista que é, não poderia permitir. Curiosamente, não se coibiu de participar em cerimónias iguais quando, em 2001, João Soares era Presidente da Câmara de Lisboa e se estava a um mês das eleições autárquicas. Nessa altura, confundir eleições e 5 de Outubro não o perturbou por um momento que fosse.
As acções ficam com quem as pratica. Mas Sampaio não necessitava de terminar assim o mandato.
AR

terça-feira, outubro 04, 2005

Soma e segue

El País muda correspondente em Portugal
O diário espanhol El País substituiu a correspondente em Portugal, a free-lance Margarida Pinto, por Miguel Mora, jornalista do quadro. A nova prioridade do jornal é que "a imagem de Portugal em Espanha deixe de ser inexistente ou catastrófica, que não tenha de ser apenas a má notícia", disse Miguel Mora ao PÚBLICO. "Nem tudo são incêndios e pederastia", disse. Aos 41 anos, este profissional, que trabalhava há nove anos na secção de cultura, vai "mostrar mais aspectos positivos de Portugal, de âmbito cultural ou político". O novo correspondente considera que a falta de atenção é uma dívida histórica de Espanha para com Portugal. "Estamos mais habituados a olhar em direcção a França." Margarida Pinto, 31 anos, iniciou funções no começo de 2003 e vários dos seus artigos foram amplamente citados em Portugal por relatarem o estado de crise que o país tem vivido. P.M.M.
(Publico, conteúdo pago).

Coincidências como esta somam e seguem (João Van Zeller administrador da TVI, Artur Portela presidente da AACS) desde que a PRISA, proprietária do El Pais, conotada politicamente com o PSOE, anunciou a compra da TVI com o beneplácito do governo de Sócrates.

A Margarida é uma excelente jornalista, mas a minha opinião torna-se subjectiva porque sou amiga dela. Para quem acha que a imagem de Portugal em Espanha era inexistente pode julgar a partir de aqui, aqui ou aqui. Ou lembrar-se que o famoso artigo dos primeiros 100 dias do governo de Santana Lopes, que deu origam a um debate na SIC Notícias, é dela. Talvez o que não querem transmitir é que a imagem de portugal passa mais por aqui e prefiram antes uma versão mais delicodoce, onde aspectos positivos de âmbito cultural ou político possam ser devidamente formatados.

Sofia

segunda-feira, outubro 03, 2005

Das coisas importantes da Vida

Os lagartos e os tripeiros andaram por aí aos pulos porque, ignorando o ensinamento de que o primeiro milho é dos pardais, achavam que tinham o campeonato na mão à 3ª jornada. Enganaram-se. Tenho para mim que não só não têm o campeonato na mão como correm o sério risco de descerem de divisão. O que não seria mau.
A descida de divisão do F.C.Porto teria várias consequências positivas, algumas de ordem estética. Por exemplo, deixariamos de dar todas as semanas com o focinho do Reinaldo Teles e as ventas do Pinto da Costa. Para além disso, a paz caíria seguramente na I Liga de futebol e a confusão transferir-se-ía para a II Liga, onde o F.C.Porto trataria de comprar os árbitros na tentativa de subir de divisão. Ainda que ficasse lá apenas um ano já não seria mau. Como diz o povo, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Já a descida do Sporting traria benefícios mais psicológicos e espirituais, já que, em termos de peso 'político', pesa pouco. Assim, desapareceriam as barbas do Dias da Cunha, que parece um daqueles leões velhos e desdentados, que já ali andam só a atrapalhar, comem os restos e fingem que rosnam. E, com sorte, desaparecia o Sr. Peseiro. O Sr. Peseiro lembra-me um sapo, sempre de olhos arregalados à espera de adivinhar de onde vai chegar a próxima pancada. Não é que ele seja mau. Com aquela equipe não se podem fazer milagres. Repare-se que de entre os cinco homens da defesa (GR incluído) ele tem o Beto e o Ricardo. Meus amigos, o Beto e o Ricardo!!!! O que é que o homem pode fazer? Depois tem um puto bom no meio campo mas na frente tem o Liedson, que tem dificuldades em se manter de pé sempre que sopra no campo uma aragem ... E, se estes se fossem embora, deixava de se falar no Sistema, essa coisa que Dias da Cunha nunca explicou o que era mas que julgo já lhe deu dois campeonatos ...
Por isso, um conselho: cambada, bico calado para ninguém se lembrar, quando no fim do campeonato chegarmos à frente, que vocês à 3ª jornada mandavam desenhos parvos de gajos com binóculos.
AR

P.S. - E que não restem dúvidas: Deus é do Benfica.

alegria

Não, não é uma referência aos resultados da Liga Betadine ou lá o que é. É o nome da nossa Terra. Que querem? Nem toda a gente está sempre a pensar em futebol.
CC

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